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Por mais antigo que seja o treinamento funcional, antes utilizado na fisioterapia para reabilitar o indivíduo para as suas atividades da vida diárias (AVDS) através de exercícios, hoje ele está difundido pelo mundo todo. No Brasil, o professor Luciano D’Elia foi o precursor com o CORE 360°. E a febre desta modalidade tomou conta das academias, clubes e parques.

Mas afinal o que é treinamento funcional?

Segundo D’Elia, treinamento funcional é puxar, empurrar, estabilizar, levantar, agachar, arremessar, correr ou saltar para fazer do corpo uma ferramenta que produza movimentos mais eficientes, melhorando a performance e prevenindo lesões, em um processo de aprendizado, desafio e evolução constante.

O que determina a dinâmica de tudo que é feito são os objetivos, necessidades reais e o potencial de movimento de cada atleta ou aluno. O desafio do profissional é pensar de forma sistêmica, na medida em que o caminho natural dos exercícios é trabalhar o corpo globalmente.

O treinamento funcional quando corretamente aplicado fornece uma variedade de estímulos e benefícios adicionais, que as outras modalidades não conseguem atingir. Pois a maioria dos movimentos do cotidiano ou de gestos esportivos envolvem ações multiarticulares e multiplanares, exigindo padrões dinâmicos que necessitam transferência de forças entre as extremidades superiores e inferiores do corpo.

Então podemos dizer que treinamento funcional no geral serve para treinar o corpo nas funções para o qual ele é originalmente desenhado. Para a reabilitação, serve para condicionar o paciente para retornar as suas atividades da vida diárias. Para o atleta, é uma estratégia de treino com foco no estímulo constante de padrões de movimento para o aprimoramento de sua performance. E para a pessoa dita “comum” envolve treinar o corpo para as atividades do seu dia a dia.

Sua implantação como atividade física talvez esteja segundo professores e alunos na sua dinâmica e consequentemente a motivação.

O que é o Treinamento Funcional?

 Temos que ter em mente que exercício funcional se refere a reprodução sistemática de movimentos que possuem alguma função para determinada modalidade esportiva ou tarefa diária do ser humano. Portanto, todo exercício deveria ser funcional. A capacidade funcional é a habilidade para realizar as atividades simples do cotidiano com eficiência, autonomia e independência. Assim, o treinamento funcional entra como uma ferramenta para alcançar esses objetivos.

Uma das grandes vantagens é que pode ser feito em vários lugares, até mesmo em casa.

Neste treino as máquinas são deixadas de lado, deixando de trabalhar os músculos de forma isolada e com movimentos mecânicos, exigindo que todas as partes do corpo trabalhem conjuntamente.

Podemos utilizar circuito num treino de funcional, dependendo do objetivo da aula, conciliando exercícios cardiorrespiratórios, de força, equilíbrio, tornando-o mais dinâmico e motivante; podendo ser realizado individualmente ou em grupo, desde que este grupo possua características próximas.

Como toda atividade física recomenda-se no mínimo três vezes por semana, mas nada impede que seja realizado todos os dias, o que tornaria sua prática mais efetiva. Sua duração varia de 30 a 60 minutos, o que torna promissor para pessoas que não tem tempo de se exercitar e ficam dando desculpas.

Em 30 minutos de exercícios podemos fazer um treino dinâmico e de alta intensidade, promovendo ganhos biomotores ótimos. Um exemplo é o conhecido HITT, treinamento intervalado de alta intensidade. Alguns autores dizem que nesse caso 10 minutos de atividade já seriam suficientes para resultar em um corpo saudável e definido. Isso seria conseguido, pois após a atividade o corpo continua queimando gordura e acelerando metabolismo por até 48 horas.

A maior parte dos exercícios é executada com o peso do próprio corpo. No entanto, podem ser realizados com acessórios e até alguns equipamentos existentes no mercado, que abordaremos mais adiante.

