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A educação física escolar é uma profissão muito importante para o desenvolvimento do aluno, por isso é uma matéria indispensável nas escolas.  Por isso, é essencial que o profissional de educação física escolar compreenda o desenvolvimento social, afetivo, psicomotor e cognitivo da criança.

Entretanto, deve considerar que este desenvolvimento se dá em ritmos diversos, de acordo com a história de vida da criança, e com as possibilidades oferecidas pelo seu meio ambiente, sem que variações nesse ritmo sejam vistas como “atrasos” ou “deficiências”.

É importante fazer com que a criança seja mais ativa, com maior possibilidade de expor suas ideias e não simplesmente o professor escolher a atividade e a criança apenas reproduzir o que aprendeu. Desta forma, você irá entender agora o papel do profissional de educação física escolar e como trabalhar alunos em cada fase etária.

O que é educação física escolar

A Educação Física é uma disciplina muito significativa, porém, por diversas vezes, pouco valorizada na grade curricular. Ela insere, adapta e incorpora o aluno no saber corporal de movimento, sua função é formar o cidadão que segundo Betti (1992) irá produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, qualificando-o para desfrutar os jogos, os esportes, as danças, as lutas, as ginásticas e práticas de aptidão física, em proveito do exercício crítico dos direitos e deveres do cidadão para a benfeitoria da qualidade de vida humana.

A educação física escolar veio para somar e contribuir com a educação intelectual e moral nas escolas, uma das responsabilidades dessa disciplina é de instruir e instigar o aluno a opinar e se posicionar criticamente em relação às atuais linhas de cultura corporal de movimento.

Dimensão sociocultural da coordenação motora da criança

Não é o ambiente físico um agente único para a determinação de excelente ou péssima coordenação motora, mas sim as relações sociais travadas no mesmo, ou seja, quem propõe a prática e como ela é desenvolvida. Assim é possível iniciar a compreensão da dimensão sociocultural da coordenação motora.

criança tem rotina com a prática de atividade física? A criança tem oportunidade para a prática de atividade física? Refiro-me aqui a prática orientada por profissionais da área e também aquela vinculada ao brincar livre. Ambas são estritamente necessárias.

Dançar na sala de casa, pular corda no quarto, pular no colchão, um pega-pega no quintal de casa, são alguns exemplos de um brincar livre e quando combinadas com sessões orientadas em modalidades como: futebol, balé, jiu jitsu, circuito funcional entre outras, torna-se excelentes acervos para a construção de uma história positiva com o movimento humano ao longo da vida.

Basta portanto, que a cultura familiar esteja a favor dessa construção positiva e isso pode acontecer com crianças que moram em casa ou em apartamento, crianças de classe social média, baixa ou alta, crianças de escolas públicas ou privadas.

Sobre esses universos, em um estudo recente (De BOM et all,2017) sobre o nível de coordenação motora em crianças com faixa etária entre 05 e 06 anos de idade, estudantes de uma escola pública e privada, constatou níveis equivalentes de coordenação motora entre os grupos, estando ambos em sua maioria estado normal para a idade, o que atesta que nem mesmo o nível socioeconômico não pode ser determinante para as afirmações empíricas de melhor ou pior nível de coordenação motora.

Dimensões biológicas da coordenação motora

Adentrando um pouco para as dimensões biológicas, é preciso fazer uma breve análise da composição corporal em crianças de diferentes níveis socioeconômicos.

Índices de prevalência de sobrepeso e obesidade, são encontrados em ambos os níveis. A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO, 2016) estima que 15% das crianças brasileiras estão na faixa de sobrepeso e obesidade.

Precisamente na região Sul do país, das crianças entre 05 e 09 anos de idade 35,9% estão entre a faixa de sobrepeso e obesidade, e na mesma faixa encontram-se 24,6% das crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos de idade.

Vale ressaltar que os portadores do sobrepeso na infância podem ser os prováveis obesos nas fases futuras. Por esse motivo o controle do peso na infância é de extrema importância para a promoção de uma melhor qualidade de vida no presente e no futuro (ABESO, 2016).

Papel do profissional de educação física no desenvolvimento motor

ara os professores de Educação Física escolar, é imprescindível que tratem em seus planejamentos de discutir temáticas que estejam vinculadas a saúde na infância. Discutir não significa pensar no jargão “aula teórica”, bem longe disso. Refiro-me aqui a abertura para o diálogo com as crianças a partir de ações representativas que ultrapassem os muros da escola. Somente expor oralmente que fazer exercício físico é importante, que produtos industrializados fazem mal a saúde, pouco resolvem no cotidiano das famílias.

