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Não é novidade que os exercícios físicos são essenciais para a manutenção da saúde do corpo humano. Um estudo feito por pesquisadores brasileiros aponta qual a frequência e o nível de carga ideais para combater a hipertensão

Mas os benefícios que a musculação proporciona para o tratamento de uma doença crônica e cardiovascular como a hipertensão fazem parte de uma descoberta recente. 

De acordo com os especialistas, o protocolo mais assertivo envolve treinos de força durante dois ou três dias por semana, com carga de moderada a alta.

Essa estratégia foi abordada no artigo publicado na revista internacional Scientific Reports. O estudo consiste em uma revisão sistemática com meta-análise de ensaios clínicos, feito em colaboração entre pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP). 

Os resultados apresentados são importantes para a condução segura da musculação em indivíduos que sofrem com pressão alta.

Atingindo muitos brasileiros, a hipertensão pode ser combatida através da musculação! Continue a leitura para saber mais.

Hipertensão no Brasil

Um relatório do Ministério da Saúde mostrou que, nos últimos 15 anos, houve um crescimento de 3,7% no número de adultos hipertensos no Brasil. O levantamento ainda mostrou serem os homens os principais atingidos pela hipertensão, que pela via de regra, pode acometer pessoas independentemente de gênero, raça e idade. 

Ao todo, estima-se que existam, aproximadamente, 30 milhões de brasileiros com hipertensão

No exame clínico, a pressão alta ocorre quando, durante a aferição da pressão arterial em repouso, a leitura relata índice igual ou superior a 14 por 9. O sedentarismo, obesidade, estresse, hereditariedade, consumo de bebidas alcoólicas e excesso de sal na alimentação são possíveis causas relacionadas ao desenvolvimento da doença. 

A pressão alta impacta o organismo, elevando o nível da pressão sanguínea nas artérias. Por essa razão, configura risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio e insuficiências cardíaca e renal, fatores que demandam a necessidade de mantê-la controlada, preferencialmente abaixo de 12 por 8. 

Em determinados casos, o controle imediato parte da intervenção de remédios hipertensivos.

Tais medicamentos atuam como vasodilatadores e são prescritos e acompanhados por um médico especializado. Mas, mesmo quando está em curso o tratamento farmacológico, mudanças estruturais no estilo de vida proporcionam inúmeros ganhos para a saúde. 

Caso consiga ser estabelecida uma rotina saudável de exercícios e alimentação balanceada, o profissional que avalia o paciente pode diminuir a dosagem ou até suspender a medicação. 

Musculação é aliado no combate à hipertensão

Como mencionado, o comportamento sedentário e o excesso de peso criam um ambiente favorável para hipertensão.

Isso porque, como explica o cardiologista José Luís Aziz, no artigo científico “Sedentarismo e hipertensão arterial”, veiculado na Revista Brasileira de Hipertensão, a correlação inversa entre esses padrões comportamentais com a hipertensão e a mortalidade cardiovascular é explícita. 

A publicação deste estudo data de 2014, portanto, as orientações no combate à pressão alta incluem atividades aeróbicas regulares de nível moderado, ou seja, natação, corridas e ciclismo por meia hora, durante 5 a 7 dias por semana. 

Por muito tempo essa foi a recomendação médica para o tratamento de pacientes hipertensos. Agora, com a novidade dos pesquisadores da Unesp e da USP, tem-se outra estratégia que utiliza o treinamento de força para ajudar quem sofre desse mal. 

A professora Giovana Rampazzo Teixeira coordenou essa pesquisa de publicação internacional e, em entrevista à Agência Fapesp, detalhou que para chegar à recomendação foram levantados inicialmente 21.132 estudos científicos.

Desse montante, 14 contribuíram para a revisão sistemática do texto, em que se observou os benefícios hipotensivos dos protocolos de musculação de intensidade de carga moderada e alta. 

Com base nas análises, os cientistas perceberam vantagens, para jovens e idosos, nos treinamentos com mais de 60% da carga de repetição máxima, que é considerada a maior intensidade que a pessoa hipertensa suporta. 

Isto é, se 10kg são o limite, a carga deve estar igual ou acima de 6kg para diminuir a pressão arterial. A frequência também é importante, pois deve ser feita pelo menos duas vezes a cada 7 dias, ao longo de 8 semanas. 

Mesmo com as evidências de vasodilatação e do acréscimo quantitativo do composto que aumenta o diâmetro dos vasos sanguíneos, o óxido nítrico, a coordenadora do estudo aponta a necessidade de novas pesquisas, a fim de apurar quais e como as moléculas atuam no organismo durante a musculação.

Por enquanto, os efeitos são evidentes e perenes na melhora da frequência cardíaca e oxigenação.

Estilo de vida saudável

De caráter mais urgente, os remédios são eficientes no tratamento da hipertensão. Só que pensando a longo prazo e qualidade de vida esse cuidado deve vir acompanhado de uma verdadeira transformação nos hábitos cotidianos. 

A mudança pode ser difícil, sobretudo para quem não tem o costume de se exercitar. Uma rotina rígida e a contratação de profissionais especializados, como um personal trainer, auxiliam no rompimento com o padrão de comportamento sedentário. 

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que adultos façam algum tipo de exercício por, pelo menos, 300 minutos semanalmente ou 150 minutos, em casos de atividade física intensa e não contraindicada. 

A sugestão da agência corrobora com os achados científicos e reforça os benefícios de manter o corpo em movimento. 

Conclusão

Construir uma dieta equilibrada em nutrientes e com pouca adição de sal também é fundamental no combate à hipertensão. Brasileiros consomem, em média, 12 gramas de sal todos os dias, enquanto o recomendado pela OMS é de 5 gramas diárias.

A ingestão excessiva desse condimento está diretamente associada com a pressão alta, sendo hipertensos ou não, o melhor é evitar comidas muito salgadas. 

De modo a complementar os alimentos que chegam aos pratos, o consumo de suplementos vitamínicos e de aminoácidos como whey protein e creatina funciona como um poderoso aliado na produção de energia e força. 

As substâncias presentes nas cápsulas modernas ajudam na performance durante o treinamento de força e aprimoram a saúde ao manter os músculos abastecidos para desempenhar suas funções, como, por exemplo, as metabólicas, de circulação sanguínea, respiratória e digestiva.

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