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Dor e dificuldade de movimentação dos membros superiores estão entre as maiores causas de procura por médicos ortopedistas, fisioterapeutas, acupunturistas e outras terapias. Diversas lesões estão muito associadas a casos de afastamento do trabalho e das atividades físicas e esportivas, em especial as patologias do ombro. Logo, as complicações mais conhecidas que afetam os ombros dos pacientes são a bursite, a tendinite e a síndrome do impacto.

Síndrome do impacto

imagem síndrome do impacto

Esta síndrome é o nome dado ao conjunto de sintomas dolorosos associados aos diagnósticos de inflamação das bursas e tendões da região do ombro, respectivamente, são a bursite e a tendinite.

Os sintomas, em indivíduos sedentários, podem aparecer como desde uma pequena dor para pegar um objeto no alto, até uma dificuldade para tirar uma camiseta ou pentear os cabelos.

Nos esportistas e indivíduos mais ativos, os que frequentam academias, por exemplo, essas dores podem aparecer somente durante a prática de exercícios. Por algumas dessas pessoas terem a musculatura já mais desenvolvida, no início eles tendem a perceber os sintomas apenas durante o esforço físico exacerbado e não em tarefas diárias.

Além disso, existem os casos de dores mais agudas, geralmente causadas por um trauma ou processo degenerativo avançado. Nessas situações, muitas vezes, já há ruptura total ou parcial dos tendões, ou mesmo lesões transfixantes, em que o tendão se solta por completo do osso.Nesses casos, o processo cirúrgico é o mais recomendado e, por vezes, inevitável.

Os maiores erros na busca de tratamentos para o ombro

Um dos maiores erros na hora de tratar a síndrome do impacto – ou qualquer outra lesão – é contar somente com a ajuda de medicamentos e não agir para mudar a situação. 

O pior cenário possível é quando o indivíduo acometido pela síndrome procura um médico não atencioso, que não fica nem 20 minutos com o paciente e não procura entendê-lo.  

Se o médico pede somente um raio x e não uma ressonância magnética ou uma tomografia computadorizada, ele não conseguirá elaborar um diagnóstico adequado tanto para o seu problema. Assim, o médico receitará apenas a velha receita de bolo, prescrevendo  anti-inflamatórios e 10 sessões de fisioterapia.

Portanto, com um atendimento e tratamento inadequado, que não leva em conta as especificações de cada paciente, a dor não será sanada e o problema não será resolvido.

A busca pelo tratamento ideal

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Para um tratamento eficaz, a primeira coisa que deve ser feita é procurar especialistas no assunto. Se você for consultar com um médico, pesquise por um especialista em ombro e pague por uma boa consulta.

Se for direto para uma terapia, procure por um profissional que  lhe dê atenção individualizada. Além disso, é importante que o terapeuta faça um intenso trabalho de anamnese, para identificar todas as causas e origens das dores e da lesão.

Também nessa avaliação fisioterapêutica, o profissional deverá ficar avaliar todo tipo de desequilíbrio muscular do paciente que pode ter influenciado no quadro de dores no ombro, como alterações posturais e estruturais. Vamos a alguns exemplos: 

Exemplo:

Vamos pensar em dois indivíduos com dor no ombro de causas muito parecidas.

Ao avaliar cada situação, percebe-se que ambos possuem retificação da coluna cervical, falta de mobilidade torácica e ombros protrusos (rodados para frente).

Porém, um deles é sedentário, enquanto o outro frequenta a academia onde faz esteira e musculação.

Além disso, investigando as atividades diárias de cada um, conclui-se que os dois trabalham horas à frente do computador, todos os dias há anos. Também, ambos têm uma tela de computador que fica muito mais baixa do que se deveria, levando-os a ficar com a cabeça para frente e para baixo muito tempo por dia.

O mouse e teclado ficam mal posicionados, fazendo com que os braços fiquem muito para frente e, consequentemente, os ombros também.

E por último, ambas cadeiras dos indivíduos analisados não possuem apoio para os braços, fazendo com que as musculaturas em torno do ombro fiquem sobrecarregadas.

Em muitos casos de pessoas sedentárias, quando os sintomas aparecem os danos já são mais severos do que aparentam, justamente por esse indivíduo ter sua musculatura enfraquecida pela falta de atividade física.

Já em quem é ativo fisicamente, por seus músculos e tendões serem mais fortes, os sintomas, talvez, indiquem apenas um estágio mais inicial da doença.

