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A Biomecânica é uma área de estudo biológico pelo olhar da mecânica. Buscamos olhar os seres vivos com atenção às suas estruturas e funções de seus sistemas.

Através desse ponto de vista, mais especificamente pensando em exercício físico, a biomecânica busca estudar os esforços externos para que exista uma melhor compreensão das repercussões destes nas estruturas internas.

Por exemplo, quando realizamos o exercício rosca bíceps com um halter de 2kg, qual é o impacto que essa sobrecarga tem sobre os músculos flexores do cotovelo?

Durante toda a amplitude de movimento a sobrecarga é a mesma? Para responder essas perguntas e ter maior segurança na hora de selecionar exercícios e escolher cargas é necessário analisar o exercício do ponto de vista biomecânico.

Biomecânica da corrida na melhora do exercício

Um ciclo de passada é composto por 2 fases principais:

  • Fase de contato;
  • Fase de balanço.

A fase de contato é aquela em que mantemos o pé em contato com o solo, enquanto a fase de balanço é aquela que representa a fase aérea.

Durante esta fase é que temos a ação do ciclo-alongamento-encurtamento e a contribuição mecânica para a propulsão e minimização de energia.

A fase de contato pode ser dividida em contato, apoio e despregue.

O contato é a aterrissagem do calcanhar no solo, gerando uma força contrária ao deslocamento a frente e é quando existe uma demanda muscular excêntrica para amortecer as tendências de flexão de joelho e quadril.

É nesse momento que existe o pico de força de reação do solo, que é responsável pelo desenvolvimento de lesões articulares e fraturas de stress.

A fase de apoio é quando todo o pé está em contato com o solo, esta é uma fase de transição e absorção de energia mecânica.

Já a fase de despregue é a fase que a musculatura propulsora em membros inferiores é mais exigida em sua ação concêntrica e é quando existe a transferência de energia elástica somando-se ao esforço cardiorrespiratório para manter o sistema muscular ativo.

Podemos observar essas duas fases da passada, para buscarem a melhora do padrão mecânico do nosso aluno de corrida.

Por via de regra um menor tempo de contato é acompanhado de menores tempos de contração concêntrica, que é bastante dispendiosa, e representa um correr mais econômico.

Além disso, ao aumentar a fase aérea, se tem uma redução da frequência de passada o que também contribui para uma melhor performance, menor número de passadas e consequentemente menor número de pico de impacto, reduzindo a sobrecarga articular e o risco de lesão.

Análise biomecânica da corrida

É necessário fazer uma avaliação biomecânica e postural completa, para poder identificar como seu aluno corre em relação as fases da passada, ou qual o tipo de pisada que seu aluno tem.

Na avaliação postural escolha o protocolo que lhe é mais adequado e procure por desvios posturais que possam interferir no movimento de membros inferiores, alterar o centro de massa, gerar co-contrações para estabilização dinâmica.

Todos esses desvios podem gerar lesões com as altas cargas de impacto promovidas pela corrida, além de gerar padrões neuromusculares de ativação que sejam pouco eficientes.

Procure corrigir desequilíbrios musculares, e encurtamentos que possam prejudicar a amplitude de movimento, e gerar lesões futuras, uma vez que a corrida é uma atividade cíclica e que sobrecarrega bastante as estruturas corporais.

Fique atento nos:

  • Tipos de pisada;
  • Desvios em joelhos;
  • Amnésia glútea;
  • Encurtamento do sóleo e flexores do joelho;
  • Síndrome do piriforme;
  • Pouca força em transverso e estabilizadores da coluna.

Um sistema sem equilíbrio gasta muita energia para se equilibrar durante a corrida, energia essa que poderia estar sendo utilizada para melhorar a performance e alcançar benefícios de saúde.

Outra avaliação importante para que se possa ter uma visão mais específica seria um teste de corrida.

Filme seu aluno correndo, seja em esteira ou ao ar livre, em torno de 120Hz, para que você possa analisar o ângulo do pé no contato e despregue, além da trajetória do membro inferior durante a fase de balanço, o posicionamento do tronco e o movimento de membros superiores durante a passada.

Benefícios e importância da biomecânica da corrida

Conhecer a biomecânica da corrida e suas diferentes modalidades é de total importância para estruturar e planejar o treinamento do seu aluno, seja ele atleta ou corredor recreacional.

Procure entender com cuidado os mecanismos e musculações que envolvem a corrida, quais os músculos mais envolvidos e quais são os determinantes de performance.

Como já dito anteriormente, a biomecânica da corrida realizada de forma adequada traz benefícios, como:

  • Prevenção de lesões;
  • Melhora na performance.

Para isso, o profissional de educação física deve estar atento aos pequenos detalhes do padrão de locomoção do seu aluno.

Cuidados a serem tomados pelo professor

O professor deve:

  • Realizar uma avaliação física completa;
  • Avaliar o perfil antropométrico;
  • Realizar uma anamnese completa;
  • Ouvir todas as queixas dos alunos.

Tendo isso em mãos, o professor deve estruturar o treinamento a fim de preencher as lacunas, ou seja, procurar trabalhar em cima dos desvios, buscando um alinhamento postural para que exista um menor risco de lesão.

É interessante também realizar uma avaliação cardiorrespiratória.

Existem hoje diversas técnicas de campo e esteira que podem ser realizadas facilmente, para que possa estimar o primeiro e segundo limiares ventilatórios.

Isso também possibilita o consumo máximo de oxigênio e consegue estabelecer um treinamento baseado em parâmetros fisiológicos confiáveis que trarão melhores resultados ao seu aluno.

Num terceiro momento, filme seu aluno correndo e observe cuidadosamente os movimentos dos membros superiores e tronco.

Pequenas rotações da coluna são comuns, mas deve ficar atento para ver se não estão sendo acentuadas.

Fique de olho: Se as mãos ultrapassam a linha média do corpo e saem do plano sagital, o seu aluno pode estar gastando energia à toa e se tornando menos econômico, o que pode influenciar na sua performance e sobrecarregar a coluna.

Além disso, observe o comprimento e frequência de passada do seu aluno. Uma menor variabilidade desses parâmetros indica um corredor mais estável e mais econômico.

Passadas com maior comprimento e menor frequência, também são benéficas. Isso ocorre pois diminui o número de eventos de contato com o solo, reduzindo a sobrecarga sobre as articulações.

Observe ainda o tempo de contato do pé com o solo, para corredores de longas distâncias é normal que esse tempo seja maior do que corredores de Sprint.

Mas lembre-se, um tempo de contato muito longo prejudica a eficiência do sistema massa-mola, e o corredor passa a gastar mais energia metabólica para correr e aproveita pouco da energia elástica, que é mais econômica.

Conclusão

A biomecânica é o estudo de estruturas e músculos do sistema de seres vivos sobre um olhar da mecânica.

O estudo de biomecânica da corrida é feito com o intuito de planejar e melhor o treinamento de seu aluno. Entendendo corretamente as musculações e os mecanismos que envolvem a corrida é possível planejar um plano ideal para seu aluno, que melhorará consideravelmente seu desempenho.

Portanto, o professor de educação física deve diagnosticar seu aluno, fazendo:

  • Uma avaliação física;
  • Anamnese completa;
  • Avaliar o perfil antropométrico;
  • Acompanhar o desenvolvimento do aluno e suas queixas.

Assim, o estudo da biomecânica da corrida possibilita a criação de um plano perfeito para auxiliar seu aluno em sua corrida.

Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

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