Os professores precisam trazer programas permanentes nas escolas com a participação das crianças, estabelecendo horizontes de criticidade e de aproximação das possibilidades que essas crianças possuem de compreender o que é saúde, a partir da sua realidade social.

Nesse sentido, de que adiantaria um planejamento ensino que possuísse apenas ações de exposições orais sobre alimentação saudável e prática de exercícios físicos para escolares em zona de vulnerabilidade social que não possuem condições mínimas de sobrevivência? São reflexões necessárias que tornam a temática do artigo uma peça do quebra-cabeça que inclui, entre outras peças, a concepção de infância que esse professor possui, o espaço escolar, a proposta política e pedagógica da escola.

Já aos profissionais de Educação Física, é preciso que conheçam as reais necessidades da infância e prescrevam treinamentos orientados a essas necessidades. Vale lembrar sempre da velha máxima “criança não é adulto em miniatura”, portanto, é preciso estudar muito bem as doses de volume e de intensidade de qualquer modalidade de prática de exercícios físicos.

Para os pais, é preciso que os pais estejam atentos à rotina dos filhos, tomando muito cuidado com os excessos nas duas pontas: a inatividade física e excesso de atividades para além da escola, que impeçam a criança de brincar livremente com o seu corpo. O equilíbrio é sempre bem-vindo. Há uma tendência de acumular tarefas na rotina diária da criança, e muitas vezes ela acaba adentrando em práticas de exercícios físicos das quais ela não aprecia, dificultando o engajamento e a aderência para a prática. Muitas vezes soma-se esse acúmulo ao pequeno espaço de tempo para a criança brincar livremente, já que toda a sua rotina está direcionada.

Os melhores exercícios para educação física escolar

Os melhores exercícios nas aulas de educação física escolar são sempre aqueles que envolvem descontração, dinâmica e um ar de brincadeira, no entanto são diferentes dependendo da faixa etária ou ciclo que o aluno está. Segue alguns exemplos de exercícios e brincadeiras dirigidas e jogos para cada ciclo:

Ensino Fundamental I

  • Amarelinha: todas as crianças podem participar dentro da educação física escolar. Com giz desenhe sete casas numeradas no chão, que terminam com um circulo escrito céu. A brincadeira consiste em jogar a pedra nas casas em ordem numérica e ir pulando com um pé só, evitando pisar na casa onde caiu a pedra, pegando-a na volta. Ganha quem chegar ao céu primeiro sem pisar nas linhas ou com os dois pés.
  • Coelhinho sai ta toca: divida as crianças em grupos de três, sendo que duas ficam de mãos dadas simulando uma toca e a terceira criança seria o coelho fica ao meio. Duas ou mais crianças devem ficar sem toca, no centro da brincadeira. Quando a professora fala: coelhinho sai da toca! Todas as crianças tem que mudar de toca. As crianças que estão no centro tem que tentar ocupar as tocas que ficam vazias, e as outras crianças que estão na toca deve trocar de toca, quem ficar sobrando vai para o centro e a brincadeira recomeça.
  • Dança das cadeiras: faça uma roda de cadeiras e outra roda de crianças em volta das cadeiras, sendo que deve ter uma cadeira a menos que o número de crianças que vão brincar. Começa a tocar a música e as crianças andam em volta das cadeiras com as mãos para trás. Quando a musica parar todas as crianças devem sentar-se. Saí da brincadeira quem não conseguiu sentar-se, tira-se uma cadeira e a brincadeira recomeça. Ganha quem sentar na ultima cadeira.
  • Dança das cadeiras alternativas: várias cadeiras com bexiga serão espalhadas na sala. Os participantes serão vendados e começa a tocar a música. Quando parar a música, todos devem sentar e estourar as bexigas, será eliminado aquele que não conseguir uma cadeira. O jogo recomeça com uma cadeira a menos, ganha quem sentar na ultima cadeira.
  • Morto-Vivo (vivo-morto): uma criança é escolhida para ser o chefe, ou seja, é quem vai dá ordem e as outras crianças deverão obedecer. O chefe dirá morto ou vivo. Se o chefe diz morto às crianças devem abaixar. E se o chefe disser vivo, as crianças devem ficar de pé. O objetivo do chefe é fazer os participantes ficarem confusos com sua comanda que deve ser cada vez mais rápida. Quem errar sai do jogo, a criança que sobrar é a vencedora.
  • Pular Corda: existem várias brincadeiras com a corda, porém algumas bem conhecidas das crianças são aquelas que duas crianças batem a corda e cantam uma musica, e a criança que está pulando deve fazer exatamente aquilo que é descrito na música, por exemplo:

