A Educação Física tem um dos meios mais significativos para qualquer aprendizagem: o movimento. Não falamos apenas em aprendizagem motora ou de gestos técnicos, mas também, através do movimento, podemos desenvolver o afeto, o intelecto e as funções orgânicas.
E, para que isto ocorra temos que pensar no ser indivisível, corpo e mente num só, há de se pensar na sua totalidade. Está totalidade é construída desde a infância através do desenvolvimento psicomotor da criança.
Com a psicomotricidade, podemos proporcionar na infância, além do movimento, condições de desenvolvimento dos seus aspectos básicos e necessários para sua vida diária e sua vida adulta como o cognitivo e o afetivo. E o melhor, tudo de uma maneira conjunta.
Para tanto é necessário alocar o indivíduo dentro das áreas de atuação da psicomotricidade (educativa, reeducativa e terapêutica), sabendo das suas dificuldades e necessidades.
Nelas são desenvolvidas habilidades psicomotoras como:
- Lateralidade;
- Esquema corporal;
- Coordenação;
- Noção espaço-temporal,
- Etc.
Que dão o embasamento de todo um processo de aprendizagem.
Essas habilidades psicomotoras são elementos componentes da psicomotricidade que necessitam ser desenvolvidas em sua plenitude.
São exploradas através do movimento pelos quais a criança se comunica, se conhece, identifica e explora o meio em que vive, se afirmando como ser humano.
Para que a aprendizagem dessas habilidades ocorra e que estimule o aprendizado intelectual existe uma maneira prática e lúdica de ensinar a criança que seria através de jogos, brincadeiras, música e atividades que envolvam o movimento, o pensar e o sentir.
Quem trabalha com crianças nessa fase, como por exemplo, o professor de educação física, deve entender sobre os elementos básicos da psicomotricidade para inserir a criança no contexto de mundo em que vive.
O que é Psicomotricidade?
“Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Associação Brasileira de Psicomotricidade)
Podemos dizer que a psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois visa a representação motora através da mente e da psique humana.
O indivíduo é visto dentro de uma globalidade, sendo mente e corpo indissociáveis, com suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo num processo constante de aprendizagem.
A psicomotricidade é uma disciplina educativa, reeducativa e terapêutica, ou seja, ela quer destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica.
Enquanto disciplina educativa se baseia e se fundamenta no movimento natural consciente e espontâneo com a finalidade de normalizar, completar ou aperfeiçoar a conduta global da criança. Nesse caso, o trabalho é feito com indivíduos sãos.
Enquanto disciplina reeducativa, pode ser desenvolvida tanto em caráter profilático quanto terapêutico abrangendo o indivíduo desde a infância até a fase adulta.
Aqui se trabalha com indivíduos que apresentam alguma deficiência, transtornos ou atrasos no desenvolvimento.
E, enquanto disciplina terapêutica visa melhorar o desenvolvimento corporal da criança, bem como:
- A aprendizagem;
- Afetividade;
- Sociabilidade.
Tornando-a estruturada para que possa sentir-se segura e feliz através de uma programação de exercícios que envolvem atividades motoras, viso-motoras e emocionais. Nesse caso, o trabalho é destinado a crianças que nascem com algum distúrbio neuromotor.
Importância para o desenvolvimento da criança
A psicomotricidade é indispensável a toda criança na sua formação de base. A criança aprende através do seu corpo e de seu movimento, de suas percepções e sensações, na sua totalidade e nas possibilidades que apresenta em relação ao meio ambiente.
Através do movimento, com brinquedos e brincadeiras, a criança modela seu próprio eu. Por isso ela:
- Brinca;
- Joga;
- Representa;
- Imita e faz de conta.
Brincar é o que as crianças pequenas fazem quando não estão comendo, dormindo, ou obedecendo à vontade dos adultos.
As crianças ocupam a maior parte de suas horas despertas com brincadeira e isso pode, literalmente, ser considerado o equivalente ao trabalho para criança.
As brincadeiras são o modo básico pelo qual elas tomam consciência de seus corpos e de suas capacidades motoras.
Brincar também serve como importante facilitador do crescimento cognitivo e afetivo da criança, bem como importante meio de desenvolver tanto habilidades motoras refinadas quanto habilidades motoras rudimentares.
Através da educação psicomotora em função da idade e dos interesses da criança se evita problemas na aprendizagem.
Cada fase de amadurecimento tem seu tempo e saber acompanhar esse tempo sem forçar uma antecipação é essencial.