Estes exercícios devem ter uma progressão da intensidade para a evolução do treinamento. Deverão evoluir do lento para o rápido, do simples para o complexo, e do mais estável para o menos estável. Em relação a carga, seu aumento deverá ocorrer quando o exercício se tornar fácil ou ineficaz. Aí entra os princípios de treinamento esportivo que temos que respeitar: individualidade, sobrecarga, especificidade, variação, progressão.

Um fator essencial e muito falado é o treinamento do CORE, que envolve a região lombo-pélvica-quadril. É o centro, de onde parte algo. A partir dele se produz força, gera estabilidade e aceleração/desaceleração. Nesse ponto o conhecimento tanto do professor como do aluno sobre Pilates auxilia muito para uma ativação eficaz dessa região, o que também comentaremos em seguida.

Principais pontos sobre o Treinamento Funcional: benefícios

  • desenvolvimento da performance ocupacional;
  • melhora da performance desportiva;
  • aprimoramento das atividades cotidianas diárias;
  • tonificação muscular;
  • melhora da flexibilidade, coordenação motora, agilidade, equilíbrio;
  • melhora da postura;
  • condicionamento cardiorrespiratório;
  • emagrecimento;
  • treina a propriocepção, aumentando a consciência corporal;
  • aula dinâmica, o que motiva sua pratica;
  • previne de lesões;

Abordagem prática sobre o Treinamento Funcional

A ideia de que todos os exercícios são funcionais não é errônea, mas temos que selecionar quais exercícios são ideais para nossos alunos.

Alguns autores mostram que para se conseguir obter uma melhor funcionalidade do treinamento os exercícios devem atingir alguns requisitos como:

  • Melhoria das capacidades motoras: (força, potência, equilíbrio, resistência, coordenação, velocidade e agilidade, flexibilidade);
  • Movimentos reflexos relacionados ao equilíbrio: quando se realiza exercícios em cadeia cinética aberta ou fechada. Lembrando que cadeia cinética aberta é aquela em que o músculo atua de forma isolada, e sem base de apoio; e a cadeia cinética fechada tem sempre uma base de apoio e proporcionam maior estabilidade articular, além de reproduzirem movimentos funcionais comumente executados nas atividades diárias;
  • Isolamento muscular: Devemos ficar atentos, não somente nos músculos, mas também nos movimentos. Isso cria um paradoxo de que é necessária a utilização de exercícios isolados para maior aumento da força muscular pra se realizar os exercícios funcionais, assim como o reverso também é verdadeiro, daí a necessidade dos dois modelos.

Lembrando que os exercícios são multiarticulares e multiplanares, trabalhando várias articulações e consequentemente vários músculos em um mesmo exercício em vários planos de movimento. Relembrando para os profissionais que plano sagital é executado movimentos de extensão e flexão, plano frontal movimentos de adução e abdução, flexões laterais de coluna e plano transversal as rotações e aduções e abduções horizontais.

E como existe uma infinidade de exercícios que podem ser feitos dentro do treinamento funcional, listar todos seria impossível, assim, escolhemos alguns dentro da prática:

Afundo

Objetivo: Fortalecimento dos músculos de membros inferiores e integração destes em um movimento funcional. Equilíbrio em base ântero-posterior.

Posição inicial: Paralelamente, posicionar os pés na largura dos ombros. Posição ântero-posterior com os pés em uma distância suficiente para formar um ângulo de 90° ao final do movimento.

Execução: Inicie o movimento flexionando ambos os joelhos, até que a coxa da perna da frente fique paralela ao solo e o joelho da perna de trás se aproxime ou encoste levemente no solo. Inicie a volta do movimento empurrando o solo com a perna da frente, estendendo os joelhos até que a posição inicial seja retomada.

Pontos de correção: manter o tronco ereto durante todo o movimento; manter o foco visual; não deixar que os joelhos ultrapassem as pontas dos pés ao final da fase excêntrica.

Variações: Com a perna da frente sobre o bosu; afundo pilométrico, afundo com barra.

Extensão de tronco na bola

Objetivo: Aprimorar a força dos músculos extensores do tronco.

