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O presente artigo tem como intuito a desmistificação da prática de atividade física realizada no período gestacional de mulheres de toda faixa etária, apresentando seus benefícios e promovendo a saúde da mulher e da gestante.

Em pleno século XXI, o nível de atividade física em mulheres ainda deixa a desejar. Um estudo realizado na cidade de São Paulo, mostra que 47,3% das mulheres não atendem as recomendações de atividade física proposta pelo ACSM (Colégio Americano de Medicina Esportiva).

Antigamente, a prática de exercício físico durante a gravidez não era aconselhada. Nesse período era corroborado que as mulheres deveriam diminuir ainda mais o ritmo de exercício físico, reforçando cada dia mais a tendência para o sedentarismo feminino nessa época. Muitos médicos apoiavam esse hábito nocivo, seja por pura falta de bases cientificas ou por falta de uma orientação adequada de um profissional da área especializado no assunto.

Hoje em dia, algumas instituições conceituadas mundialmente, como a American College of Sports Medicine e o American College of Obstetricians and Gynecologists citado por Vaisberg e Mello, 2010, concordam que gestantes saudáveis não precisam parar de fazer exercício físico com medo de efeitos adversos.

Não existem evidências de aborto ou de ruptura da placenta, parto prematuro, sofrimentos fetal e anormalidades com bebê no transcorrer da gestação devido ao exercício. Pelo contrário, o exercício físico no período gestacional diminuiu de maneira significativa os riscos decorrentes do sedentarismo. Além disso, houve alterações próprias deste período promovendo saúde materna e fetal.

Por esta razão, o incentivo da prática de exercícios físicos durante a gestação se faz necessário. Separamos alguns benefícios:

  • Prevenção e redução de lombalgias;
  • Auxilio no controle da pressão arterial e do colesterol alto;
  • Diminuição de edema;
  • Prevenção ao diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia;
  • Melhora dos aspectos psicológicos (auto-imagem, ansiedade, bem-estar e humor);

Ainda existem algumas barreiras em relação à prática de exercícios na gestação. Especialmente devido à ausência de uma adequada prescrição, que deve ser feita a partir dos conhecimentos sobre as alterações que acontecem no organismo materno.

As mudanças no corpo

No primeiro trimestre de gravidez surgem os enjoos, vômitos, retenção de líquidos, dor nos seios, nas pernas e na barriga, mancha na pele, o intestino trabalha com mais lentidão, afetando o humor. A partir do segundo trimestre o crescimento da barriga causa má circulação no sangue, aparece o inchaço nas pernas e pés, a uma perda de equilíbrio corporal desalinhando a coluna vertebral, a mulher tem mais cansaço e fome. Já no terceiro trimestre o crescimento do bebê pressiona vários órgãos internos da mulher, causando falta de ar, azia, sensação de estomago cheio.

Nesse período estão presentes no corpo da mulher vários tipos de dores, muitas vezes em lugares que nunca imaginaram sentir. Isso tudo está associado ao aumento do peso, retenção de líquidos e alterações de todo o sistema que se modifica para o desenvolvimento do feto.

Existe também as alterações cardiovasculares, que modificam o comportamento cardíaco e consequentemente o respiratório, no final da gestação a frequência cardíaco se eleva de 15 a 20 batimentos por minutos. Há também um aumento do coração e do volume de sangue em circulação dessa forma a gestante fica menos favorável para execução das tarefas do cotidiano.

O centro de gravidade da gestante se desloca para frente, como forma de adaptação, o tronco desloca pra trás para uma melhor sustentação das mamas que provavelmente estão maiores. Os músculos também vão se adaptando, isso ocorre devido a um hormônio conhecido como relaxina, que por sua vez promove maior relaxamento do músculos e das articulações e frouxidão ligamentar.

A propriocepção abdominal diminui com o deslocamento de centro de gravidade pra frente. Por isso é importante ter um cuidado postural e um condicionamento adequado dos músculos fundamentais para as gestante.

Alteração do centro de gravidade na gestação

Nesse período, torna-se essencial o acompanhamento de fisioterapeutas e profissionais de educação física para orientar as gestantes. De tal forma que encontrem a melhor maneira para exercer suas atividades diárias com mais conforto, segurança e com menor risco de lesão possível.

