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Nos últimos anos a incidência de câncer de mama (CM) teve um crescimento relevante e vem sendo cada vez mais um problema de saúde pública, apesar dos avanços no tratamento.

O câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Segundo o INCA, para o ano de 2023 foram estimados 73.610 novos casos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41 casos por 100.000 mulheres.

A nível mundial, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, o câncer de mama era o câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo, tanto em termos de incidência quanto de mortalidade.

Neste artigo, vamos explorar os benefícios que ajudam a atenuar os efeitos colaterais da doença, destacando a importância do exercício físico e seus benefícios na vida das mulheres acometidas pelo câncer de mama. Boa leitura!

Qual o público que pode ser diagnosticado com câncer de mama?

O câncer de mama afeta pessoas de qualquer idade, embora seja mais comum em mulheres. A maioria dos casos ocorre em mulheres com mais de 40 anos e o risco aumenta com a idade. 

No entanto, é importante ressaltar que o câncer de mama também pode ocorrer em mulheres mais jovens e, em casos raros, até em homens. Portanto, a faixa etária abrangida varia.

Quanto à hereditariedade, o câncer de mama pode ser influenciado pela genética. Cerca de 5% a 10% dos casos são hereditários, o que significa que são causados ​​por mutações genéticas transmitidas de uma geração para outra. 

Mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente se a doença ocorreu em parentes de primeiro grau, como mães ou irmãs, podem ter um risco aumentado de desenvolver a doença.

A presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, por exemplo, está associada a um risco significativamente maior de câncer de mama hereditário. Em relação aos sintomas do câncer de mama, é importante estar atento às alterações na mama, tais como:

  • Nódulo ou caroço na mama ou na axila;
  • Mudanças no tamanho, forma ou textura da mama;
  • Alterações na pele da mama, como resistência, descamação ou enrugamento;
  • Inversão do mamilo (quando o mamilo se torna virado para dentro);
  • Secreção mamilar espontânea;
  • Dor persistente na mama.

É fundamental destacar que muitas vezes o câncer de mama não apresenta sintomas nas fases iniciais. 

Portanto, a mamografia e exames regulares são essenciais para a detecção precoce. Se alguns destes sintomas forem observados, é importante procurar imediatamente um profissional de saúde para avaliação. 

O diagnóstico precoce aumenta as chances de um tratamento eficaz e de melhores resultados no combate ao câncer de mama

Por isso, todas as mulheres, independentemente da idade, devem estar cientes dos fatores de risco e fazer exames de rastreamento conforme recomendado por seus médicos.

Quais os fatores de risco do câncer de mama?

Os fatores de risco para o câncer de mama são características, exposições ou condições que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver essa doença. 

É importante lembrar que ter um ou mais desses fatores de risco não significa necessariamente que alguém desenvolva câncer, mas sim que há um risco sem risco.

Abaixo, estão alguns dos principais fatores de risco associados ao câncer de mama:

Sexo e idade: ser do sexo feminino é o maior fator de risco para o câncer de mama. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo mais comum em mulheres acima dos 50 anos;
Mutação genética: portar mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 ou em outros genes relacionados ao câncer de mama aumenta significativamente o risco;
História pessoal de câncer de mama: ter tido câncer de mama anteriormente em uma mama aumenta o risco de desenvolver câncer em outra mama ou recidivas;
Exposição a radiações ionizantes: ter sido exposto a altas doses de radiação, como em tratamentos médicos anteriores, também aumenta o risco.

Como é o diagnóstico do câncer de mama?

O diagnóstico do câncer de mama é um processo meticuloso que envolve várias etapas para determinar se uma pessoa tem ou não essa condição. Primeiro, um exame clínico das mamas é realizado por um médico, não são avaliadas possíveis anormalidades, como nódulos ou alterações na pele e nos mamilos. 

Em seguida, a mamografia é frequentemente realizada, especialmente em mulheres com mais de 40 anos, como parte do rastreamento do câncer de mama. Este exame utiliza raios-X de baixa dose para identificar tumores que não podem ser palpáveis. 

A ultrassonografia mamária também é usada em conjunto com a mamografia para uma avaliação mais detalhada.

Se alguma suspeita persistir após os exames iniciais, é feita uma biópsia. A biópsia é um procedimento crucial para confirmar se o tecido em questão é canceroso. Existem diferentes tipos de biópsias, desde a biópsia por agulha fina até a cirúrgica, dependendo da situação.

Ela não apenas confirma o diagnóstico, mas também identifica o tipo de câncer e seu grau de agressividade.

Como as atividades físicas ajudam no tratamento do câncer de mama?

Quando se trata do câncer de mama, a jornada das mulheres é repleta de desafios físicos, sociais, psicológicos e emocionais. No entanto, uma ferramenta surpreendentemente eficaz e frequentemente subestimada para enfrentar esses desafios é o exercício físico. 