Ensino Fundamental II

  • Stop: essa brincadeira o aluno vai usar caneta e papel, ele vai fazer um quadro com dez colunas e cada uma delas coloca-se alguns itens como: nome, lugar, animal, cor, carro, objeto, artista, fruta, filme, etc. Então se sorteia uma letra e todos deverão preencher cada coluna que começa com essa letra. Por exemplo: a letra C foi sorteada, então deverá preencher todas as colunas do jogo com palavras que começam com a letra C: carro, cor, nome… Quem preencher tudo primeiro grita Stop! Fim da primeira rodada. Faz-se então a contagem dos itens preenchidos por cada participante. Cada item preenchido vale 10 pontos. Se mais de um participante tiver colocado a mesma palavra para um determinado item, em vez de 10 só terá 5 pontos cada um. Ganha o jogo quem obtiver maior número de pontos;
  • Pinga-bola: é praticamente igual ao time de vôlei, os alunos são divididos em dois grupos numa quadra, ao meio fica a rede de vôlei.Um estudante de posse da bola a lança para o lado adversário com o braço acima da cabeça, imitando o saque por cima. Ao ultrapassar a rede, a recepção deve ser feita somente de manchete, após a bola pingar uma vez no solo. Devem-se dar três passes de manchetes pingadas antes de passar a bola para o outro lado, que realizará o mesmo procedimento. O grupo que errar possibilita um ponto e a posse da bola para o outro grupo sacar.

Exercícios e brincadeiras para o ensino médio

Travessia

  • Atividade estimula o grupo e pensar em estratégias para vencer desafios.
  • Inicie o jogo dividindo a sala em 3 partes (margem 1, rio e margem 2), com 2 pedaços de barbante.
  • Peça para que a turma fique atrás de uma das margens.
  • Coloque as cartolinas no chão, formando uma ponte inacabada (é importante que ela não chegue a outra margem), deixando um espaço para ser colocadas 2 cartolinas.
  • Pede-se para que todo o grupo imagine que um vulcão está em erupção e que, em pouco tempo, as lavas chegarão até eles. Ressalte que eles não podem pisar na água porque o rio está cheio de piranhas. O grupo todo deve atravessar a ponte, ao mesmo tempo.
  • Reserve alguns minutos para o grupo conversar e combinar uma estratégia para atravessar a ponte de uma só vez.
  • Quando o grupo se mostrar pronto, peça para que atravessem a ponte porque a lava se aproxima.
  • Acompanhe a travessia, garantindo que eles não pisem no rio e que cada subgrupo de 4 pessoas fique em apenas um pedaço de cartolina.
  • Quando todos estiverem na ponte peça para que o último passe a cartolina que sobrou no chão para o primeiro da fila, passando pelas pessoas que estão na ponte.
  • Aguarde “a pedra” ser colocada e, se necessário, a utilização dasegunda pedra.
  • Com a ponte conectada à outra margem, permita que todos  passem para o outro lado do rio.
  • Deixe a turma se recompor, peça para que façam um círculo de cadeiras (dependendo do grupo, pode ser uma roda de pessoas sentadas no chão) para discutirem como se sentiram no jogo. Ajude-os a perceber que foi necessário diálogo e organização para poderem atingir o objetivo.

Futebol

O futebol é o esporte mais praticado no Brasil e um dos mais queridos entre os alunos, principalmente os meninos. Esse tipo de ensino conhecido como pedagogia do dominante na educação física escolar, no qual, Paulo Freire explica que quem predomina é somente o discurso e a prática do professor. Ou seja, o docente seria o sujeito da educação, e os alunos apenas receptores de informações prontas sem ao menos opinarem. Infelizmente muito educadores físicos insistem em apenas mostrar o conteúdo e o conhecimento prontos aos estudantes, impossibilitando-os de fazer parte do conhecimento, de poder construí-lo através das suas vivências e experiências.

O futebol não pode ser ensinado somente como um simples jogo de regras e conceitos técnicos. É preciso valorizar o conhecimento histórico social do mesmo, seus impactos na sociedade e como está inserido em nossa cultura. Além disso, é preciso ensinar o que o esporte pode nos proporcionar de melhor, o coletivo acima do individual, a solidariedade, o respeito para com o próximo e a diversidade social.