Dessa maneira há uma preparação da base para as capacidades indispensáveis à aprendizagem escolar, evitando dificuldades tão comuns à alfabetização.
É dessa maneira que se “constrói” um indivíduo que assuma a sua realidade corporal e sua interação com o meio ambiente e suas realizações nesse meio.
Profissionais das áreas da educação e da saúde defendem a importância do desenvolvimento psicomotor durante os cinco primeiros anos de vida, pois é nesse período que ocorrem as mais significativas aquisições a nível físico, emocional e intelectual.
Outros afirmam que esse período se estende até os oito anos. O importante é observar todo o contexto em que a criança vive e identificar dificuldades e suas necessidades de aprendizagem.
Toda a experiência de aprendizagem nessa fase onde a criança constrói seu esquema corporal e amplia seu repertório psicomotor, promove para si mesma autonomia e segurança para enfrentar qualquer situação futura.
Portanto, é necessário dar à criança a oportunidade de brincar para ter suas próprias experiências enquanto estão descobrindo a si mesmas e o mundo em que vivem.
Objetivos da Psicomotricidade
Psicomotricidade tem como objetivo desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo aperfeiçoando o seu equilíbrio.
Mais precisamente, a educação através da psicomotricidade visa:
- A consciência e o controle do próprio corpo;
- O controle e o equilíbrio das funções físicas;
- O uso dos membros do corpo e à aquisição da noção de lateralidade;
- À organização perceptiva e a organização de todo o esquema motor;
- Adquirir o conhecimento do outro;
- Saber coordenar suas ações para atingir o objetivo a que se propõe;
- Aprender a respeitar os outros e as regras morais;
- Respeitar e ser respeitado como ser humano na hierarquia de valores.
E para atingir seus objetivos utiliza todos os meios da educação física, atuando nos anos pré-escolares, contribuindo para que a criança domine seu próprio corpo, abrangendo os seguintes elementos básicos:
-
Esquema Corporal
É a consciência que a criança tem do próprio corpo, de suas partes, dos movimentos corporais, das posturas. Com esse conhecimento ela é capaz de gerar as possibilidades de atuação sobre seu corpo, sobre os objetos que a cercam e sobre o mundo exterior.
É um elemento indispensável para a formação da personalidade da criança que se desenvolverá graças a uma progressiva tomada de consciência de seu corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir e de transformar o mundo à sua volta.
O esquema corporal começa a se desenvolver através da imagem corporal que temos representada inconscientemente na relação com os pais enquanto bebês e começa a tomar forma em torno dos 6 meses de idade quando os bebês já começam a decifrar a sua imagem refletida no espelho.
Uma má estruturação do esquema corporal acarreta transtornos nas áreas motoras (coordenação deficiente), perceptiva (dificuldades na estruturação espaço-temporal) e social (problemas de relacionamento).
-
Lateralidade
Capacidade que a criança tem de controlar os dois lados do corpo (direito e esquerdo), juntos ou separados contribuindo com a execução de tarefas diárias.
Este elemento está ligado as habilidades da mão do pé e do olho onde um dos lados apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez.
Não podemos confundir lateralidade (dominância de um lado do corpo em relação ao outro) com conhecimento de direita/esquerda (dominância de conceitos). A dominância de conceito decorre da dominância lateral.
A dominância lateral se define ao longo do crescimento e está condicionada a fatores genéticos, além de receber a influência de hábitos sociais.
A dominância lateral ocorre por volta dos dois anos. Deve-se estimular a criança a utilização dos dois lados do corpo de maneira igual sem distinção de direita e esquerda. Assim, iremos perceber qual seu lado dominante.
Por exemplo, pode ter dominância da mão direita, do pé direito e olho direito que chamamos de lateralidade homogênea. Ou, mão direita pé esquerdo, olho direito chamamos de lateralidade cruzada.
Trabalhando os dois lados do corpo de maneira igual, ficará mais fácil perceber qual lado dominante da criança e, a partir daí, trabalhar suas necessidades e dificuldades.
Para depois introduzir com mais facilidade os conceitos de direita e esquerda que são muito abstratos para a criança. Os conceitos de direita e esquerda serão mais facilmente aprendidos por volta dos 6 anos.
Crianças que confundem direita e esquerda por volta dos 7/8 anos provavelmente tiveram acesso aos conceitos de direita e esquerda antes mesmo de terem vivenciado corporalmente na plenitude a definição de dominância lateral.
Por isso, nas atividades desenvolvidas devemos dar ênfase, inicialmente, à intensidade do trabalho dos dois lados do corpo sem associar aos termos “direita” e “esquerda”.