Há pesquisas científicas que apontam consistentemente que a prática regular de atividade física pode trazer uma série de benefícios significativos para mulheres que enfrentam o câncer de mama.

O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) recomenda que pacientes em tratamento oncológico evitem a inatividade física, e retornem às atividades de vida diária o mais rapidamente possível após a cirurgia ou após os tratamentos não-cirúrgicos. 

A atividade física após o diagnóstico de câncer de mama tem sido fortemente correlacionada com melhoria da qualidade de vida e aumento de sobrevida em mulheres.

O câncer causa alterações fisiológicas, efeitos colaterais somáticos, mudanças contínuas na doença e no tratamento, e traz uma série de consequências nos sistemas cardiovascular, musculoesquelético, neurológico, endócrino, gastrointestinal, pulmonar, tegumentar e imunológico do ser humano. 

Tais tratamentos resultam em efeitos colaterais antagônicos, tais como: fadiga, dor, insônia, anorexia, constipação, náuseas, vômitos, dispnéia, diarréia, ansiedade, depressão e neuropatia. 

A fadiga é o efeito colateral mais comum, com até 70% dos pacientes com câncer apresentando fadiga após o tratamento.

4 benefícios da prática esportiva no combate ao câncer de mama

1. Fortalecimento físico e mental

O tratamento para o câncer de mama pode deixar as pacientes cansadas e com falta de energia. O exercício físico ajuda a combater esses efeitos colaterais, melhorando a resistência cardiovascular, a força muscular e a flexibilidade. 

Além disso, a prática regular de atividade física estimula a liberação de endorfinas, substâncias químicas que promovem a sensação de bem-estar e alívio do estresse, contribuindo para uma perspectiva mental mais positiva.

2. Gerenciamento do peso e saúde óssea

O ganho de peso é uma preocupação comum durante e após o tratamento do câncer de mama. O exercício ajuda a controlar o peso, diminuindo o risco de ganho excessivo de gordura corporal

Além disso, a atividade física regular fortalece os ossos, reduzindo o risco de osteoporose, uma preocupação especialmente relevante para mulheres que passaram por tratamentos que podem afetar a densidade óssea.

3. Melhora da qualidade de vida

A prática regular de exercícios não apenas melhora a saúde física, mas também tem um impacto positivo na qualidade de vida geral das mulheres com câncer de mama

Ela aumenta a autoestima, a confiança corporal e a sensação de controle sobre o próprio corpo, o que é especialmente importante em uma fase em que muitas mulheres enfrentam mudanças significativas na aparência física.

4. Redução do risco de recidiva

Estudos recentes têm sugerido que o exercício físico regular pode estar associado a uma redução no risco de recorrência do câncer de mama

Embora a relação seja complexa e mais pesquisas sejam necessárias para compreender completamente esse vínculo, evidências preliminares indicam que a atividade física influencia positivamente os fatores de risco que contribuem para a recorrência.

Orientação e cuidados relacionados ao exercício

Antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é fundamental que as mulheres com câncer de mama consultem seus médicos, e assim, após liberação médica, sejam direcionadas aos profissionais capacitados, e quando falamos de exercício físico, falamos de profissionais de educação física. 

É essencial lembrar que estes profissionais deverão aplicar questionários relacionados e anamnese para cada paciente e/ou aluna, em que as necessidades individuais devem ser consideradas, para que seja desenvolvido um plano de exercícios seguro, eficaz e extremamente específico. 

Uma abordagem gradual, respeitando os limites do corpo e focando na progressão saudável da paciente, proporcionando um melhor caminho para adquirir os benefícios da prática, amenizando os efeitos colaterais e elevando a qualidade de vida para o dia a dia destas mulheres.

Conclusão

O câncer de mama é uma jornada desafiadora, mas o exercício físico é um aliado poderoso para mulheres nessa jornada. Além dos benefícios físicos, a atividade física oferece uma oportunidade de empoderamento e autoconfiança.

Portanto, não subestime o impacto positivo que a prática regular de exercícios pode ter na vida das mulheres. Com o apoio adequado, o exercício contribui significativamente para uma recuperação mais saudável e uma qualidade de vida aprimorada.

Referências bibliográficas:

GOMES, A. A situação do câncer no Brasil O Brasil no Cenário do Câncer no Mundo.

IRWIN ML. Guia do ACSM para exercícios e sobrevivência ao câncer. 1 ed. Phorte, editor. São Paulo: 2015.

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INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA – INCA DADOS E NÚMEROS SOBRE CÂNCER DE MAMA Relatório anual 2022 

https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//dados_e_numeros_site_cancer_mama_novembro2022.pdf

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Carolina Wasem – “Carolina Wasem – Saúde em Dia”. Instagram, @carolinawasem 

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