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No Brasil, milhares de pessoas tem algum tipo de arritmia cardíaca. Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca (Sobrac), estima-se que 40 milhões possuam a condição.

Qualquer pessoa pode ser diagnosticada com arritmia cardíaca, independente da faixa etária ou sexo. Ela pode acometer recém-nascidos, jovens saudáveis e até mesmo atletas. Porém sua incidência é maior com o avançar da idade ou em portadores de doenças cardiovasculares, como hipertensos e quem teve infarto do miocárdio.

Sabendo histórico familiar e conhecendo os sintomas as pessoas podem reduzir as chances de ter complicações se tiverem arritmia, pois ela pode não gerar nenhum complicação, mas, se grave, pode levar a morte súbita.

Manter uma vida equilibrada com atividade física regular é um dos melhores remédios preventivos para qualquer doença e também auxilia na reabilitação destas. Além disso, alimentação e reduzir o estresse.

Para que tem qualquer complicação cardíaca, como a arritmia, deve ter o acompanhamento de um médico cardiologista e principalmente, estando apto, se engajar em um programa de exercícios com acompanhamento de um profissional da educação física especializado que prescreverá o treinamento de acordo com seu nível de condicionamento e estado de saúde.

O que é arritmia cardíaca?

O coração possui um ritmo normal, chamado de ritmo sinusal. O estimulo elétrico gerado numa região específica do coração, chamada nó sinusal, dita o ritmo cardíaco que é constante e regular. Cada batimento cardíaco composto pela sístole (contração) e pela diástole (relaxamento) traduz a resposta mecânica frente ao estímulo elétrico gerado no nó sinusal e sua propagação pelo sistema de condução do coração.

Arritmia cardíaca, também conhecida como palpitação, é qualquer alteração no ritmo das batidas do coração. Muitas vezes, a pessoa tem a sensação de que o coração deixou de dar uma batida, outras que o coração bate acelerado ou até mesmo, teve um sobressalto.

Se for de vez em quando, esse fato não tem consequências. No entanto, se o ritmo cardíaco descompassar por um período de tempo maior, está instalada uma arritmia que pode conduzir a uma falência cardíaca congestiva e outra complicações.

Normalmente as arritmias desaparecem assim que a pessoa exclui os fatores desencadeantes. Mas, se os batimentos, independente de rápidos ou lentos, vierem acompanhados de tontura e falta de ar, o quadro pode indicar doenças cardíacas e merece atenção.

Existem vários tipos de arritmia cardíaca que podem ser benignas ou malignas. As benignas normalmente ocorrem na parte superior do coração (átrios), e apesar de interferirem nos batimentos cardíacos, dificilmente levam a morte.

Já as malignas, geralmente ocorrem na parte inferior do coração (ventrículos) e podem causar morte súbita. Contudo, o que torna uma arritmia cardíaca benigna ou maligna é, sobretudo, a presença de doenças cardíacas, como infarto, doença de Chagas e insuficiência cardíaca.

Tipos

  1. Taquiarritimia – Frequência Cardíaca Elevada
  2. Bradiarritmia – Frequência Cardíaca Baixa
  3. Ventriculares
  4. Triais

Algumas arritmias cardíacas são assintomáticas, ou seja, não provocam nenhum dos sintomas descritos acima. Quando não diagnosticada e tratada corretamente, a arritmia cardíaca pode provocar parada cardíaca, doenças no coração, acidente vascular cerebral e a morte súbita.

Causas

A arritmia é provocada por distúrbios na formação do impulso elétrico que, em vez de formar-se no nó sinusal, tem origem em outras estruturas do coração, e por distúrbios na condução do impulso elétrico através das câmaras cardíacas e dos feixes de condução elétrica do estímulo cardíaco. As causas podem estar relacionadas com:

  • Envelhecimento normal do tecido de condução elétrica do coração que altera o seu funcionamento normal – ex: bloqueios aurículo-ventriculares, doença do só sinusal, etc
  • Infarte Agudo do Miocárdio (ataque cardíaco)
  • Insuficiência Cardíaca
  • Artérias Bloqueadas no Coração (Doença Arterial Coronariana)
  • Alterações na Estrutura do Coração – como a Cardiomiopatia
  • Hipertireoidismo
  • Hipertensão
  • Abuso de Álcool ou Cafeína
  • Anemia
  • Estresse, Ansiedade, Síndrome do Pânico
  • Diabetes
  • Genética
  • Apneia do Sono e Ronco
  • Tabagismo e Outras Drogas
  • Alguns Medicamentos
  • Doença de Chagas
  • E até mesmo causas desconhecidas em alguns casos

Sintomas

  • Batimentos Acelerados
  • Batimentos Lentos
  • Falta de Ar
  • Tontura
  • Náusea
  • Desmaio
  • Sensação de Nó na Garganta
  • Sensação de Fraqueza
  • Cansaço Constante
  • Dor no Peito
  • Pressão Baixa
  • Confusão Mental

Fatores de risco

1) Problemas Cardíacos: artérias estreitas, ataque cardíaco, válvulas cardíacas com funcionamento anormal, cirurgia cardíaca prévia, insuficiência cardíaca, cardiomiopatia e demais danos podem provocar arritmias.

2) Pessoas Idosas: a velhice contribui para o surgimento de doenças cardíacas.

3) Hipertensão: a pressão alta aumenta o risco de desenvolver doença arterial coronariana, bem como outros problemas cardíacos.

4) Diabetes: nos casos não controlados, há maior chance do surgimento de doença arterial coronariana.

5) Apneia do Sono e Ronco: a respiração interrompida durante o sono pode fazer com que o coração não receba oxigênio suficiente.

6) Disfunção da Tireoide: o hipertireoidismo aumenta as chances de arritmia.

7) Alcoolismo: o abuso de álcool regularmente pode afetar os impulsos elétricos no coração.

8) Desequilíbrio Eletrolítico: a alta ou baixa presença de eletrólitos no sangue pode afetar o funcionamento do coração.

9) Uso de Alguns Medicamentos: incluem alguns remédios contra tosse e resfriado, como os bronco-dilatadores, bem como certos medicamentos prescritos.

10) Excesso de Cafeína e/ou Nicotina: estimulantes podem aumentar a frequência cardíaca e favorecer o surgimento de arritmias graves.

11) Doença Cardíaca Congênita: defeitos presentes desde o nascimento que afetam o funcionamento do coração.

12) Obesidade: aumenta o risco de hipertensão arterial e, consequentemente, arritmia.

13) Drogas Ilegais: anfetaminas e cocaína podem causar fibrilação ventricular e outras arritmias.

Prevenção e tratamento da arritmia cardíaca

A arritmia cardíaca pode ser tratada e tem cura. Para tal, é necessário que, se os sintomas apresentados anteriormente forem recorrentes, procurar um médico cardiologista.

O tratamento pode incluir:

  • Uso de Medicamentos
  • Ablação por Cateter – Aplicação de energia de radiofrequência que elimina ou atenua os focos de arritmias cardíacas
  • Implante de Dispositivos Cardíacos Eletrônicos como Marca Passos ou Desfibriladores Automáticos
  • Cirurgias – Em casos extremos de arritmia

A prevenção está em manter um estilo de vida equilibrado, afastando os fatores de risco, ter uma alimentação balanceada e incluir uma rotina de exercícios físicos no dia a dia.

Visitas regulares ao cardiologista, principalmente, para quem já tem na família pessoas com problemas cardíacos, se torna importante para fazer avaliações físicas (check up) periodicamente.

E também, quando uma pessoa percebe que seu coração está batendo de forma inadequada, deve procurar um cardiologista para avaliação clínica.

O médico fará a anamnese, levantará dados da história familiar, realizará um exame clínico detalhado e um eletrocardiograma. A partir de então, outros testes são solicitados dependendo da necessidade de cada paciente, tais como: ecocardiograma, Holter de 24h, teste ergométrico, monitor de eventos, ressonância magnética do coração e estudo eletrofisiológico intracardíaco.