Depois de explorar o próprio corpo, devemos associar os conceitos e buscar outras referências fora do mesmo.
-
Coordenação
É a ação de combinar diversos grupos musculares, através do sistema nervoso central, para a execução de uma série de movimentos com o máximo de eficiência e economia de energia.
A coordenação permite a criança e ao adulto dominar o corpo no espaço, controlando seus movimentos e está ligada aos componentes da aptidão motora como:
- Equilíbrio;
- Velocidade;
- Agilidade;
- Força e resistência.
Quanto mais complexa é a atividade maior é o grau de coordenação necessária para a eficácia do movimento.
Dividida em coordenação motora ampla ou grossa, que inclui movimentos como engatinhar, pular e andar.
Para desenvolvê-la, o ideal é realizar atividades recreativas simples, como:
- Correr;
- Pular;
- Empurrar;
- Rastejar;
- Qualquer outra atividade em ambientes abertos que proporcione às crianças liberdade de movimentos.
Brincadeiras com bolas, bambolês e outros objetos que estimulem a movimentação são boas sugestões de práticas para o desenvolvimento da coordenação ampla. O ideal é que essas atividades sejam realizadas até os dois anos de idade.
Em seguida, vem a coordenação motora fina, que envolve, principalmente, o controle das mãos e dos dedos, com o desenvolvimento de noções como força, precisão e velocidade.
O ideal é que os exercícios para o desenvolvimento da coordenação fina não contem com nenhuma ajuda à criança.
No começo, até mesmo passar cola em um pedaço papel pode ser um desafio, por isso é importante que ela trabalhe esses movimentos, que serão essenciais nos anos seguintes, principalmente quando ela começar a escrever.
Essas habilidades podem ser estimuladas através de atividades como:
- Colagens;
- Pinturas;
- Contornos;
- Desenhos.
Estruturação Espacial:
Ela é essencial para a criança se situar no meio em que vive, estabelecer relações com objetos. Assim estabelece através das percepções sensoriais de:
- Visão;
- Audição;
- Tato;
- Olfato;
- Gustação.
É por volta do sexto ao nono mês que a criança tem as primeiras sensações entre seu corpo e o ambiente.
E é aos três anos que a criança começa uma vivência corporal e passa a explorar e manipular o espaço e como utiliza o seu corpo nesse espaço a partir da capacidade de organizar e representar esse espaço mentalmente.
Se a criança não tem uma boa orientação espacial podem surgir dificuldades, como:
- Limitação de seu desenvolvimento mental e psicomotor;
- Dificuldade para manipular objetos ao seu redor;
- Prejuízos na noção do esquema corporal, dificultando o processo de interiorização e assimilação da lateralidade.
Intimamente ligada a estruturação espacial está a estruturação temporal, pois uma pessoa só se movimenta em um espaço em um determinado tempo.
Estruturação Temporal
É um dos elementos mais difíceis de se trabalhar com a criança uma vez que ela tem dificuldades de distinguir o tempo ficcional (das histórias que ela conta) e o tempo real.
Tem que ser construída e exige um esforço, um trabalho mental da criança que ela só conseguirá realizar quando tiver um desenvolvimento cognitivo mais avançado.
É a noção de tempo que desenvolve nas crianças os hábitos do cotidiano como:
- Hora de dormir;
- De comer;
- De tomar banho;
- Dentre outras atividades.
Desenvolvem-se inicialmente noções de antes, agora, depois, lento, rápido, simultâneo, etc, que devem fazer parte do repertório de experiências vivenciadas naturalmente pela criança.
Em seguida dedica-se uma atenção especial aos exercícios que introduzem ritmo, pois tais exercícios exigem uma apreensão atenta da sucessão temporal, em termos de duração e intervalo.
Atuação da educação física
A educação física é uma área estratégica no campo da psicomotricidade. Consegue com um método pedagógico infantil, através de jogos e brincadeiras, e do lúdico, proporcionar a criança seu desenvolvimento motor, afetivo e intelectual.
O profissional da área deve interagir com a criança e identificar suas dificuldades e potenciais para poder criar estratégias que contribuam para o seu desenvolvimento psicomotor.
O desenvolvimento da criança pode ser prejudicado se ela não receber o estimulo apropriado no período crítico e suscetível de aprendizado.
Portanto, através da educação física com alternância de atividades, de estímulos e diversificação de experiências deverão haver intervenções adequadas à maioria dos alunos.
Isso facilita formas positivas de desenvolvimento em todas as fases que a criança se encontra e fases posteriores.
