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Estudando sobre o Treinamento Funcional você eventualmente irá se deparar com os termos “cadeia cinética aberta” e “cadeia cinética fechada”. Junto deles, ainda, provavelmente será possível encontrar vários exercícios que podem ser usados em aula. Mas qual seria o melhor tipo para o TF?

O Treinamento Funcional está sempre em busca de um trabalho global que consiga aprimorar as capacidades motoras dos alunos. Por isso, você está no caminho certo se quer descobrir qual tipo de cadeia é mais pertinente para essa modalidade.

Explicarei neste artigo um pouco mais sobre o conceito de cadeias cinéticas e como elas estão relacionadas ao TF. Também aprenderemos qual delas é mais benéfica para nossa aula e como decidir se o exercício é bom ou não. Quer descobrir tudo isso? É só continuar lendo.

O que é uma cadeia cinética?

O conceito de cadeias cinéticas, na verdade, tem suas origens na mecânica. Nessa área, as cadeias são um conjunto de elos rígidos capazes de fazer um movimento em resposta a um estímulo. Isso é bastante parecido com o comportamento das articulações, como alguns autores apontam desde 1973.

O primeiro estudioso a usar o termo para se referir aos movimentos humanos foi Stendler. Ele se baseou em teorias de cinemática fechada e links e aplicou-as ao movimento humano.

Dessa maneira, o termo começou a ser usado também para humanos. A única diferença é que no corpo os elos rígidos da mecânica se transformam em articulações.

Você lembra que o corpo é um todo conectado? Além das fáscias, também temos as cadeias para explicar isso. Isso quer dizer que, ao analisar um movimento, é preciso analisar também como ele se encaixa dentro da cadeia cinética em questão.

De acordo com as cadeias cinéticas, o corpo é um conjunto de segmentos. Quando movemos um deles, os outros se ativam sequencialmente. Um movimento de tornozelo, por exemplo, levaria a um movimento de joelho, quadril e assim por diante. Isso também é tratado na abordagem articulação por articulação.

Para diferenciar os tipos de exercícios e movimentos que encontramos nas atividades físicas surgiram mais dois conceitos: cadeia cinética aberta e cadeia cinética fechada. Vamos entender o que é cada uma delas?

Cadeia cinética aberta (CCA)

Faça uma visita a uma academia de musculação. Lá, você encontrará dezenas de exemplos de exercícios em cadeia cinética aberta. Podemos considerar que um movimento é dessa categoria quando a extremidade que o realiza está livre no espaço.

Para um exemplo mais claro, pense em uma cadeira extensora. Nela o corpo está estático, sem fazer qualquer movimento enquanto o exercício é realizado. Apenas os membros inferiores estão “soltos” para fazer o esforço.

Apesar de ser na academia que encontramos os exemplos mais claros de movimentos em CCA, outras modalidades também os utilizam. Um jogador de futebol que chuta uma bola, por exemplo, também tem seu membro inferior livre – ou seja, sem encontrar resistência.

Antes de modalidades como Treinamento Funcional ficarem populares, os movimentos em cadeia cinética aberta eram os mais usados. Podemos ver isso tanto na prática de atividade física quanto na reabilitação. Apesar disso, os movimentos em cadeia cinética fechada também se popularizaram bastante. Leia abaixo.

Cadeia cinética fechada (CCF)

A principal diferença entre os movimentos em CCA e CCF é o número de articulações recrutadas. Enquanto a CCA utiliza uma ou poucas articulações e tem influência mínima nas demais, a CCF faz um trabalho mais global.

Movimentos em cadeia cinética fechada são aqueles nos quais as extremidades do corpo encontram resistência ou estão fixas. Eu sei que sempre menciono esse exercício, mas ele realmente é um bom exemplo: o agachamento.

Ao agachar, os membros inferiores encontram resistência do solo. Assim, o movimento que começa nos membros inferiores se espalha para todo o resto da cadeia cinética.

