A priorização dos exercícios físicos é algo que não fazia parte da rotina das pessoas. Pelo menos até pouco tempo atrás. Segundo dados do IBGE, em 2019, apenas 30,1% dos brasileiros eram fisicamente ativos. No entanto, esse cenário vem se transformando e a prática de atividade física pós-pandemia tem ganhado repercussão no hábito da sociedade.
Nos últimos anos, a conscientização sobre saúde e bem-estar está crescendo cada vez mais, reflexo da mudança de comportamento causada pela pandemia.
Ou seja, hoje, levar uma vida ativa e saudável se tornou uma prioridade para grande parte das pessoas.
Mas como se deu essa virada? De que forma a Covid-19 contribuiu para aumentar a prática de exercícios físicos? Quais as tendências fitness para o chamado pós-pandemia?
Neste texto, além de ter todas as respostas para essas perguntas, você vai entender por que manter a atividade física pós-pandemia se tornou essencial na busca por maior qualidade de vida. Portanto, continue conosco e boa leitura!
Os hábitos de consumo e o aumento da atividade física pós-pandemia
Conforme adiantamos, a pandemia do novo coronavírus gerou um aumento na preocupação com saúde e bem-estar.
Durante o isolamento social, muitos consumidores recorreram à internet em busca de produtos que passassem a sensação de conforto e segurança.
De acordo com uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company, 68% dos participantes passaram a priorizar a saúde depois do início da quarentena.
Essa cultura de “autocuidado” também repercutiu na prática habitual de exercícios físicos.
Afinal, a priorização de atividades físicas pós-pandemia está relacionada à preocupação das pessoas em manter um bom condicionamento.
Portanto, a prática de se movimentar em casa foi a solução encontrada por muitos diante do fechamento das academias.
Com o auxílio de acessórios para cross training, corrida, yoga e de um celular, muitas pessoas se esforçaram para manter suas metas de treinos que tinham pré-pandemia.
“Acessórios para academia em casa?”
Sim! E essa é uma das tendências fitness em 2022 que deve se manter para os próximos anos. Afinal, com a ajuda de equipamentos mínimos é possível sim ter um espaço para praticar exercício em casa.
Mas será que mesmo após a retomada da economia e a reabertura das academias, as pessoas irão continuar se exercitando em casa?
Tudo indica que sim, a ideia de “academia em casa” no pós-pandemia é trazer praticidade para dias mais corridos, mas elas funcionarão como parte de um modelo híbrido, onde as pessoas também frequentam as academias locais em dias alternados.
Priorização de metas para ter bem-estar
A pesquisa da McKinsey revela também quais atividades os brasileiros priorizam na procura por bem-estar. Essas prioridades determinam os gastos com conforto, conforme indicado no infográfico sobre a priorização de bem-estar e tendências fitness pós-pandemia.
1. Saúde
As pessoas estão cada vez mais cuidando da saúde com as próprias mãos.
Isso é possível graças à tecnologia e dispositivos que as ajudam a monitorar os sintomas entre consultas médicas.
2. Aparência
Esta categoria envolve principalmente roupas desenvolvidas para promover o bem-estar, além de produtos de beleza (como cuidados com a pele e suplementos de colágeno, por exemplo).
3. Fitness
Para muitas pessoas, o conceito de bem-estar também está relacionado à priorização de atividades físicas.
Melhorar o condicionamento físico tem sido um desafio desde o início da pandemia.
4. Nutrição
A alimentação sempre fez parte do bem-estar das pessoas, mas agora os consumidores querem que sejam saborosos e, ao mesmo tempo, os ajudem a atingir suas metas.
Nesse sentido, muitos fazem uso de aplicativos de nutrição, que oferecem programas de dieta e serviços de alimentação por assinatura.
5. Mindfulness
Os relatos de sofrimento mental durante a pandemia aumentaram a aceitação dos aplicativos de relaxamento e meditação.
Além disso, mais da metade dos consumidores em cada um dos países pesquisados disseram que querem priorizar mais a atenção plena.
6. Sono
A Covid também impactou negativamente o sono das pessoas, que expõem o desejo de dormirem melhor.
Os rastreadores de sono habilitados para aplicativos e outros recursos têm sido usados para elevar a qualidade do sono dos entrevistados.
Como a tendência fitness aumentou a procura por atividade física pós-pandemia?
Um estudo feito pela WW, junto com o Instituto Kantar mostrou que a pandemia motivou 21% dos brasileiros a quererem um estilo de vida mais equilibrado.
Enquanto isso, 43% dos entrevistados dizem que, por causa da Covid-19, não conseguiram alcançar suas metas de saúde e fitness, mas que pretendem retomar seus objetivos ainda este ano.
Boa parte do público fitness certamente retornará para a academia em busca de cumprir seus objetivos de saúde e manter a atividade física no período pós-pandemia.
Mas nem todos consideram essa opção. Muitos continuarão no fitness virtual, que, durante o isolamento social levou a um grande aumento nas assinaturas de aplicativos de atividade física em todo o mundo.
Segundo uma publicação do Fórum Econômico Mundial, o mercado de aplicativos fitness registrou um aumento de 48,8% entre 2019 e 2020.
O segmento continuará promissor, pois, estima-se ainda um crescimento de 17% a 17,6% para os próximos cinco anos.
Logo, podemos afirmar que essa crescente priorização de atividades físicas tem impulsionado o mercado e criado tendências para o setor.
A mais forte delas está voltada para a utilização de tecnologias vestíveis (wearables), considerada a incorporação de dispositivos inteligentes em roupas, calçados e acessórios.
O exemplo mais clássico que temos é o relógio inteligente. Em geral, esse dispositivo é usado para monitorar a saúde e o desempenho do usuário durante a prática de exercícios físicos.
Além disso, as academias caseiras também vieram para ficar. Afinal, há quem prefira se movimentar em casa, usando o peso do próprio corpo para frequentar um espaço local.
Em outros casos, treinar em casa é a melhor opção para quem não dispõe de muito tempo livre.
Além dessas, há diversas outras tendências fitness para 2022. Confira a seguir as principais:
- Tecnologia vestível;
- Academias caseiras;
- Atividades ao ar livre;
- Treinamento de força com pesos livres;
- Exercício para perda de peso;
- Treinamento com personal;
- Aulas de exercício on-line ao vivo e sob demanda;
- Coaching de saúde e bem-estar.
Conclusão
Sabemos que a pandemia impactou negativamente a saúde pública, bem como praticamente todos os segmentos empresariais, dentre eles o mercado fitness.
Mas a priorização de atividades físicas pós-pandemia criou novos hábitos e o cuidado com o bem-estar hoje já faz parte da rotina das pessoas.
Muitos despertaram a consciência sobre a importância de levar um estilo de vida saudável e isso representa um futuro promissor para a Educação Física.
Referências Bibliográficas
https://www.mckinsey.com/industries/consumer-packaged-goods/our-insights/sweating-for-the-fitness-consumer/pt-BR
https://boaforma.abril.com.br/equilibrio/66-dos-brasileiros-amam-corpo-perder-peso/
https://www.grandviewresearch.com/industry-analysis/fitness-app-market
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/11/18/menos-de-35-dos-brasileiros-faz-exercicios-por-lazer-diz-pesquisa-do-ibge.htm#:~:text=IBGE%3A%2030%25%20dos%20brasileiros%20se%20disseram%20fisicamente%20ativos%20em%202019,-Imagem%3A%20iStock&text=Divulgada%20hoje%20(18)%20pelo%20IBGE,doen%C3%A7as%20cr%C3%B4nicas%20e%20sa%C3%BAde%20bucal.