Porém, apesar das diferenças dos dois indivíduos, nos dois casos o tratamento será muito parecido: corrigir o equilíbrio muscular, eliminando as tensões miofasciais, alongando os músculos encurtados e fortalecendo as estruturas que irão estabilizar e manter a postura.

E é aí que o Treinamento Funcional de cunho terapêutico (TFT) será de enorme valia. Os princípios básicos dessa técnica são voltados à reabilitação e sua metodologia visa trabalhar as estruturas corporais do paciente como um todo. 

Por que fazer TFT para dores no ombro se eu não tenho nenhum outro problema no restante do corpo?

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Essa é uma excelente questão, e a resposta virá com duas outras perguntas:

1 – A partir do momento que eu sei que minha dor está associada a alterações posturais e desequilíbrios musculares, será que é melhor eu somente procurar eliminar a dor local? Não devo trabalhar o corpo todo para prevenir a reincidência da lesão e o aparecimento de outras? 

Ou então:

2 – Eu sei que minha lesão se deu por conta da minha fraqueza física generalizada e por conta de muito tempo sedentário. Isso fez com que minha estrutura muscular não desse conta de manter as articulações em ordem, gerando impacto nas bursas e tendões e as consequentes inflamações dessas regiões. Será que é possível resolver meu problema focando somente na região isolada onde está a lesão, sem fortalecer todas as estruturas que sustentam a parte do corpo dolorida?

O TFT trabalha o corpo como um todo, pois todas as nossas estruturas físicas agem em sinergia; todas possuem uma raiz nervosa e se conectam por cadeias musculares. Inclusive, existem diversas evidências de que alterações que vão dos pés ao quadril podem repercutir diretamente nos ombros.

Em qual momento do tratamento não devo procurar o TFT?

O TFT funciona muito bem em qualquer estágio inicial de dores osteomusculares (músculos, ossos e articulações) mas também é bom para estágios finais de uma reabilitação.

Porém, em casos de dores mais agudas, com limitação de movimentos e quando claramente há a indicação cirúrgica, o tratamento inicial deve ser realizado de maneira mais conservadora. 

Um médico fisiatra ou um fisioterapeuta especializado deverá cuidar desse estágio da lesão. Logo, o tratamento inicial se dará por analgesia local, com o uso de aparelhos como o ultrassom, eletroestimuladores, aplicação de laser e acupuntura.

Também, poderão ser utilizados alongamentos especializados, terapias miofasciais e um início de fortalecimento isométrico local no tratamento.

O TFT, portanto, não é o mais indicado nas fases mais agudas de complicações no ombro. Esta técnica deve ser aplicada mais à frente no processo de reabilitação do paciente.

Então como é possível reabilitar e tirar as dores de ombro com o TFT?

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A versatilidade e visão tridimensional do Treinamento Funcional Terapêutico fazem com que sua metodologia seja indispensável na reabilitação de patologias do sistema músculo esquelético.

Esta técnica é importante principalmente quando reconhecemos que as lesões (com exceção do trauma direto) possuem múltiplas causas, uma vez que o desequilíbrio muscular e as alterações posturais influenciam diretamente em complicações de diferentes partes do corpo humano. 

Portanto, no TFT é possível realizar exercícios que trabalhem simultaneamente:

  • alongamento e fortalecimento muscular;
  • mobilidade associada a estabilização segmentar;
  • fortalecimento do core central e “core” localizado (cintura escapular);
  • estabilização segmentar com fortalecimento muscular e assim por diante.

Então, para exemplificar uma aplicação prática, vamos imaginar um quadro clínico bem comum: dor na abdução do ombro acima de 90 graus, em um adulto sedentário.  

Logo, hipoteticamente, pelo resultado da ressonância magnética realizada nesse paciente, foi constatada bursite e tendinopatia do músculo supraespinhal. Assim, esse quadro resulta em uma síndrome do impacto.

Também vamos considerar as alterações estruturais mais presentes neste tipo de situação, as quais são: retificação cervical, hipomobilidade torácica, ombros protusos e aspecto de falta de tônus muscular em toda a região da cintura escapular.

Portanto, o protocolo mais básico e conservador de todos, na fisioterapia convencional, seria a analgesia com aparelhos e fortalecimento de manguito rotador.

Mas será que é isso que esse paciente realmente precisa? Estão sendo trabalhados todos os achados anátomo fisiopatológicos possíveis? Serão tratadas as causas ou os sintomas?

Então, para uma recuperação eficaz desse paciente, vamos pensar em 2 exercícios funcionais com raciocínio terapêutico, ou seja, Treinamento Funcional Terapêutico.