Esse conceito recebeu atenção primeiro dos profissionais da reabilitação – os fisioterapeutas foram os primeiros a usar a CCF para os exercícios. Posteriormente, a Educação Física seguiu essa tendência, adotando esses movimentos inclusive no Treinamento Funcional.

Qual é melhor: cadeia cinética aberta ou fechada?

Costumamos ouvir que é melhor usar cadeia cinética fechada por constituir exercícios mais funcionais. Então seria de se esperar que o TF optasse só por exercícios em CCF, certo? Bom, nem sempre.

Não podemos generalizar e dizer que CCF é funcional e CCA não é. Existem exercícios em cadeia cinética fechada que podem não ser funcionais. Explicarei em seguida como isso pode acontecer.

Imagine um aluno fazendo um leg press. Podemos dizer que esse exercício é em cadeia cinética fechada, já que os pés encontram resistência. Porém ele não é um movimento completamente funcional. Algo muito mais funcional seria fazer um agachamento livre, por exemplo (que também é em CCF).

Deu para entender que nem todo exercício em CCF é funcional, certo? Mas e as cadeias cinéticas abertas: nenhum desses exercícios é funcional, não é? Também não.

Alguns exercícios em cadeia cinética aberta podem ser funcionais. Muitos dos movimentos que realizamos diariamente com os ombros, por exemplo, pertencem a esse tipo de cadeia. E, agora que já desmistificamos as cadeias cinéticas fechadas e abertas, podemos falar livremente sobre os benefícios de cada uma. 

Vantagens de usar cadeias cinéticas fechadas

Nem todos exercícios em CCF são funcionais, mas a maioria dos movimentos funcionais são em CCF. Por isso, é mais comum encontrar exercícios desse tipo no Treinamento Funcional. Alguns exemplos disso são pranchas, agachamentos, flexões e afundos.

Outra vantagem dos exercícios em CCF seria a maior estabilidade que conseguimos ao realizá-los. Esse, aliás, é um dos motivos que destacou a cadeia fechada na reabilitação. Em pacientes que já apresentam certa instabilidade articular, exercícios que ajudam a manter o corpo estável são preferíveis.

Mas o que dizer do Treinamento Funcional? A não ser que o profissional direcione sua prática à reabilitação, os alunos costumam ser pessoas razoavelmente saudáveis.

Isso não justifica deixar de se preocupar com possíveis lesões e patologias. Se você conseguir melhorar a estabilidade do aluno num exercício, faça. E isso certamente te levará a usar mais exercícios em cadeia cinética fechada.

O Treinamento Funcional também dá mais preferência a esse tipo de exercícios porque eles fornecem estímulos proprioceptivos ao aluno. Assim, a coordenação motora também ganha ao realizar movimentos como o agachamento.

Por envolver um maior número de articulações, esses movimentos em geral são mais complexos. Portanto, eles ajudam o praticante a melhorar todas suas capacidades motoras, algo muito importante nesse tipo de treinamento.

Cadeia cinética aberta no Treinamento Funcional

Então quer dizer que a cadeia cinética fechada é tudo de bom e podemos esquecer as CCAs? É claro que não! Na hora de escolher os exercícios para sua aula, você deve considerar não só sua funcionalidade, mas também as necessidades do aluno.

A maior vantagem dos exercícios em CCA está no trabalho isolado de musculaturas. Na verdade, essa característica pode ser tanto um benefício quanto um problema, dependendo de como for usado. Ou seja: um exercício em CCA bem usado na aula será ótimo.

Pense em um aluno que tem dificuldade de ativar os glúteos na hora de agachar, por exemplo. Se você instruir esse aluno a fazer o exercício sem preparação alguma ele certamente não irá agachar da maneira certa e vai compensar em outra musculatura. Nesse sentido, temos que os exercícios em cadeia aberta ajudam a consertar deficiências e compensações nos alunos.

A maioria das pessoas tem dificuldade para focar em um grupo específico durante um movimento em cadeia cinética fechada. Nesse caso, uma boa opção é usar CCA para preparar o movimento.