Segundo Duarte e Lima, os exercícios físicos trazem benefícios tanto para a mulher quanto para o bebe durante e pós-gestação. Além disso, proporciona uma sensação de bem-estar e alivio das dores e inchaço decorrente da gestação.

Os principais benefícios são:

  • Diminuição de câimbras e redução do inchaço;
  • Melhora a aptidão física aeróbica e muscular;
  • Melhora na circulação sanguínea;
  • Fortalecimento da musculatura abdominal;
  • Redução do desconforto intestinal e melhora da digestão;
  • Melhora da postura corporal;
  • Melhor recuperação pós parto;
  • Maior controle respiratório, enviando mais oxigênio para bebê;
  • Controle do aumento de peso corporal;
  • Melhora do sono; melhora da auto estima e vários outros;
  • Volta mais rápido ao peso, melhora a força e a flexibilidade da pré-gestação;
  • Menor intervenção do obstetra;
  • Parto mais rápido e menos doloroso, facilidade a recuperar no pós-parto;
  • Estabelecimento de um estilo de vida saudável e permanente;

É necessário que toda gestante tenha um trabalho corporal a cada trimestre de gestação, adequando-se às alterações deste período. Praticar exercícios físicos proporciona uma melhora na capacidade cardiorrespiratória fazendo com que as atividades domesticas sejam mais fáceis.

As adaptações das mudanças posturais que acontecem nesse período são aceitas rapidamente e ainda obtém uma facilitação no parto. O exercício físico garante fortalecimento muscular, protegem as articulações e reduz os risco de lesões.

O exercício físico tem como objetivo melhorar a aptidão física e também busca um gasto calórico acima do basal. Mulheres que desejam ter uma gravidez saudável podem e devem continuar praticando exercícios físicos. Lembrando sempre de que devem estarem acompanhadas por profissionais capacitados da área de educação física e também por um médico obstetra.

Antes de começar a praticar o exercício físico, é necessária a realização de uma anamnese específica para mulheres gestantes. A prescrição de exercícios para gestante deve ser prescrita por um profissional de educação física e com e com liberação do obstetra.

As contraindicações devem ser claras durante a elaboração do treinamento para melhor aproveitamento da gestante. É necessário ter conhecido sobre as contraindicações relativas e absolutas para a realização de exercícios físicos durante o período gestacional.

Contraindicações relativas e absolutas durante a gestação

Contraindicações na Gravidez
Além das perguntas contidas no quadro acima, a anamnese deve conter perguntas como:

Qual tipo de trabalho que faz durante o dia?
Quais exercícios realizar antes da gestação?
Qual peso anterior a gestação?
Há presença de dores lombares?
Quais atividades domésticas você realiza em sua casa?

Perguntas como essas farão com que o profissional de educação física tenha um melhor direcionamento para planejar os exercícios. De tal forma que esses exercícios sejam benéficos para a saúde da mãe e do bebê.

Os exercícios físicos mais praticados pelas gestantes são:

  • Musculação;
  • Ginástica localizada;
  • Pilates;
  • Caminhada;
  • Hidroginástica;
  • Alongamento;
  • Bicicleta estacionaria.

O exercício regular é muito importante nesse período. A gestante que nunca praticou exercício físico deve começar com atividades mais leves:

  • caminhada
  • hidroginástica
  • alongamentos

Essas atividades ajudarão a melhorar o folego, fortalecer os músculos, estimular a circulação e até mesmo relaxar.

A gestante que já está acostumada com o exercício deverá ter seus treinos ajustados para o período que se encontra. Com os ajustes necessários e a adaptação da gestante neste período, outras atividades começam a serem liberadas como a musculação, ginastica localizada e pilates. Neste momento os exercícios não visam aumento da massa muscular, mas aumento da resistência.

A partir do 4º e 6º mês, com crescimento da barriga é necessário substituir alguns exercícios feitos na musculação e na ginástica localizada, como agachamentos feitos com barra, glúteo quatro apoio e alguns abdominais como elevação de pernas. Nesse período também começa a indicação de exercícios de contração do períneo, fortalecendo o assoalho pélvico evitando incontinência urinaria e melhora a facilidade da passagem do feto no parto normal.

O assoalho pélvico é um grupo de músculos, fáscias e ligamentos responsáveis por “fechar” a pelve e sustentar os órgãos pélvicos e abdominais. O assoalho pélvico auxilia na sustentação do útero gravídico durante toda a gestação e, portanto, acaba sendo sobrecarregado pelo o aumento do volume e peso uterino.