Posição inicial: Deitado em decúbito ventral (barriga para baixo) sobre a fitball de modo que esta fique sob os quadris e abdômen em uma altura suficiente para equilibrar o corpo sobre a bola se apoio dos pés em algo.

Execução: Iniciar o movimento estendendo o tronco, ativando os músculos paravertebrais e os glúteos; estabilizar a posição final e realizar uma fase excêntrica conduzida de volta a posição inicial.

Pontos de correção: Evitar realizar hiperextensão da coluna; manter a ativação do core.

Abdominal SUPRA

Objetivo: Fortalecimento dos músculos abdominais, reto abdominal, oblíquo externo.

Posição inicial: Decúbito dorsal (barriga para cima) com joelhos flexionados a 90° e pés totalmente apoiados no solo. Mão a frente do corpo e braços alinhados com as coxas.

Execução: Iniciar o movimento flexionando o tronco a frente em, aproximadamente 30°, levando as mãos em direção aos joelhos. Estabilizar o final do movimento e conduzir a fase excêntrica do movimento, retornando até apoiar todo o dorso de volta ao solo.

Pontos de correção: Evitar projetar o pescoço a frente; evitar impulsionar com as mãos; manter os pés firmes no solo.

Rosca cruzada na fita de suspensão

Objetivo: Fortalecimento dos músculos flexores dos cotovelos e estabilizadores da escápula em um movimento de puxar na horizontal.

Posição inicial: Em diagonal ao solo, apoiando-se na fita de suspensão, com os pés afastados na largura dos ombros, e joelhos levemente flexionados. Segurando a fita em uma pegada supinada, adotar uma posição capaz de sustentar o peso do próprio corpo com os cotovelos estendidos.

Execução: Iniciar o movimento flexionando a articulação dos cotovelos até a amplitude articular final, cruzando as mãos ao final do movimento. Conduzir a volta desacelerando na fase excêntrica do movimento, até a extensão completa dos cotovelos. Manter o core ativado e a coluna alinhada durante a execução.

Pontos de correção: Evitar a movimentação da coluna durante a execução; evitar a flexão e a extensão dos joelhos durante a execução.

Exercícios durante a manhã

Objetivo: Aprimorar a ação dos músculos extensores do tronco e dos quadris.

Posição inicial: De pé, com os pés afastados na largura dos ombros e joelhos levemente flexionados. Posicionar uma barra sobre as costas na altura do músculo trapézio. Manter o peitoral a frente e os cotovelos abertos e alinhados. Ativar o core.

Execução: Iniciar o movimento movendo os quadris para trás, enquanto o tronco flexiona a frente sem perder o alinhamento da coluna. Descer até sentir uma tensão excêntrica forte dos músculos extensores dos quadris (isquiotibiais). Estabilizar a posição final e iniciar a volta, trazendo os quadris a frente, realizando um contração concêntrica de glúteos e de isquiotibiais, enquanto o tronco retorna a posição ereta.

Pontos de correção: Manter a ativação do core e o alinhamento da coluna durante todo o movimento. Manter todo o pé no solo, concentrando o peso sobre os calcanhares (retropé). Manter uma leve flexão dos joelhos (10° a 15°) durante todo o movimento.

Treinamento Funcional para mulheres

 Temos que pensar que todos os exercícios são bem vindos, mas sabemos que este gênero gosta da ênfase em abdômen, glúteo e pernas.

Assim, no treinamento funcional trabalhamos com sua variabilidade,  com esse enfoque sem deixar membros superiores e dorso de fora. Sem esquecer também os exercícios aeróbicos, que numa sessão de treino funcional podem ser colocados como intervalo ou como objetivo da sessão.

Prancha com extensão de braços: Exercício de fácil execução mas exige concentração, força e consciência corporal; trabalha ombros, braços e core (musculatura abdominal e de parte das costas).