Como escolher os exercícios

Sabendo que tanto exercícios em CCA quanto em CCF são benéficos, parece difícil escolher o que incluir na sua aula. A verdade é que a cadeia cinética é importante, mas analisar cada exercício individualmente é ainda mais essencial.

Entender como a cadeia funciona ajuda o profissional a compreender como o corpo se comporta durante o movimento. Sabendo as relações entre cada articulação, você pode inclusive descobrir como essas partes se influenciam no caso de uma patologia. Uma dor no quadril, por exemplo, pode ter origem num joelho com movimento pouco funcional.

Já a escolha dos exercícios deve estar completamente relacionada ao aluno. Talvez seja melhor para seu corpo um exercício em cadeia cinética aberta e que ajude a corrigir uma fraqueza muscular.

Por isso, minha dica é: analise cada um dos exercícios e decida se servem para o propósito da aula. Claro que, ao fim do planejamento, você estará usando mais movimentos em cadeia fechada, mas aqueles feitos em cadeia aberta também podem ser incluídos.

Cadeias cinéticas na reabilitação

Quanto tratamos sobre a reabilitação, os exercícios em cadeia cinética fechada também costumam ser maioria. Mas, ao trabalhar com pacientes sofrendo de patologias ou lesões, precisamos ter muito mais atenção ao tipo de exercício usado.

Como mencionei anteriormente, exercícios em CCA nos ajudam a corrigir desequilíbrios e melhorar a ativação de musculaturas isoladas. Muitas vezes esse é um processo necessário na reabilitação.

Portanto, na hora de decidir que exercícios aplicar pense na avaliação que já fez do aluno. Talvez ele precise desenvolver habilidade proprioceptiva, estabilidade e coordenação. Nesse caso, use exercícios em CCF à vontade.

Por outro lado, se existir algum grande desequilíbrio muscular que precise de correção, não tenha medo de usar cadeias abertas. E, ainda, uma mistura dos dois tipos de exercícios, desde que feita corretamente, pode te dar ainda mais resultados que uma aula só usando a CCF.

Exercícios em cadeia fechada

Para melhorar um pouco a compreensão, mostrarei aqui 3 exemplos de exercícios em cadeia cinética fechada. Você pode usar todos eles nas suas aulas de Treinamento Funcional.

 

  • Flexão na Medicine Ball

 

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  • Ponte dinâmica no rolo

 

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  • Prancha dinâmica com abdução de MMS

 

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Exercícios em cadeia aberta

Por fim, seguem alguns exemplos de exercícios em cadeia cinética aberta.

 

  • Mobilidade de quadril

 

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  • Elevação lateral

  • Flexão lateral

 

Conclusão

Na hora de decidir se um exercício deve ou não ser usado em aula o que realmente importa é a necessidade do seu aluno. Mesmo que as cadeias cinéticas sirvam como guia para a escolha de movimentos, não devemos nos convencer só por causa delas.

Existe, sim, uma preferência pelo uso da cadeia cinética fechada no Treinamento Funcional. Isso acontece porque ela é capaz de trabalhar várias musculaturas e habilidades ao mesmo tempo. Por esse motivo, a maioria dos exercícios utilizados na modalidade são desse tipo de cadeia. O mesmo pode ser dito para outros métodos, como o Pilates.

Em geral, profissionais da reabilitação também preferem utilizar movimentos em cadeia cinética fechada. Mas devemos observar que, trabalhando com alunos sofrendo de patologias, devemos prestar ainda mais atenção aos seus desequilíbrios.

O fato de um exercício ser em cadeia cinética aberta não deve automaticamente excluí-lo do seu repertório. Na hora de decidir o que usar no Treinamento Funcional você deve pensar em algo que:

  1. Seja funcional;
  2. Contribua para o objetivo da aula;
  3. Auxilie seu aluno a melhorar seus padrões de movimento;
  4. Seja transferível;
  5. Corrija problemas de movimento do aluno.

Cumprindo tais objetivos, sua aula de Treinamento Funcional se tornará mais completa e eficiente.

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