O professor tem que estar ciente da sua função formadora e conhecer as particularidades da psicomotricidade para auxiliar seus alunos na busca da autonomia psicomotora através da exploração de experiências, do descobrimento de suas limitações e como transpor essas limitações.
Atividades psicomotoras para o desenvolvimento infantil
Esquema corporal
Identificar as partes do corpo através da música: Cantado a música, os alunos deverão colocar a mão na parte do corpo cantada.
- Cabeça, ombro, joelho e pé;
- Cabeça, ombro, joelho e pé;
- Olhos, ouvidos, boca e nariz.
- Cabeça, ombro, joelho e pé.
Estátua: Dois a dois, um aluno é a estátua e não poderá se mexer. o outro deverá modificar a estátua como queira, com criatividade. Poderá ser feita uma competição de qual estátua está mais engraçada.
Pedra, Papel e Tesoura: O professor divide a turma em duas equipes. O professor chama à frente um representante de cada equipe para iniciar a brincadeira, explicando como cada objeto deve ser representado corporalmente:
- A tesoura – Dedos, médio e indicador, estendidos para frente;
- O papel – Mão espalmada e aberta;
- A pedra – A mão fechada.
Cada jogador fica de frente um para o outro com a mão direita para trás. Ao sinal do professor, cada aluno estende a mão ao adversário com a representação do objeto que ele escolher (pedra, papel ou tesoura).
O aluno vence a disputa de acordo com a seguinte ordem:
- Tesoura vence papel;
- Papel vence pedra;
- Pedra vence a tesoura.
Cada vitória dá um ponto para sua equipe. Depois que todos os alunos das equipes tiverem participado, o professor soma os pontos de cada equipe, sendo vencedora a equipe que fizer mais pontos.
Coordenação
Atividade com Obstáculos: Colocar objetos pelo caminho fazendo com que a criança, pule, desvie, empurre, suba em cima, etc, desses objetos. Caixas de papelão, cadeira, cone, bambolê, etc.
Pinça: Num primeiro momento a criança poderá utilizar a mão como pinça e deverá pegar objetos de diferentes tamanhos deslocando de um ponto a outro, determinados pelo professor.
Num segundo momento, poderá utilizar uma pinça de brinquedo utilizando objetos menores como por exemplo, um grão de feijão.
Lateralidade
Atividade de Controle dos Pés: O aluno deve chutar uma bola com um pé e depois executar o chute com o outro, estimulando ambos os lados sem o professor definir direita e esquerda. Pode ser até uma bolinha de papel.
Atividade para Controle das Mãos: Amarrar fitas de cores diferentes nos braços direito e esquerdo da criança. Esta deve lançar uma bola ou outro material e um lugar determinado pelo professor, por exemplo, um balde, com a mão que estiver amarrada com a cor da fita que o professor falar.
Outras Brincadeiras: O simples fato de brincar com seus carrinhos, bonecas, bolas e diversos objetos proporcionam a todos uma maneira de treinar diariamente suas habilidades ligadas à lateralidade.
Estruturação Espacial
Atividade de Relação Espacial: Pedir ao aluno que fique na frente de uma cadeira, depois atrás, ao lado, em cima e se possível embaixo da mesma.
Atividade de Pega-Pega: O professor poderá pedir que quem for pego fique com as pernas abertas e para que seja salvo um colega deverá passar por entre as pernas, depois quem for pego fique abaixado e para ser salvo um colega deverá passar por cima.
Também pode fazer a variação do pega-ajuda: Onde quem for pego dá a mão ao pegador e ajuda sem soltar as mãos a pegar os outros colegas.
Atividade do Tubarão: Dar uma folha de jornal para cada aluno e pedir para que coloque no chão imaginando que a folha é um barco e tudo que estiver em volta é o mar.
Ao parar uma música o professor deverá gritar “olha o tubarão” e todos deverão subir no jornal. Na medida em que for adiante o professor vai tirando as folhas de jornal de maneira que no final os alunos tenham que ficar juntos em um número reduzido de folhas.
Dependendo do número de alunos poderão ficar apenas duas folhas. Nessa atividade não há exclusão apenas a visão de espaço por parte doa alunos.
Estruturação Temporal
Bater Palma: Dispor os alunos em linha. Deverão lançar uma bolinha para cima e bater palmas pegando a bolinha novamente. Deverão ir e voltar em um espaço delimitado fazendo o mesmo movimento e trajeto.
O professor poderá fazer como competição que chega primeiro sem deixar a bolinha cair. Dispor os alunos em duas colunas e depois de completar o trajeto deverá entregar para o próximo da fila.