Além de fortalecer o assoalho pélvico é necessário que ele tenha a capacidade de se alongar, já que durante o trabalho de parto é importante que os músculos se alonguem para que o bebê possa passar pelo canal vaginal, evitando dessa forma lacerações e lesões do assoalho pélvico.

Os músculos do assoalho pélvico, quando fracos, levam a uma postura inadequada e causam dor lombar. Por isso, os exercícios para o assoalho pélvico são um dos mais importantes na gravidez, pois ajudam a ativar e posicionar os músculos abdominais.

Entre o 7º e o 9º mês, o tamanho da barriga dificulta boa parte dos exercícios. Porém isso não impede a mulher de continuar frequentar as aulas já que o professor irá adaptar ainda mais os exercícios para melhor atender as necessidades da gestante nestes meses.

Riscos na gestação

Os riscos da prática de exercícios físicos não é constante, mas pode acontecer de alguma gestante já ter uma pré disposição para ter problemas de saúde durante esse período. Por isso é válido ressaltar que o acompanhamento do obstetra e do profissional de educação física é sempre fundamental.

O que pode acontecer é uma hipoglicemia aguda, distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no sangue. Dessa forma devemos sempre orientar a aluna gestante a se alimentar corretamente antes e depois do treino e ter em mãos algum alimento para que isso quando isso ocorrer possa evitar o pior, seguir uma dieta balanceada e elaborada por nutricionista evita muito esses picos de insulina.

Pode ter uma fadiga crônica. A gestante permanece longos dias cansada, nesse momento não deve forçar a nada e o exercício deve ser praticado de acordo com suas vontade, deve ser observada para não piorar o caso de fadiga.

Outros riscos mais preocupantes são os seguintes:

  • diabetes gestacional
  • hipertensão no período gestacional
  • ganho de peso exagerado que pode causar uma obesidade na gravidez, prejudicando o feto e também a mãe.

Por isso se faz tão importante o acompanhado multidisciplinar nesse período na vida da gestante.

Riscos para o feto

De fato, a prática de exercícios físicos pode acarretar malefícios para o feto, principalmente em situações de muita intensidade. Situações em que há riscos de trauma abdominal e situações de hipertermia criam um estado de hipóxia – diminuição das taxas de oxigênio no ar, no sangue arterial ou nos tecidos. Além disso, esses fatores podem restringir o crescimento intra-uterino, prematuridade e estresse fetal.

Durante a gravidez, as mulheres podem e devem realizar exercícios físicos. Os exercícios físicos leves e moderados não prejudicarão o feto, pelo contrário, ajudará o feto a ganhar mais peso. Já os exercícios físicos de forma mais intensa e com grande frequência podem resultar em crianças com baixo peso.

Qualquer que seja o exercício físico que a gestante irá praticar deve ter acompanhamento de um profissional. As cargas devem ser monitoradas e ajustadas frequentemente, com o avanço da gestação a intensidade dos exercícios tendem a diminuir na mesma proporção.

Conclusão

A saúde é fundamental, especialmente no período de gestação. Por isso, é necessário que os profissionais de educação física sejam conscientes ao avaliar e planejar os exercícios físicos neste período. Os exercícios podem ser muito benéficos se feito da maneira certa, tendo cuidado sempre.

O acompanhamento, principalmente do médico é essencial para saber como está a saúde da gestante e do feto. Busquem informar-se sobre a questão da prática de exercício físico, conversem com um profissional de educação física para saber quais exercícios são fundamentais para a saúde do bebê. Mas não deixe que esse mito continue influenciando mulheres a não praticarem atividades físicas.

Referências Bibliográficas
http://www.scielo.br/pdf/rbr/v45n3/v45n3a19.pdf
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LEITÃO, Marcelo B. et al. Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do |Esporte: Atividade Fisica e Saude na Mulher. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v.6, n.6 – nov./dez. 2000.
TORTOGA, Gerad J; GRABOWSKI. et al. Princípios de anatomia e fisiologia. 9ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara, 2002.
VAISBERG, Mauro; MELLO, Marco Tulio. Exercícios na saúde e na doença. 1ed. Barueri, São Paulo. Editora: Manole. cap.27, p. 321-332.

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