Portanto as pessoas devem:

  1. Praticar Atividades Físicas Orientadas que fazem com que a pessoa tenha uma vida mais saudável.
  2. Evitar Alimentos de Alto Teor Calórico e Gorduras Saturadas – que contribuem para o aumento do colesterol e do risco de desenvolver diabetes.
  3. Diminuir o Consumo de Sal em Excesso que é outro vilão que favorece a hipertensão arterial. Pessoas que sofrem deste mal têm maior propensão de sofrer infartos.
  4. Controlar o Peso. Obesos têm mais chance de desenvolver problemas cardíacos;
  5. Investigar Distúrbios do Sono
  6. Reduzir Fatores Estressantes. Viver sob extremo estresse não é normal, por mais que esteja naturalizado.

Atividade física pode ser realizada?

A atividade física é tratada nos dias atuais como um remédio para diversas enfermidades. Para tanto, como no caso das arritmias cardíacas, é necessário atentar para o tipo de atividade, intensidade e tempo de execução.

Quem vai dizer se o indivíduo pode ou não praticar exercícios é o médico, através do seu diagnóstico da gravidade do quadro.

Geralmente se a pessoa apresenta apenas um quadro de arritmia são indicados exercícios de leves a moderados, mas se apresenta outras condições clínicas conjuntas com a arritmia muitas vezes o médico contraindica exercícios físicos. Outra contraindicação de exercícios, e absoluta, é se a arritmia estiver descontrolada.

Até mesmo quem não tem nenhum tipo de complicação, mas tem na família, principalmente pais e avós, que já tiveram arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, infarto, avc, outras doenças cardiovasculares (como hipertensão) e até morte súbita, deve redobrar a atenção antes de fazer exercícios físicos.

E dê preferência passar por uma avaliação médica.

Sendo assim, o tempo, a frequência e a intensidade dos exercícios físicos dependem, primeiramente, do diagnóstico de riscos do indivíduo. Se para alguns portadores de arritmia que possuem baixo risco as atividades podem ser feitas sem restrições, para outros com risco um pouco maior, além da liberação médica, são indicadas atividades leves, como caminhadas em media 30 minutos por dia que já trazem um grande benefício.

Por isso é importante fazer exames constantes. Principalmente, se era sedentário antes e vai começar a treinar, deve começar devagar e alternar os dias de treino com nível de intensidade moderado de atividade.

Cuidados

  1. A prescrição de exercícios para essa população deve ser preferencialmente individual.
  2. A recomendação médica é que ninguém inicie um programa de exercícios físicos sem pelo menos fazer um eletrocardiograma, embora ideal seja um teste ergométrico. Também não se deve iniciar o programa antes de parar de fumar, de beber em excesso ou de emagrecer.
  3. Dor torácica, palpitações, vertigem, tontura, sudorese excessiva (maior que a de costume), falta de ar, palidez, coração acelerado, batidas do coração fora do ritmo são sinais de que o exercício deve ser interrompido.
  4. Palpitações podem ser um indicador de arritmia, portanto, deve ser observada recorrência, tanto no repouso quanto no esforço.
  5. Em arritmias graves deve-se evitar estresse emocional e físico. Exemplo a cardiomiopatia hipertrófica tem muita restrição em relação à prática de exercícios.

Benefícios da atividade física para essa população

Toda a atividade física regular e de baixa intensidade é protetora para o coração, inclusive para algumas arritmias. Mas deve haver regularidade e ser praticada de três a cinco vezes por semana.

Mesmo portadores de dispositivos implantáveis podem prosseguir suas rotinas com atividades físicas e melhorar cada vez mais a sua qualidade de vida.

Entre alguns benefícios, temos:

  • Diminuição da Pressão Arterial em Repouso
  • Melhora da Capacidade Cardiorrespiratória
  • Fortalecimento do Músculo Cardíaco
  • Diminuição da Frequência Cardíaca e da Pressão Arterial em Exercício de Baixa Intensidade
  • Diminuição da Gordura Corporal Total e Diminuição da Gordura Visceral (a mais nociva para o coração)
  • Melhora dos Índices de Glicose no Sangue (glicemia)
  • Eleva a Produção de Substâncias que combatem a Depressão, além de estimular a Regeneração de Neurônios e Melhorar a Memória

Tipos de exercícios para pessoas com arritmia cardíaca

Os exercícios mais recomendados para as pessoas com arritmia cardíaca são os aeróbicos de baixa intensidade, como a caminha, bicicleta, dança, ou seja, que movimente grandes grupos musculares e sejam cíclicos.