Lançando a Bola: Dois a dois, cada um com uma bola. Lançar a bola para o companheiro ao mesmo tempo. Com o domínio da atividade poderá ser lançada por uma aluna a bola com a mão enquanto que ao mesmo tempo o outro chuta a sua bola com o pé e vice-versa.
Cuidados com as crianças
Para um bom desempenho nas fases de desenvolvimento motor é necessário atentar para os seguintes pontos:
- Oportunidades para praticar;
- Motivação para aprender;
- Instrução qualificada;
- Maturação;
- Influência do meio ambiente.
Muitas vezes os pais não conseguem identificar qual é o momento certo para que a criança possa explorar os aspectos cognitivo, afetivo e motor.
Entretanto, na fase pré-escolar, a criança está com o organismo preparado estruturalmente para exercer atividades psicológicas mais complexas.
E estimular seu desenvolvimento nessa fase é fundamental para que sua personalidade tome formas claras e definidas. E através do brincar se consegue esse estímulo.
As crianças, nessa idade, são incapazes de reconstruir seus pensamentos e demonstrar aos outros como chegaram às suas conclusões ainda que não necessite de justificativas para isso.
As brincadeiras servem como meios vitais, pelo quais as estruturas cognitivas superiores são gradualmente desenvolvidas.
As brincadeiras englobam muitos ambientes para promover o crescimento cognitivo em conjunto com o desenvolvimento físico e sócio- afetivo.
Através das brincadeiras, desenvolvendo a psicomotricidade que a criança vai descobrir e desafiar seus próprios limites, ousar em situações de perigo, começar a fazer relações lógicas e se tornar cada vez mais criativa e espontânea contribuindo para seu total desenvolvimento (motor, afetivo e social).
Se o desenvolvimento psicomotor for mal constituído, a criança poderá apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção de letras, na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato e lógico, na análise gramatical, entre outras.
Vários fatores de risco, biológicos e ambientais, podem colocar em risco o desenvolvimento psicomotor da criança como:
- Baixo peso ao nascer;
- Distúrbios cardiovasculares, respiratórios e neurológicos;
- Infecções neonatais;
- Desnutrição;
- Baixas condições sócio-econômicas;
- Nível educacional precário dos pais e prematuridade.
Quanto maior o número de fatores de risco mais comprometido fica o desenvolvimento da aprendizagem.
Assim, as crianças que apresentam riscos de atraso ou desenvolvimento motor atípico merecem atenção já que os problemas de coordenação e controle do movimento poderão se prolongar até a fase adulta.
Além disso, atrasos motores frequentemente associam-se a prejuízos secundários de ordem psicológica e social, ou seja, o aluno ao perceber que tem dificuldades na aprendizagem muitas vezes começa a apresentar:
- Desinteresse;
- Irresponsabilidade;
- Agressividade;
- Hiperatividade;
- Baixo nível de atenção;
- Dificuldade para seguir instruções;
- Imaturidade social;
- Dificuldade de conversação;
- Inflexibilidade;
- Fraco planejamento;
- Distração;
- Falta de destreza;
- Dentre outros.
A dificuldade acarreta sofrimentos e nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria, cabendo ao professor identificar as dificuldades do aluno buscando formas de auxiliá-lo trabalhando em conjunto com os pais.
Conclusão
É destaque a importância da psicomotricidade na base do desenvolvimento integral de um indivíduo. Ela se torna um meio preventivo de déficits na aprendizagem e também no desenvolvimento motor, além de auxiliar na construção de sua personalidade, organiza o cognitivo da criança.
E acima de tudo, faz isso de uma maneira lúdica na qual processo do desenvolvimento evolui facilmente introduzindo as atividades psicomotoras, que vem proporcionando equilíbrio, coordenação motora, esquema corporal, e várias outras expressões corporais a partir dos movimentos.
Por meio dessas atividades as crianças, além de se divertirem irão aprender a criar, inventar, e a se relacionar melhor com o meio social.
E a educação física tem um papel estratégico no momento em que trabalha com o movimento e através dele pode oferecer estímulos sistematizados envolvendo a criança num clima afetivo transmitindo valores, atitudes e conhecimentos com mais facilidade, visando um desenvolvimento integral da criança como ser humano.
EXCELENTE CONTEÚDO. PARABÉNS.
Gostei demais do conteúdo, estão de parabéns pelo excelente trabalho.
Professor: Sandro Ferreira
Parauapebas / PA
Excelente trabalho .
Ótimas informações, pratico e de simples entendimento.