Como fazer: de bruços, as mãos espalmadas no chão, pernas estendidas e levemente afastadas e a ponta dos pés apoiada no chão. Suba o corpo, estendendo os cotovelos de modo que fiquem abaixo da linha do ombro e formando uma linha reta da cabeça até os tornozelos. Leve um dos braços de cada vez à frente e volte. Pode ser feita por tempo ou por repetição de movimentos dos braços (4 a 6 vezes) e desça. Uma sugestão e na expiração soltar todo o ar para a contração máxima de transverso.

Prancha lateral: Ótimo para afinar a cintura, pois ele trabalha muito os músculos abdominais (mais até que alguns abdominais), além de trabalhar a musculatura da cintura escapular.

Como fazer: deitada de lado, pensando em empurrar o chão, já afastando o ombro da orelha, faça o movimento inicial do exercício anterior e sustente de 15 a 30 segundos. Faça o mesmo para o outro lado. Podemos variar subindo e descendo o braço que está para o teto segurando um halter.

Agachamento em segunda posição: Ao se tratar de empinar o bumbum, esse é excelente. E, fazendo em segunda posição (pernas em posição lateral) você ainda trabalha o interior de coxa (musculatura adutora). 

Como fazer: comece fazendo o alinhamento postural: pernas afastadas, pés abertos, alinhados com os joelhos, peso distribuído igualmente na planta dos pés, coluna alinhada, quadris levemente encaixados, abdômen e glúteos contraídos, peito aberto, aproximando as escápulas (nas costas), ombros longe das orelhas, braços estendidos na altura dos ombros (para dar equilíbrio). Faça a flexão dos joelhos até formar um ângulo de 90 graus. Volte para a posição inicial e repita o movimento. Para ajudar com a respiração: inspire para descer e expire para subir. Faça 4 séries de 12 a 15 repetições.

Ponte: Além de estimular os músculos do bumbum, o exercício ainda fortalece e mobiliza a lombar e com consciência corporal o movimento parte do centro (core).

Como fazer: deitada de costas, pés na largura dos quadris, joelhos flexionados, abdômen e glúteos contraídos, braços alongados ao lado do corpo e cervical relaxada. Faça o movimento a partir da elevação do quadril com um movimento de báscula até formar uma linha reta do ombro ao joelho. Retorne a posição inicial descendo num movimento contrário. Respiração: inspire parada e expire para subir, inspire em cima e expire para descer.  Faça 3 séries de 10 a 12 repetições. Para intensificar pode fazer com uma perna elevada.

Flexão de braço: Exercício tradicional, mas trabalha o corpo todo e ainda define os músculos dos ombros e braços.

Como fazer: deitada de barriga para baixo, mãos na altura e na largura dos ombros, palmas tocando o chão, pernas estendidas e unidas, pontas dos pés tocando o chão. Contraia glúteos e abdômen, inspire e suba os braços, elevando o corpo. Expire enquanto desce lentamente.

Como Funciona o Treinamento Funcional

Geralmente os homens buscam a hipertrofia (aumento da massa muscular) ou um trabalho de força. Lembrando que nem sempre músculo grande é músculo forte.

Se o objetivo é hipertrofia, o treinamento funcional não é o mais indicado, apesar de promover isto, ele não é tão eficiente. Neste caso, a musculação entra como opção.

Para o ganho de força podemos utilizar o treinamento funcional. Neste caso, só para deixar claro, não há distinção do treinamento para homens e mulheres. A única diferença é o enfoque que os próprios alunos querem dar ao seu treinamento, onde os homens preferem trabalhar mais tronco e braços.

Para quem busca massa magra a alimentação influencia bastante. Um cardápio rico em proteína e pobre em carboidrato pode ajudar.

No treinamento a proposta é uma sequência de exercícios com maior carga e menor repetição, dando um descanso maior entre os exercícios para os músculos se recuperarem.

Lembrando sempre que o trabalho do core é a base do treinamento. Pois toda a força sai do centro para as extremidades, causando estabilidade e gerando força.

Com treinos utilizando apenas o peso do corpo se conseguem ganhos de força expressivos.