Esses exercícios se praticados com uma intensidade leve devem ser feitos de três a cinco vezes por semana de 20 a 40 minutos confirmo o nível de condicionamento do aluno.

Mas nada impede também que essas pessoas pratiquem outras atividades como exercícios resistidos da musculação, treinamento funcional, pilates, desde que acompanhados por um profissional especializado.

Geralmente nesses exercícios se utilizam cargas baixas e volumes mais altos de repetições. Quem vai predizer essa proporção é o profissional de educação física assistente.

Em ambos os casos o que vai ajudar é o monitoramento da frequência cardíaca e a percepção de esforço do aluno. A frequência cardíaca deve estar em torno de 50 a 60% da máxima, para não haver riscos e ter benefícios para essa população.

Mas nada impede que esse percentual vá aumentando gradativamente conforme o aluno avance no treinamento chegando a 80% da frequência cardíaca máxima. Por exemplo, tem atletas que tiveram problemas cardíacos, e voltaram a sua rotina de exercícios de competição.

Como montar uma aula/treino?

Podemos montar uma aula treino em forma de circuito, onde o aluno passará por exercícios resistidos e aeróbicos para manter a frequência cardíaca dentro da zona alvo de trabalho.

Esse circuito poderá ser feito com acessórios e peso do próprio corpo, como, por exemplo, no treinamento funcional.

Poderá ser feito na sala de musculação fazendo um circuito nos aparelhos e podendo ainda mesclar entre eles um tempo na esteira ou bicicleta ergométrica.

Lembrando sempre de começar com uma intensidade leve para aquecimento, independente do nível de condicionamento, e preparar o corpo para a parte principal.

E, ao final das atividades, o recomendado é descansar. Nos últimos minutos do treino, a pessoa deve diminuir a intensidade e frequência dos exercícios, já que isso ajuda o coração a voltar ao seu batimento normal.

Importância do profissional da educação física no acompanhamento das aulas

O profissional de educação física especializado é capaz de propor atividades que cumpram todos os requisitos exigidos para a promoção da saúde ou para atuar no tratamento dos portadores de arritmias cardíacas.

Ele vai monitorar tempo, frequência e intensidade das aulas bem como a resposta do aluno ao exercício. Isso gera segurança ao treinamento e minimiza riscos.

É da competência do profissional de educação física elaborar o programa de treinamento que acordo com o histórico do aluno e seu nível de condicionamento.

A partir de testes feitos por este profissional, ele vai predizer a zona de frequência cardíaca que cada indivíduo deve atingir ao praticar os exercícios, principalmente, para quem toma betabloqueadores, remédios que agem inibindo que o coração chegue a picos de frequência cardíaca.

Para isso, este profissional poderá trabalhar individualmente ou em uma equipe multiprofissional. Mesmo no trabalho individual, ele fará sua prescrição de exercícios baseado no laudo do médico responsável pelo aluno.

Assim, o profissional da educação física evita o surgimento de complicações, progressão de problemas já instalados e melhoria no desenvolvimento residual do indivíduo com arritmia.

Conclusão

Embora toda atividade física e ou esportiva traga benefícios à saúde, é importante ser orientado antes de iniciá-la ou mantê-la.

Consultar regularmente um cardiologista, pelo menos uma vez ao ano, e prestar atenção aos sinais do coração (batimentos intensos, pulsações irregulares, cansaço demasiado sem motivo aparente), facilita o diagnóstico e o tratamento precoces, permitindo uma vida longa e com melhor qualidade.

E, principalmente, manter uma vida equilibrada com alimentação adequada, exercícios físicos e atividades que desestressem. Com isso, consegue-se prevenir várias enfermidades e se já instaladas minimizar sua progressão.

Grupo VOLL

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