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Hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com Diabetes Mellitus, o que representa 6,9% da população, e esse número está crescendo. Em alguns casos, o diagnóstico demora, favorecendo o aparecimento de complicações. Pode ser que você ou alguém próximo tenha diabetes.” (Sociedade Brasileira de Diabetes)

Atualmente, pode-se observar que a tecnologia tem evoluído muito rapidamente no intuito de proporcionar comodidade e melhorar a qualidade de vida do ser humano, facilitando a execução de diversas tarefas que antes eram consideradas trabalhosas.

Aliado ao avanço tecnológico nota-se também uma maior disponibilidade de alimentos ultraprocessados e fast-foods, em decorrência da agitação do dia-a-dia. Somado a todos os fatores acima descritos, dados estatísticos revelam que menos de 40% da população pratica algum esporte ou qualquer outra atividade física (IBGE, 2015).

Logo, a somatória destes fatores contribui significativamente para o surgimento de quadros de sobrepeso e obesidade, aumentando o risco de desenvolvimento de diversas doenças associadas, como Hipertensão Arterial Sistêmica, Doenças Cardiovasculares e Diabetes Mellitus.

Dados preocupantes, certo?

Então vamos aprender mais um pouco sobre a doença e como o Exercício Físico pode ser um grande aliado na prevenção e melhora do quadro clínico e funcional do diabético.

O que é Diabetes Mellitus?

A Diabetes Mellitus é um distúrbio característico do metabolismo de glicose, tendo como principal característica a hiperglicemia (elevados níveis de açúcar no sangue) de maneira crônica, trazendo diversas complicações se não for devidamente controlada.

A ausência ou má utilização da insulina também provoca efeitos na transformação do açúcar em outros macronutrientes, como proteínas e gorduras.

Sabe-se que, a etiologia ou causa da doença é multifatorial, ou seja, envolve aspectos genéticos e hereditários, bem como o estilo de vida adotado pelo indivíduo com relação à má alimentação e ao sedentarismo.

Como ocorre?    

O pâncreas, um órgão considerado endócrino, possui células especializadas e responsáveis pela produção de insulina, chamadas de células betas que estão localizadas em um local específico do órgão, denominado Ilhotas de Langerhans.

A insulina é o hormônio responsável por controlar os níveis glicêmicos no nosso corpo. No entanto, quando o pâncreas produz pouca insulina ou não a produz, por questões autoimunes, o indivíduo desenvolve Diabetes Tipo I, também chamado de Diabetes Insulino-Dependente.

Como o próprio nome diz, o indivíduo necessita administrar o hormônio de forma exógena, através de aplicações de injeções diárias para manter os níveis glicêmicos dentro da normalidade.

Para os Diabéticos Tipo II, ou Diabéticos Não Insulino-Dependentes há uma resistência do organismo à ação da insulina, fazendo com que esta não consiga desempenhar seu papel corretamente que é o carregar a glicose para dentro das células para que seja utilizada como energia.

Caso a doença não tenha se estabelecido totalmente, diz-se que o indivíduo é resistente a insulina ou ainda pré-diabético.

Há também, outro tipo de Diabetes denominada Diabetes Gestacional, quando a mulher desenvolve a doença no período da gravidez, em decorrência de a placenta produzir muitos hormônios que serão fornecidos ao feto, diminuindo a ação da insulina e elevando os níveis de glicose plasmática.

Caso a criança fique exposta a grandes quantidades de glicose, há a probabilidade da ocorrência de partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até obesidade ou mesmo a Diabetes na fase adulta. (Sociedade Brasileira de Diabetes).

Crédito: Sociedade Brasileira de Diabetes

Fatores de risco

Alguns fatores de risco podem aumentar a chance de o indivíduo vir a desenvolver a doença, no entanto, isso não significa obrigatoriamente que a doença se instalará. Isto dependerá do estilo de vida adotado (Diabetes Mellitus Tipo II) e se há predisposição genética (Diabetes Mellitus Tipo I).

Entre os principais fatores de risco, podemos citar:

  • Pressão Alta
  • Obesidade – 90% dos Diabéticos são Obesos
  • Alterações na Taxa do Colesterol ou Triglicérides Sanguíneos
  • Síndrome dos Ovários policísticos
  • Portadores da Doença na Família
  • Administração de Glicocorticóides
  • Apneia do Sono

Comorbidades associadas

A Diabetes Mellitus, seja ela do tipo I ou tipo II caso não esteja totalmente controlada, pode provocar o aparecimento de diversas outras doenças, agravando o quadro do indivíduo. Entre os problemas associados, estão:

  1. Lesões Oculares
  2. Neurológicas
  3. Renais
  4. Problemas Cardíacos
  5. Problemas nos Pés
  6. Disfunções Sexuais

Sintomas

No início do desenvolvimento da doença, o indivíduo pode não apresentar sintomas, e estes apareceram quando o quadro patológico já está instalado. Os principais sintomas são:

  • Poliúria (Urina em Excesso)
  • Polidipsia (Sede Excessiva)
  • Alterações Visuais
  • Perda de Pesa

Tudo bem! Mas aí você deve estar se perguntando, após toda essa explicação, quando o EXERCÍCIO aparece? Aparece na prevenção contra o desenvolvimento da doença e como fator primordial em seu tratamento para que se tenha um melhor controle dos níveis plasmáticos de glicose.

Exercício físico na prevenção e tratamento da Diabetes Mellitus

Todos sabem da importância e dos benefícios de nos tornarmos mais ativos durante nosso dia a dia e praticarmos exercícios físicos regularmente de maneira sistematizada, logo, para os indivíduos diabéticos, as diretrizes de melhorar o estilo de vida e a alimentação são igualmente essenciais.