Continua aqui a opção de o treinamento funcional ser dinâmico, fugindo do convencional treino em máquinas, podendo variar os estímulos para se alcançar os objetivos.

Observações sobre o treinamento funcional: equipamentos

Como dito anteriormente, muitos dos exercícios utilizam o peso do próprio corpo, o que garante uma aproximação maior com os movimentos executados no dia a dia. Mas podemos utilizar acessórios como bola suíça, cinto de tração, medicine ball, bosu, mini trampolim, faixa elástica, cones, escada de agilidade, amilhas e halteres, cordas, entre outros. São materiais fáceis de serem encontrados em sites e geralmente vem com vídeos explicativos, o que torna fácil sua utilização em casa.

Também se encontra equipamentos como o trenó e a estação (gaiola) de treinamento funcional. E, além disso, podemos adaptar o que temos ao nosso alcance, sem necessidade de compra, como utilizar uma cadeira, banco, caixas resistentes, escadas. Diferenciar o piso, como grama e areia.

Isso é uma das vantagens do treinamento funcional, onde temos que pensar nos movimentos a serem executados e não em músculos isolados e materiais a serem utilizados. Esses dois últimos vem como uma consequência do primeiro.

Conceitos importantes sobre o Treino Funcional: hipertrofia

O treinamento funcional faz com que nossos músculos se tornem mais fortes para determinados movimentos, no qual o corpo é visto como uma unidade, integrando as estruturas corporais e melhorando a ativação de unidades motoras nos músculos, o que é importante para o aumento da força, e consequentemente facilita a hipertrofia.

Mas para treinar especificamente hipertrofia, o treinamento funcional não é o mais eficiente. Aí entra a musculação como já dito antes. O que seria recomendado é praticar as duas modalidades, já que o treinamento funcional ensina nosso corpo a gerir os movimentos o que contribui para que a maior parte da energia dispendida em um trabalho de musculação seja destinada especificamente ao grupo muscular solicitado.

Lembrar que: o treinamento funcional tem base nos movimentos e não nos músculos. Para um trabalho de hipertrofia o objetivo é treinar o músculo.

Treinamento Funcional emagrece?

Antes de tudo é importante frisar que, para que o emagrecimento ocorra, é necessário um balanço calórico negativo (gastar mais do que estocar) e que qualquer atividade física contribui para isso.

No caso do treinamento funcional a resposta é positiva: sim, emagrece.

Com todas as combinações de exercícios dentro de uma sessão de treino, fica muito fácil gastar as calorias necessárias para perda de peso.

Mas como toda atividade física, o emagrecimento não depende apenas do treinamento. É preciso também ter uma disciplina na alimentação e pensar no pré e pós treino.

Assim, cuidando o que se come até o que é feito para eliminar os quilos a mais, é possível alcançar os objetivos. Não existe fórmula milagrosa, a disciplina e o conjunto alimentação/exercício é fundamental.

Dicas especiais para alunos que estão em Treinamento Funcional

  • Lembrar que antes de se submeter a qualquer atividade física, no caso o treinamento funcional, consulte um médico e informe a seu professor qualquer restrição ou problema de saúde que existir e que possa ser agravado com a prática.
  • Pensar nos músculos como ferramentas e não como troféus. O treino não deve se restringir a puxar e empurrar. Ir além disso: deve levantar, rodar, saltar e correr, fazendo com que o corpo torne-se mais inteligente e funcional.
  • Treinar o centro antes das extremidades. Fortalecer o Core (região lombopélvica e dos quadris), porque é nessa região que o corpo gera estabilidade e produz força.
  • Treinar mais na posição em pé que sentado ou deitado. Quando o movimento parte do chão e se está em pé, as forças produzidas envolvem o corpo todo, da mesma forma pela qual ele é exigido na vida real.
  • O programa de treino deve ser global: força, equilíbrio, velocidade, resistência, agilidade, potência, mobilidade e flexibilidade são qualidades físicas que sempre devem ser estimuladas.
  • Tornar o corpo mais equilibrado entre os lados direto e esquerdo, as cadeias anterior e posterior, as extremidades superior e inferior tem um impacto positivo sobre os objetivos.
  • Respeitar seus limites, mas aceitar desafios. Usar cada sessão de treino para conhecer seus limites e vencê-los, sendo um atleta de alto nível ou alguém que está iniciando um programa de condicionamento.
  • Um programa de condicionamento eficiente vai além do treino. Comer, dormir e recuperar-se com qualidade é fundamental.
  • Lembrar sempre que boas coisas levam tempo. Os melhores resultados não vêm fáceis, demandam tempo e esforço para serem alcançados.

