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No último artigo, falei sobre o funcionamento da motivação. Expliquei como ela se forma e também qual é sua importância para a prática habitual de exercícios físicos. Agora, vamos falar sobre como começar a transformar nossos hábitos para, enfim, chegar ao momento em que hábitos saudáveis – como a prática regular de exercícios físicos – se instaurem, fazendo com que tal comportamento se torne algo automático.

Inicialmente, precisamos compreender como um hábito se forma. Para isso, pense na seguinte situação: seu futuro cliente está projetando começar a treinar, mas acorda com o horário contado para ir trabalhar e, ao chegar cansado do trabalho, ele desmonta no sofá e liga a televisão. 

Nesse momento, ele pode ter esquecido que tinha planejado treinar ou, caso lembre, não consegue deixar de pensar na tortura que seria levantar-se para suar. E mais: com a fome que está, além de não treinar, ele acaba pedindo um fast food para recompensar seu dia cansativo.

E então, o que fazer nesse momento? Como reverter esse quadro e criar hábitos saudáveis que evitem a má alimentação e o sedentarismo? Continue lendo para descobrir.

Como funcionam os hábitos e a motivação

No contexto deste aluno retratado anteriormente, perceba uma coisa: quando falamos de motivação, estamos falando de um processo psicobiológico que lhe dá percepções sobre o que vale ou não à pena ser feito. Assim, temos que os hábitos se formam pelo fato do nosso encéfalo perceber que liberamos mais dopamina para um comportamento do que para outro.

Após uma série de ocorrências, um comportamento torna-se automático (hábito), sendo ele benéfico para sua saúde ou não. Ou seja: hábitos saudáveis e não saudáveis podem instalar-se da mesma maneira.

Sendo assim, o seu futuro cliente (do exemplo acima) deixou a parte inconsciente decidir por ele, pois ele não deliberou o que faria em relação ao treino para o próximo dia e segue em seus comportamentos automáticos até que o dia acabe.

Note como esse processo ocorre: tudo que se torna automático (seja bom ou ruim para sua saúde) é percebido como vantajoso para seu encéfalo, pois dessa forma ele gasta menos energia.

Escolhas como acordar um pouco mais tarde ao invés de acordar cedo para treinar, chegar em casa e relaxar comendo um fast food cheio de energia ao invés de ir treinar, entre outros, passam a exigir alguma disciplina e persistência.

Isso porque, estando no automático, o encéfalo se inunda de dopamina, uma vez que os comportamentos que ocorrem até aqui são percebidos como mais prazerosos. Assim, é óbvio que sem estratégia seu cliente vai preferir continuar do jeito que está, mesmo sabendo conscientemente que deveria se alimentar melhor e começar a se exercitar. 

Mas, então, como essa pessoa pode reverter esse quadro e criar novos hábitos saudáveis? Descubra a seguir.

A estrutura dos hábitos 

Levando essa situação em consideração, notamos que, além de criar um novo hábito (treinar), precisamos compreender como quebramos um antigo hábito que não está nos ajudando.

Na situação do exemplo temos uma pessoa que criou o hábito de acordar em cima da hora para o trabalho e desmoronar no sofá e pedir comida no fim do dia – apesar de compreender que não são comportamentos saudáveis e que precisa começar a se exercitar.

Sendo assim, temos alguns comportamentos que ele deveria deixar de realizar e um que deveria incluir, certo? Voltando a como o hábito se forma, precisamos olhar para os seguintes pontos chave:

  • Gatilho;
  • Comportamento;
  • Recompensa.

Todo comportamento se dá pelo gatilho e é repetido pela recompensa. Seu futuro cliente teve tais atitudes:

  • Dormiu tarde (gatilho para acordar em cima da hora);
  • Dormiu um pouco mais pela manhã, quase se atrasando para o trabalho (comportamento);
  • Mas aproveitou alguns minutos a mais na cama (recompensa).

Nesse caso, se o inconsciente percebe que acordar em cima da hora libera uma quantidade satisfatória de dopamina, ele vai te motivar a repetir esse comportamento até isso se tornar um hábito.

Seguindo, ao chegar em casa, ao invés de treinar, seu futuro cliente se joga no sofá pois está muito cansado e com fome (gatilhos) e fica assistindo televisão enquanto come seu fast food (comportamento) e aproveita o resto do dia assistindo sua série favorita com seu combo com fritas e refrigerante grande (recompensa).

A partir disso, percebe-se que é preciso quebrar este ciclo vicioso. Veja abaixo como realizar esse processo. 

Como criar hábitos saudáveis

Nesse ponto você já deve ter entendido que, para começarmos a alterar os hábitos devemos identificar o gatilho e agir sobre ele. Sendo assim, seu futuro cliente deve elaborar uma estratégia de ações simples, mas que vão refletir muito claramente em seu comportamento, podendo facilitar o processo de início de uma nova rotina e de novos hábitos saudáveis.

Por exemplo: se você o ajudar a identificar esses gatilhos, você também pode fazer com que ele perceba em qual deles é mais fácil começar a agir. Expliquei abaixo como algumas abordagens comportamentais que podem ajudar.

O cliente pode, por exemplo, perceber que para ele é mais fácil acordar mais cedo para treinar do que treinar depois do trabalho. Assim, ele deve identificar o gatilho (ir dormir muito tarde) e agir sobre ele.

Definido qual gatilho vai ser abordado, precisamos definir as ações. Para isso, a seguinte pergunta pode ajudar: o que você acha que consegue fazer para conseguir dormir mais cedo? Ao responder, o cliente deve analisar se aquela é uma ação que ele pode facilmente concluir, pois se for algo que ele perceba como muito complicado de fazer, as chances de fracassar são muito grandes.

No caso do cliente perceber que para ele é mais fácil se organizar para treinar depois do trabalho, os gatilhos são cansaço e fome. Nesse contexto, tenhamos em mente que a fome interfere diretamente na percepção de bem estar, fazendo com que nos sintamos mais cansados do que se não estivéssemos com fome.

Aqui, pode-se atacar o gatilho fome, sugerindo que ele leve algo prático para comer durante o expediente para não chegar no fim do dia só pensando em descansar e comer.

Conclusão

Em resumo, podemos concluir que a prática de exercícios físicos está diretamente relacionada ao comportamento. Portanto os profissionais de Educação Física devem entender também de comportamento e da criação de hábitos saudáveis, uma vez que por vezes a disciplina e a motivação dependerão de uma estratégia. Por mais simples que seja, os seres humanos viciam na química gerada por seus comportamentos recorrentes.

A partir dessa percepção, compreendemos que algumas pessoas têm muita dificuldade de começar a treinar. Ainda, percebemos que isso não se trata de uma simples preguiça, mas sim de um processo comportamental que pode se transformar com um olhar um pouco mais atento dos profissionais.

Sendo assim, gostaria que sua próxima anamnese se iniciasse com a seguinte pergunta: qual é sua maior dificuldade em relação ao exercício físico? Comece procurando remover as barreiras que seu futuro cliente acredita ter em relação à uma rotina mais saudável.

No próximo artigo falaremos sobre como e quando o exercício passa a se tornar um hábito prazeroso, bem como métodos para facilitar esse processo. 

Grupo VOLL

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