Na melhora do estilo de vida, incorpora-se o exercício físico e a dieta, tendo em vista que a nutrição pode auxiliar no controle da glicemia principalmente pelo índice glicêmico dos alimentos (velocidade com que os alimentos serão absorvidos) e o exercício contribuindo para o aumento do gasto calórico diário (90% dos diabéticos são obesos) provocando perda de peso e atenuando os elevados níveis de glicose.

Perder aproximadamente de 5 a 10% de peso auxilia muito na melhora do quadro glicêmico. Além disso, são recomendadas no mínimo 3,5 horas por semana de exercício de intensidade moderada ou 2 horas por semana de exercícios intensos, o que impacta significativamente na qualidade de vida do diabético.

Diabetes Mellitus tipo I

Para o diabético tipo I, como o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, o tratamento é essencialmente medicamentoso, com a aplicação de injeções de insulina diárias, podendo estas serem de ação rápida, intermediária ou longa, e isso dependerá de cada indivíduo e somente um endocrinologista é capaz de avaliar.

Não somente a terapia medicamentosa mas a mudança na alimentação e início da prática regular de exercícios físicos também é recomendada para este grupo.

No entanto, vale atentar-se ao risco de hipoglicemia durante as sessões de treino, tanto para o tipo II quanto tipo I, o que representa uma complicação da doença, causado normalmente por hipoglicemiantes orais, omissão de refeições durante o dia, doses excessivas de insulina e o excesso de exercícios físicos também, visto que a demanda energética durante o exercício é aumentada para suprir as necessidades do trabalho muscular.

Portanto, é imprescindível que o profissional de Educação Física durante as sessões de treino, antes do início e após o termino faça a medição da glicemia para melhor controle da integridade do aluno.

Caso ocorra tontura, confusão mental, fadiga, tremores, entre outros sintomas, pode ser indício de um quadro hipoglicêmico e é importante reestabelecer imediatamente a glicemia para os seus níveis normais (acima de 70mg/dL).

No entanto, como o diabético é acostumado com níveis mais elevados de glicose, taxas de glicose consideradas normais podem ser consideradas quadros de hipoglicemia para alguns indivíduos.

Diabetes Mellitus tipo II

Os indivíduos diabéticos tipo II são os mais beneficiados com a prática regular de exercícios físicos, se considerarmos que a maior parte deles apresenta obesidade e é necessária a perda de peso para a melhora do quadro.

Além da perda de peso, aumento da massa magra, aumento da força e melhora nos quadros de humor são benefícios relatados através do treinamento. Neste tipo, são utilizados medicamentos hipoglicemiantes orais e é de extrema importância a mudança dos hábitos diários para o controle da doença.

Os exercícios mais recomendados e prescritos para os indivíduos diabéticos são os Aeróbios, por aumentarem a capacidade aeróbia, melhorarem o transporte e queima dos ácidos graxos, proporcionarem o aumento do número de mitocôndrias, aumentarem a captação de glicose e gorduras para o trabalho muscular, além de manter a pressão arterial em níveis adequados e contribuir para a diminuição do peso corporal total.

No entanto, vale lembrar que o Treinamento Resistido, mais popularmente conhecido como musculação foi recomendado para indivíduos diabéticos (American Diabetes Association, 1990), associados aos aeróbios na prevenção da doença.

A partir dos 30 anos de idade, inicia-se um processo de perda de massa muscular que vai aumentando conforme a idade, e os músculos são um dos lugares de depósito de glicose e de triglicerídeos, portanto, a perda da massa magra contribui para o aumento na incidência de diabetes tipo II, e a musculação pode atenuar essa perda, evitando assim o desenvolvimento da doença.

No Diabetes Mellitus tipo II a translocação de GLUT-4 (receptor de insulina que participa do processo de transporte de glicose para dentro da célula) fica comprometido, diminuindo a captação de glicose, e o treinamento resistido parece aumentar a sensibilidade do organismo à ação da insulina, e elevar também a translocação de GLUT-4, favorecendo a absorção da glicose pelos músculos independente da insulina, permanecendo este benefício disponível até por 24 horas após a sessão de treinamento.

O exercício resistido, além do aumento da massa muscular e da força, também promove aumento da taxa metabólica basal e consequentemente elevação do gasto calórico diário, auxiliando na perda de peso pela oxidação de gorduras no consumo de oxigênio pós exercício (EPOC).

Ainda há outros diversos mecanismos pelos quais a musculação deve ser incorporada em um programa de treino voltado para o diabético, como o aumento no número de fibras intermediárias (IIA) que parecem ser mais sensíveis a ação do hormônio insulina, entre outros.

(Site: treinamentoresistido.com.br/ Responsável: Dr. José Maria Santarém, referência em musculação terapêutica para todas as idades e em todos os casos)

Conclusão

Diante de todo o quadro clínico da doença que foi apresentado, bem como os aspectos e a importância do exercício físico para a melhora da qualidade de vida do diabético, pode-se concluir que a prática sistematizada de exercício físico bem orientado pode contribuir para a redução dos níveis de glicose plasmática.

E até mesmo em alguns casos, reduzir o número de medicamentos administrados pelo indivíduo, promovendo uma melhor qualidade de vida.

Vale ressaltar que todo e qualquer indivíduo que inicie um programa regular de exercícios físicos, principalmente o diabético, deverá passar por consulta médica e uma anamnese criteriosa e detalhada com o profissional de educação física.

Isso para que o professor, visando o conhecimento do quadro clínico e funcional do aluno, ofereça um programa de treino que possa melhorar a saúde do aluno como um todo e minimizar o risco de desenvolvimento de doenças associadas e lesões em decorrência das sessões de treino.

Referências bibliográficas

Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

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