  • Remada baixa com rotação exterior 

Para esse exercício, utilizaremos uma fita de suspensão.

Além disso, é necessário um espaldar ou afins para aprendermos a fita.Então:

  • Primeiramente, regularemos a fita de suspensão na altura do meio da coxa do paciente;
  • Com o paciente posicionado de frente para a fita, iremos pedir a ele para segurar as manoplas e se posicionar de maneira que ele fique com os braços totalmente estendidos e o corpo inclinado para trás. Cerca de 30 a 45 graus;
  • Dessa maneira, iremos conscientizá-lo a manter as escápulas ativas, mantendo os ombros alinhados ao centro do corpo;
  • Dois comandos muito sugestivos e importantes são pedir para o paciente “abrir o peito” e manter os ombros afastados das orelhas;
  • Para a realização do exercício, iremos pedir que ele puxe os cotovelos para junto do corpo e, em seguida, rode os braços externamente (para fora);
  • Depois, devemos controlar a volta dos braços ao alinhamento dos ombros e estendê-los para frente novamente. Tudo deve ser feito com a consciência de manter as escápulas alinhadas;
  • Por fim,fazer 3 ou 4 séries de 10 a 15 repetições (vai depender da resistência inicial do paciente) com intervalo de 45 a 60 segundos de descanso entre as séries.

Portanto, note tudo o que estamos trabalhando em um simples exercício:

  • Estabilidade da coluna inteira para manter o corpo todo alinhado;
  • Força isométrica de cada cadeia posterior de membros inferiores;
  • Estabilidade da cintura escapular para manter o alinhamento dos ombros;
  • Fortalecimento de latíssimo do dorso, trapézio inferior e braquiorradiais (fase de puxada ou remada)
  • Fortalecimento de infraespinais, redondo menor e deltóide posterior (fase de rotação externa do ombro)

2. Rotação interna com flexão de braço

Para este exercício, seguiremos os seguintes passos:

  • Pediremos ao paciente que, virado de costas, segure as manoplas da fita, de modo que os cotovelos estejam flexionados em 90 graus juntos ao corpo;
  • Repetiremos o comando de “abrir o peito” e manter os ombros afastados das orelhas;
  • Em seguida, o paciente deve se inclinar para frente. Essa é a posição inicial;
  • Na primeira fase, pedimos que o paciente empurre a fita, de modo que estenda ombros e cotovelos e volte para a posição inicial;
  • Logo em seguida, com os cotovelos em 90 graus de flexão, o paciente deve rodar os ombros para fora e retorne;
  • Por fim, fazer 3 ou 4 séries de 10 a 15 repetições (vai depender da resistência inicial do paciente) com intervalo de 45 a 60 segundos de descanso entre as séries.

Portanto, esse exercício está trabalhando:

  • Estabilidade do core;
  • Fortalecimento isométrico de toda cadeia anterior de membros inferiores;
  • Estabilidade da cintura escapular;
  • Fortalecimento de deltoide anterior, peitorais, tríceps braquial (flexão de braço) e
  • Fortalecimento peitoral maior, grande dorsal, subescapular e deltóide anterior (rotação interna)

Estes dois exercícios já compreendem muito do que é necessário para fortalecer grande parte dos músculos responsáveis por livrar do impacto as articulações, o que desencadeia inflamações nas bursas e tendões. Além disso, como benefício extra, estas práticas ajudam a fortalecer o corpo, aumentando a sinergia dos movimentos.

Conclusão

Cada organismo possui suas próprias individualidades, e é por isso que se dá a extrema importância da avaliação e reavaliação do caso. Ademais, deve-se ter atenção e cuidado com o quadro de cada paciente. Logo, o Treinamento Funcional Terapêutico é um excelente aliado nas fases iniciais ou crônicas de uma dor ou lesão, além de ser ótimo para as fases finais de uma reabilitação. Além disso, esta técnica é muito indicada na prevenção esportiva.

Por fim, concluo que, como sempre, o caminho é o estudo contínuo; devemos procurar sempre a evolução profissional para ajudarmos cada vez mais os nossos pacientes e alunos.

Referências:

https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/6564

SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana: Cabeça, Pescoço e Neuroanatomia. 24 ed. Rio De Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2018

GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017

https://ijrep.org/wp-content/uploads/2018/01/esmithet_al_spring2016.pdf

https://research.usc.edu.au/discovery/fulldisplay/alma99448883602621/61USC_INST:ResearchRepository?tags=scholar

https://www.amjmed.com/article/S0002-9343(05)00084-7/fulltext

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4301231/

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