O Treinamento Funcional é uma modalidade que tem ganhado cada vez mais espaço em academias e ganhando mais adeptos a cada dia que passa. São diversos tipos de exercícios que auxiliam no fortalecimento, no condicionamento e na biomecânica do corpo.
Inovar uma aula de treinamento funcional pode ser algo que, a primeira vista, pareça um bicho de sete cabeças, mas não é tão complicado assim! Separamos algumas dicas para que você consiga trazer para seus alunos a inovação necessária durante exercícios físicos! Continue lendo para entender!
Benefícios que o Treinamento Funcional traz ao seu aluno
Primeiramente, é preciso ter em mente que o Treinamento Funcional confere inúmeros benefícios ao seu aluno. Este tipo de treinamento, nada mais é do que a reprodução sistemática de movimentos que possuem alguma função para determinada modalidade esportiva ou tarefa diária do ser humano.
Uma das grandes vantagens do funcional é que pode ser feito em vários lugares, até mesmo em casa! As máquinas não são utilizadas durante os exercícios, o que faz com que os músculos não sejam trabalhados de forma isolada e com movimentos mecânicos, mas sim o contrário: todas as partes do corpo trabalham conjuntamente.
Confira abaixo alguns dos benefícios que o Treinamento Funcional pode garantir!
- Desenvolvimento da performance ocupacional;
- Melhora da performance desportiva;
- Aprimoramento das atividades cotidianas diárias;
- Melhora da flexibilidade, coordenação motora, agilidade, equilíbrio;
- Melhora da postura;
- Condicionamento cardiorrespiratório;
- Emagrecimento;
- Treina a propriocepção, aumentando a consciência corporal;
- Aula dinâmica, o que motiva sua prática;
- Melhora na habilidade para realizar os movimentos rotineiros no dia a dia;
- Previne lesões musculares;
- Melhora as funções cardíacas;
- Definição muscular, uma vez que trabalha todos os grupos musculares;
- Previne doenças das articulações como a tendinite, por exemplo;
- Melhora o equilíbrio corporal;
- Melhora a flexibilidade e a força corporal;
- Melhora o tônus muscular;
- A coordenação motora e a postura;
- Auxilia no desenvolvimento da massa magra.
Diferenças do Crossfit e do Treinamento Funcional
O crossfit é, na verdade, um treinamento baseado na força e no condicionamento do corpo. O crossfit trabalha com alta intensidade e constantemente sofre variações. Ele trabalha dez aptidões:
- Capacidade cardiorrespiratória
- Força
- Resistência
- Flexibilidade
- Velocidade
- Potência
- Coordenação
- Agilidade
- Equilíbrio
- Precisão
Detalhe: o crossfit pode ser treinamento funcional, mas nem todo treino funcional é crossfit.
No treinamento funcional há diferentes tipos de movimento utilizados para conseguir aperfeiçoar o condicionamento físico, evitando lesões e contribuindo para uma melhora da postura e da biomecânica do corpo.
O treinamento físico preza pela saúde, já o crossfit preza pelos resultados. O treinamento funcional, por exemplo, é muitas vezes indicado para a reabilitação de traumas que ocorreram em acidentes. O crossfit é ideal para quem quer ganho de massa muscular mais rápido.
O Treinamento Funcional e o emagrecimento
É inegável os benefícios do treinamento funcional, mas você sabia que ele também pode auxiliar seu aluno a chegar no peso ideal? Pois bem, ele alterna entre estímulos em exercícios aeróbicos, exercícios resistidos e exercícios intervalados.
A execução correta dos exercícios, gera uma maior carga nos músculos fazendo com que o emagrecimento ocorra de forma mais eficiente, assim como a definição muscular. Exercícios aeróbicos de alta intensidade fazem parte do treinamento funcional o que contribui para que o metabolismo acelere e continue assim por mais tempo para a queimar gordura pós-treino.
Importante! Fazer a anamnese de seus alunos
É muito importante fazer uma avaliação física antes de começar o treinamento funcional, já que com ela é mais fácil obter o sucesso desejado. O objetivo de realizar uma anamnese específica sobre atividades físicas e outras anamneses como a cardíaca e outras doenças, postural, nutricional (trabalhe em conjunto com um nutricionista) é que ela possibilita ao médico e ao profissional de educação física conhecer um pouco do histórico de saúde do aluno, possíveis lesões que ele possa ter sofrido e objetivos a serem atingidos.
Exemplo de anamnese:
- Nome, idade, peso, estatura, etnia, sexo, nível de condicionamento físico;
- Tipo sanguíneo, fator RH, pressão arterial, F.C em repouso, último check-up;
- Testes de esforço, estresse, anemia, glicose, colesterol (HDL, LDL), triglicérideos;
- Fumante (número de cigarros por dia e se parou, quando?);
- Alergias (fator desencadeante);
- Doenças anteriores;
- Doenças familiares;
- Cirurgias e internações, lesões anteriores;
- Uso de medicação;
- Anamnese Nutricional:
- Nome do (a) Nutricionista, telefone;
- Quantas refeições são feitas por dia;
- Ingere bebidas alcoólicas, qual a frequência;
- Ingestão calórica diária;
- Gasto calórico diário;
- Ingerem líquidos com que frequência;
- Consomem suplementos alimentares, quais;
- Anamnese Atividade Física:
- Pratica algum tipo de atividade física, qual?;
- Quantas vezes por semana e a duração da atividade;
- Intensidade;
- Já praticou atividade física, há quanto tempo?;
- Objetivos da prática da atividade física;
- Horários preferidos;
- Atividades físicas preferidas;
- Disponibilidade, local, dias da semana, horários;
- Em seguida será realizada a avaliação de medidas antropométricas e de composição corporal como: peso, altura, dobras cutâneas e circunferências. E depois conhecer as necessidades e objetivos do aluno.