Vôlei

O que o futebol é para os meninos, o vôlei é para as meninas, pelo menos em grande parte das escolas, sem dúvida é um esporte que chama bastante atenção dos alunos. Muitas crianças só têm acesso a esse esporte nas aulas de educação física, portanto é um esporte que deve ser muito explorado nas instituições de ensino, assim como o futebol. Os alunos também deve ter conhecimento sobre a história da modalidade, sua transição, e a relação do esporte com o Brasil.

Além é claro, que o jogo é uma oportunidade de ensinar conteúdos às crianças, estimulando-as, e principalmente, que se entenda que o aluno encontra-se como sujeito e não como objeto no espaço educativo.

O vôlei deve ser ensinado de forma lúdica, contribuindo para que a criança tenha prazer em jogá-lo e se envolva com essa modalidade a ponto de querer conhecer mais sobre o esporte e desenvolver suas habilidades em relação ao desporto.

Basquete

O basquete dentro da educação física escolar é um esporte em equipe que contribui para o desenvolvimento emocional, psicológico e físico do aluno, desde que o professor ensine-o de forma educativa e não mecanizada, ou seja, quando o professor passa apenas as regras e conceitos técnicos sem se comprometer com a importância do conhecimento histórico social do esporte.

Esse esporte colabora para prevenção de doenças que estão cada vez mais impactando crianças e jovens da atual geração, como: obesidade, diabetes, estresse, ansiedade, depressão e claro o sedentarismo.

De acordo com Balbino e Paes (2005), o educador deve compreender que o basquete promove o movimento humano, as inteligências múltiplas, os aspectos psicológicos, os princípios filosóficos e a aprendizagem social do aluno.

O importante é também tornar a aula divertida, ensinar basquete para crianças, por exemplo, deve ser de forma descontraída, sem utilizar técnicas muito elaboradas, mantendo o aluno sempre comprometido com o aprendizado.

Esportes em grupo

As aulas de esporte em grupo ensinam:

  • Trabalho em equipe;
  • Inclusão social;
  • Comparticipar;
  • Partilhar;
  • Técnicas de modalidades diversas.

Os estudantes aprendem também a solucionar situações problemas.

O bom dos esportes em grupo é que podem ser praticados por todos os alunos, desde os pequenos até os adolescentes, e também os alunos com necessidades especiais. Para tanto é importante fazer adaptações com relação ao jogo, como:

  • Tamanho e peso da bola;
  • Tamanho da quadra;
  • Altura das redes de vôlei e cestas de basquete de acordo com a faixa etária da criança.

É importante criar campeonatos na escola, pois contribuem para os alunos aprenderam análise tática, trabalho em equipe e respeito ao adversário, porém todos devem participar. Destacamos também a importância da formação das equipes que devem ser diversificadas tanto em gêneros, portes físicos e também os mais e os menos habilidosos.

Já o professor de educação física escolar deve sempre manter os alunos motivados, ditar e explicar com clareza as regras do jogo, e intermediar conflitos entre os alunos. Além de incitar os estudantes a identificar as próprias capacidades físicas, como ritmo, velocidade, força e resistência para que consigam se sair cada vez melhores.

Cuidados especiais com o seu aluno

Muitos alunos não têm costume de fazer qualquer tipo de exercícios físico. Por isso, o professor que atua na educação física escolar deve buscar saber mais sobre a vida e ficar atento a cada movimento que eles fizerem, pois exercícios errados e com falta de postura pode ocasionar problemas ortopédicos e na coluna, além de lesão muscular, dores articulares e câimbras.

É preciso buscar informações sobre a saúde do aluno, se há algum problema de saúde como diabetes, hipertensão arterial, problemas coronarianos e respiratórios, além de problemas na coluna como hérnia.

Exercícios intensos na educação física escolar sem saber algum tipo de informação em relação ao quadro clínico podem ser prejudiciais à saúde do estudante. Por isso, a importância de começar a praticar atividades físicas de forma gradual.

Outro cuidado especial na educação física escolar é alertar os alunos para a hidratação, sempre dar uma pausa na aula para todos beberem água. Em dias muito quentes utilizar espaços com mais sombras ou quadras cobertas, por exemplo.

Orientar seu aluno a se alimentar melhor em dias que terão aulas de educação física é fundamental. Principalmente na parte da manhã em que muitos deles vão até em jejum para escola, o que é prejudicial.

Conclusão

A educação física escolar é muito importante para o aluno, por isso, é importante que você como profissional da área tenha um amplo conhecimento e planeje atividades que possam desenvolver a capacidade física de seu aluno. Orientá-lo da maneira correta será essencial para obter-se resultados, e assim garantir uma boa coordenação motora por parte do mesmo!

Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

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