Parece novidade, mas o treinamento funcional para lutadores é utilizado desde os tempos remotos na Grécia antiga onde a função do corpo já era muito valorizada. Métodos de treinamento físico tiveram sua evolução graças aos jogos olímpicos e ao culto do corpo.
A origem do treinamento funcional se deu com maior valor no mercado esportivo e se popularizou na área fitness graças ao intenso trabalho realizado inicialmente nos Estados Unidos.
A técnica tem movimentos fundamentais do homem primata e que são realizados até hoje no cotidiano do homem moderno como agachar, avançar, abaixar, puxar, empurrar, levantar e girar.
Hoje, o treinamento funcional para lutadores é muito utilizado com vários objetivos e em diversas faixas etárias, e no esporte constitui a base do desenvolvimento das habilidades físicas específicas que cada modalidade precisa.
Um exemplo da aplicabilidade é nos esportes de combate que possuem características de imprevisibilidade na dinâmica do confronto, pois existe uma constante mudança nas condições de ataque e defesa entre os adversários.
Neste sentido, é importante um trabalho mais físico que supra as necessidades dos lutadores e, por isso, a vantagem de utilizar o treinamento funcional, já que ela é capaz de se adequar de acordo com cada necessidade.
Quer saber como trabalhar com treinamento funcional para lutadores, além de 5 dicas para desenvolver as habilidades nesta prática? Então continue a leitura!
Como funciona o Treinamento Funcional para lutadores?
As primeiras formas de combate com finalidade esportiva são datadas na Grécia Antiga, do século VII A.C. As provas eram chamadas de pancrácio nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, que incluíam técnicas de socos, cotoveladas, joelhadas, chutes, torções e imobilizações articulares.
Em geral, as principais características dos esportes de combate são:
- Realizadas individualmente com o objetivo principal de superação do adversário;
- Alternância entre ataque e defesa utilizando técnicas e táticas para vencer o adversário;
- Exige várias habilidades e capacidades físicas dos lutadores como a agilidade, força, resistência, tempo de reação, concentração e condicionamento físico e mental;
- Constituem de técnicas que podem ser realizadas sem o uso de instrumentos, como luta de corpo a corpo ou instrumentos de combate, como espadas, luvas e bastões.
Por estas características, o treinamento funcional para lutadores é uma ótima ferramenta de trabalho na fase inicial e intermediária no desenvolvimento do treinamento esportivo, com foco no desenvolvimento das ações motoras básicas e específicas dos esportes de combate.
O treinamento funcional na fase da aquisição das habilidades motoras será desenvolvido para o trabalho da força muscular, potência aeróbia e anaeróbia, flexibilidade, coordenação motora, agilidade e velocidade.
A organização do planejamento de aula deverá ser feita de acordo com as competições e realizada de forma gradativa, com a finalidade de aumento do desempenho atlético.
A preparação física adquirida com o treinamento funcional auxiliará na organização postural, melhor orientação do corpo para o movimento, consciência corporal em relação ao tempo e o espaço, sendo a base para o desenvolvimento e aumento do rendimento do atleta.
5 dicas de treinamento funcional para atletas
1. Treinar elementos específicos da modalidade
Além do desenvolvimento das capacidades físicas que servem como a base para o desenvolvimento do atleta, é necessário um trabalho específico em determinada fase do planejamento de acordo com a modalidade de luta que irá desenvolver.
Existem alguns princípios que regem o treinamento esportivo e o da especificidade nos fala que o treinamento deve ser planejado de acordo com as condições específicas da atuação desportiva.
O resultado do treinamento deve ser para cada modalidade. Por exemplo, no boxe espera-se que treinem exercícios visando o cardiorrespiratório e resistência de força de membros superiores.
A especificidade irá solicitar modificações fisiológicas no atleta, como o sistema energético principal que irá ser recrutado (sistema anaeróbio alático, lático ou aeróbio) e os tipos de fibras musculares a serem solicitadas com predominância (fibras glicolíticas e/ou oxidativas).
Além destes aspectos, é importante se atentar aos gestos esportivos e os segmentos corporais recrutados na performance.
2. Planejamento
O planejamento traz uma perspectiva clara sobre o que precisa ser feito e quais objetivos precisam ser alcançados.
Uma sessão de treinamento bem planejada e organizada trará ótimos resultados: Objetivos seguros e concretos, em relação ao professor e ao atleta, passando motivação, evolução e segurança a cada etapa de treinamento.
Aulas não planejadas e desorganizadas são mais difíceis de darem certo e quando o assunto são atletas de alto rendimento a chance de insucesso é certa.
E quando se fala em atletas, o cuidado ainda é maior, pois organizando todas as aulas com uma sobrecarga adequada, o esportista conseguirá alcançar o máximo do seu desempenho.
3. Desenvolver as capacidades físicas básicas
O treino das habilidades motoras e capacidades físicas constitui a base do treinamento do desportista e é através deles que o atleta desenvolverá e aperfeiçoará um nível ótimo para as lutas.
Qualquer tarefa funcional que o indivíduo desempenhe é graças a interação de vários sistemas de uma forma organizada e não independente. O corpo humano possui uma variedade de capacidades refletidas de acordo com a modalidade que está inserido e que determinará o seu nível de sucesso para a execução de determinada tarefa motora.
Estas capacidades físicas são força, potência, resistência, velocidade, flexibilidade, coordenação motora e equilíbrio.
Desenvolver as capacidades de acordo com o tipo de luta é fundamental para que, quando o atleta chegar na fase específica, ele já tenha uma boa construção e isto o levará ao nível máximo de desempenho.
4. Estar alerta para a síndrome do supertreinamento
A síndrome do supertreinamento ou overtraining é um desequilíbrio entre a exposição ao estresse e a recuperação, ou seja, quando a sobrecarga é maior que o tempo necessário para a recuperação do atleta. Ele pode estar presente em situações de treinamento, temporadas de competições e extra campeonatos.
Alguns fatores extras podem contribuir para o overtraining, como: ambiente que o atleta está inserido, fatores sociais, educacionais, econômicos, nutricionais, viagens em excesso e monotonia do treinamento.
Os sintomas mais comuns são: depressão, apatia, diminuição da auto estima, instabilidade emocional, irritabilidade, queda no desempenho, cansaço, problemas no sono, perda de peso e apetite, variabilidade da frequência cardíaca, alterações hormonais e maior exposição a lesões e infecções.
Portanto, o preparador físico deve estar atento a estas possíveis modificações para que o atleta não se exponha a esta síndrome e não abrevie a sua carreira. No planejamento do treinamento funcional para lutadores é fundamental o aprendizado de estratégias para ajudar a reduzir este problema.
A recuperação adequada é ainda uma medida poderosa de prevenção e tratamento do overtraining.
5. Manter contato com a equipe multidisciplinar
Conforme o atleta vai sendo levado para o alto rendimento com o objetivo principal de realização dos combates, é muito importante que o treinador mantenha o contato com toda a equipe técnica: médicos, nutricionista, fisioterapeuta e psicólogos, realizando uma avaliação organizada de cada atleta.
Esta interação entre a equipe multidisciplinar visa garantir o sucesso e a segurança do atleta, evitando resultados negativos no decorrer de todo o treinamento.
Conclusão
O treinamento funcional específico para lutadores é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento físico do atleta com uma base sólida e segura.
Porém, é necessário algum cuidado para o trabalho, como organização adequada de cada plano de aula, controle das variáveis de treinamento e avaliação constante para ótimos resultados. Existem inúmeras formas de praticar de maneira correta o treinamento funcional.