Como montar um Treino Funcional
O que norteia qualquer programa de treinamento são as metas: os objetivos do aluno. O treino deve trazer desafios diários para quem pratica mas também para quem prescreve – mesmo que não haja qualquer especificidade para o desempenho esportivo. Temos que enquadrar todos os conceitos dentro de uma sessão que pode ser dividida em três componentes. São eles:
- Aquecimento: prepara todos os sistemas para a sessão de treino. Pode ser composto de aquecimento leve; ativação do CORE; alongamento dinâmico e ativação neuromuscular.
- Parte principal: um trabalho mais pesado, prevalecendo exercícios que envolvam velocidade, resistência e força. Não esquecendo que muitos exercícios são complexos e trabalham várias qualidades juntas (flexibilidade, coordenação, equilíbrio, velocidade, resistência e força).
- Volta a calma: retornar o corpo á situação que se encontrava antes do treino. Inclui exercícios de alongamento, de relaxamento e técnicas básicas de liberação miofascial. A respiração profunda aqui ajuda o organismo a diminuir seu ritmo, otimizando o processo de volta à calma.
Dicas infalíveis para montar o Treinamento Funcional perfeito!
Separamos algumas dicas infalíveis para você montar o treinamento funcional perfeito! Confira abaixo:
Reforce o aquecimento
O aquecimento é uma parte fundamental de qualquer aula de funcional! Ele ajuda a manter seus alunos em segurança e evita lesões. Quando pensamos em alunos iniciantes, principalmente, ele é de suma importância!
Além disso, ele te ajuda a corrigir compensações e desequilíbrios da pessoa antes que elas afetem no desempenho durante a aula. É o momento ideal para fazer aquelas correções mais chatinhas que interromperam o fluxo da sessão mais tarde.
Sempre faça um aquecimento completo, é para o bem do seu aluno e da sua aula: nada de usar um aquecimento levinho para uma aula intensa ou algo assim. Lembre-se do objetivos dessa etapa da aula, caso ele seja bem feito seus alunos terão menos dificuldades nos exercícios e um risco de lesão mínimo.
Aqui podemos trabalhar exercícios de aquecimento (polichinelos, saltitos, bom dia); exercícios isométricos com 2 séries de 20 a 60 seg; exercícios dinâmicos com 1 ou 2 séries de 12 repetições.
Use exercícios que os alunos conseguem fazer
Desafios são legais e interessantes, mas eles não devem atrapalhar a aula. Se o aluno tiver dificuldade extrema para realizar um exercício ficará irritado, se isso se repetir muitas vezes ele começa a repensar sua decisão de praticar Treinamento Funcional.
Escolha exercícios que sejam úteis para a aula, para o objetivo do aluno e capazes de realizar. Nada que você precise de tempo demais explicando ou de várias tentativas antes de acertar. Assim você economiza tempo de aula e ainda melhora o desempenho do aluno.
Faça uma progressão lógica de exercícios com intervalos de descanso ativo
Os exercícios dentro de qualquer aula precisam progredir de maneira lógica. Podemos começar de exercícios mais leves e simples e avançar para exercícios mais complexos. Ou começar com preparatórios de movimento e avançar com os exercícios completos. Tudo é possível.
Também quero sugerir usar descanso ativo para o corpo. Muitos alunos se desconcentram quando ficam parados conversando no intervalo entre um exercício e outro. Fazer uma pausa de descanso ativo ajuda a manter a concentração e a deixar a aula mais completa.
Tenha um objetivo definido
Toda aula de Treinamento Funcional precisa de um objetivo para guiá-la. Podemos definir isso como aquilo que queremos melhorar no aluno com essa sessão. Eu quero que ele termine a aula com melhor mobilidade de ombro, mais flexibilidade ou mais força? Usarei alguns exercícios específicos para isso. Lembrando que esse objetivo não tira o caráter global da aula, somente a direciona. Você continua precisando de exercícios que trabalhem todo o corpo.
Preste atenção na vontade de seus alunos
Você tem algum protocolo de aula pronto que gosta de usar? Esqueça ele! Toda aula de Treinamento Funcional deve ser individualizada. Pense bem nos alunos com os quais você está trabalhando, crie uma aula que consiga atender suas necessidades individuais ou necessidades do grupo.
Quais acessórios usar em um Circuito Funcional?
Para melhorar as suas aulas de treinamento funcional, você pode adicionar alguns acessórios durante a realização do circuito funcional. Eles podem ser:
- Fitas de suspensão;
- Fitball;
- Bosu;
- Balance Pad;
- Cordas;
- Kettlebell;
- Halter;
- Cama elástica;
- Step;
- Equipamentos de musculação.
Não se preocupe tanto com os acessórios, eles são apenas um complemento para a sua aula. O ponto principal de qualquer treino funcional é a prática de exercícios e a forma como eles estão organizados no circuito.
Claro que você precisará lembrar do espaço disponível para cada um desses acessórios. O ideal é montar o circuito de treinamento funcional um pouquinho antes da aula. Assim dá para garantir que tenha espaço para tudo.
Conclusão
O Treinamento Funcional foi desenvolvido para proporcionar ao aluno um melhor condicionamento físico de uma forma que o permita realizar exercícios que fujam das repetições insistentes da musculação. Existem diversos tipos de exercícios e acessórios que irão te auxiliar durante a montagem das aulas de funcional.
Você precisa fazer uma avaliação física, individual, em seus alunos para saber qual o tipo de treinamento é mais adequado às condições dele. Com as dicas que nós demos, você agora pode encontrar formas de diversificar e inovar suas aulas!
Muito bom