Como montar um Treino Funcional 

O que norteia qualquer programa de treinamento são as metas, os objetivos do nosso aluno.

O treino deve trazer desafios diários tanto para quem pratica quanto para quem prescreve, mesmo sem especificidade para desempenho esportivo.

Temos que enquadrar todos os conceitos dentro de uma sessão que pode ser dividida nos três componentes básicos, como exemplo:

Aquecimento: prepara todos os sistemas para a sessão de treino. Pode ser composto de aquecimento leve; ativação do CORE; alongamento dinâmico e ativação neuromuscular.

Aqui podemos trabalhar exercícios de aquecimento (polichinelos, saltitos, bom dia); exercícios isométricos com 2 séries de 20 a 60 seg; exercícios dinâmicos com 1 ou 2 séries de 12 repetições.

Parte principal: Trabalho mais pesado, prevalecendo exercícios que envolvam velocidade, resistência e força. Não esquecendo que muitos exercícios são complexos e trabalham várias qualidades juntas (flexibilidade, coordenação, equilíbrio, velocidade, resistência e força). Podemos aplicar de 2 a 3 séries (dependendo do objetivo), com 5 a 30 repetições, descanso geralmente de poucos segundos, e muitas vezes no formato de minicircuito, ou seja, o aluno sai de um exercício de força para membros inferiores e vai realizar abdominais, ou exercícios para membros superiores.

Também podemos exigir um pouco mais, aplicando exercícios de explosão e curto descanso no final desta parte, ou montando circuitos com alta intensidade.

Volta a calma: retornar o corpo á situação que se encontrava antes do treino. Inclui exercícios de alongamento, de relaxamento e técnicas básicas de liberação miofascial. A respiração profunda aqui ajuda o organismo a diminuir seu ritmo, otimizando o processo de volta à calma.

Treinamento Funcional, musculação e o auxílio do Pilates

Na musculação os exercícios são executados nos aparelhos (direcionando os planos e eixos de movimentos) que diminuem consideravelmente a exigência de equilíbrio, da coordenação e padrões complexos de ativação muscular, importantes para as atividades diárias. Já no treino funcional, com a ajuda dos implementos, tais como pesos livres, elásticos, bolas, superfícies instáveis entre outros, exigem maior propriocepção na execução do exercício, trazendo mais benefícios á capacidade funcional do corpo. O treino de força funcional deve servir como complemento para o treino de força tradicional e não como substituto.

Como abordado anteriormente, no treinamento funcional os exercícios são multiarticulares, isso faz com que o aluno tenha que prestar atenção em como realiza o movimento aumentando sua percepção corporal; se diferenciando, assim, da musculação, onde as máquinas levam o exercício a ser monoarticular, fazendo com que o aluno não precise pensar muito para executar o movimento.

Os avanços e descobertas sobre o treinamento funcional

O treinamento funcional não é um conjunto de regras fechadas e deve incorporar novas ideias e características, com base na vivência de cada professor/treinador e também na vivência motora do aluno.

Se antes ele foi introduzido como reabilitação na área da fisioterapia. Hoje se tornou o “queridinho” nos treinamentos. Com sustentação científica, está baseado nas leis básicas de treinamento. Estudos comprovam que o treinamento funcional está associado com a melhoria dos aspectos neurológicos que afetam a capacidade funcional do corpo, melhorando a força, auxiliando na hipertrofia muscular, no equilíbrio, postura, entre outros benefícios. Suas variações implicam em diferentes metodologias a serem empregadas. Entre elas temos, o Hitt, o Crossfit, o Q48, o Extreme 21, entre outros.

O Treinamento Funcional e o aumento da qualidade de vida na terceira idade

Sabemos que hoje os idosos estão mais ativos. Mas muitos de nós profissionais da educação física falhamos quando trabalhamos com o idoso, por “medo” e insegurança, achando que ele é muito frágil. Temos que saber que o idoso perde força, massa muscular, massa óssea, velocidade, agilidade, equilíbrio, flexibilidade, entre outras coisas, podendo sofrer quedas. E a única maneira de manter ou recuperar tais perdas é realizando atividades que exijam isso deles. Desse modo os exercícios funcionais, que simulam as situações vividas diariamente, são bem vindos.

O treinamento funcional como é visto nas academias e centros de treinamento parece ser agressivo para este público, mas se tiver uma adaptação e realizar os exercícios dentro do seu limite, com o bom senso do profissional, será muito benéfico.

Dessa forma, a participação em programas de atividades físicas, como o treinamento funcional, em que os idosos realizam trabalho de força, de flexibilidade, de agilidade, de resistência aeróbica e de coordenação é fundamental para a manutenção e preservação da capacidade física ou funcional que é um dos marcadores importantes de um envelhecimento bem sucedido, prolongando por maior tempo possível, a independência, oportunizando uma vida mais saudável.

Como aliar o Pilates com o Treino Funcional em busca de grandes resultados

O pilates é baseado em seis princípios: concentração, respiração, controle, centralização, precisão e fluidez de movimento. Assim, desenvolvemos o controle do corpo aumentando a consciência corporal, preparando para qualquer movimento. Essa consciência que o pilates proporciona evita possíveis lesões durante o treino funcional que desafia o corpo a realizar movimentos tridimensionais.

Como exemplo, temos a respiração, que ajuda ao aluno atingir seu potencial na execução de um exercício no pilates. O que poderíamos levar para uma aula de funcional auxiliando no treino.

Os primeiros ensinamentos no Pilates se baseiam nos princípios, no recrutamento da musculatura estabilizadora, powerhouse, ou core no funcional, e o correto alinhamento corporal para execução dos exercícios. Agora, se unirmos isso com o objetivo do treinamento funcional que trabalha em cima de movimentos multiplanares objetivando várias qualidades físicas, teremos uma opção eficiente de treinamento.

Conclusão

Podemos auferir que um dos maiores ganhos do treinamento funcional é a otimização dos movimentos. Onde as atividades mesclam muitas capacidades físicas de uma vez só. Juntar força, flexibilidade, sistema cardiorrespiratório, coordenação, equilíbrio, entre outras é essencial.

A grande diferença dessa modalidade é que ela visa a melhoria do movimento como um todo, e não apenas do músculo. Por isso envolve movimentos integrados em múltiplos planos, que incluem aceleração, estabilização e desaceleração, com o objetivo de melhorar a eficiência do sistema neuromuscular em atividades específicas, sejam elas desportivas ou diárias.

Em comparação com outras modalidades o treinamento funcional se torna mais dinâmico e prático, já que não depende de acessórios e muito menos de máquinas para ser desempenhado. E quando precisamos usar alguns itens, podemos adaptá-los ao local de pratica.

Mas como todo exercício, neste tipo de treino tanto o professor como o aluno tem que atentar para os riscos de lesões, já que os movimentos são realizados de forma solta. Assim, temos que buscar a execução da forma mais correta possível e com consciência do movimento.

Além disso, com a execução correta, os resultados almejados vêm com mais rapidez, já que estão ligados ao desempenho de quem pratica. Por isso, o profissional tem que entender o que está promovendo para o aluno, para potencializar seus resultados, corrigindo quando necessário, tornando o treino agradável, mas adequado aos objetivos.

Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

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