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Uma pessoa estava muito animada com a academia, fazia todos os exercícios com entusiasmo e queria evoluir todos os dias, até que ela começou a sentir dor no joelho ao agachar. 

A dor no joelho ao agachar é mais comum do que pensamos e precisa ser observada, já que pode indicar diversos problemas.

Confira como identificar o que está causando essa dor no seu aluno para começar a corrigir o mais cedo possível. Vamos lá?

Biomecânica do agachamento e como isso influencia a dor

O agachamento é considerado um dos exercícios mais completos do Treinamento Funcional. Praticamente em qualquer lugar com praticantes de atividades físicas você encontrará alguma variação dele. 

Na hora de analisar a dor no joelho ao agachar ou flexioná-lo, também precisaremos compreender esse movimento.

Na análise biomecânica conseguimos entender como as forças atuam nas articulações, assim, dá para imaginar melhor como o aluno desenvolveu esse desconforto.

Começaremos dando uma olhada nas articulações mais envolvidas durante o ato de agachar.

Articulações envolvidas

Em geral, quando os alunos acabam lesionados durante a atividade física quem realmente sofre são as articulações. Isso porque essas áreas de junção de estruturas ósseas nem sempre estão estáveis ou móveis como deveriam.

No caso do agachamento, as principais articulações são:

  • Joelho;
  • Tornozelos;
  • Quadril.

Seu aluno sente dor no joelho na hora de agachar, isso você já sabe. Mas como você avalia esse aluno? Faz diversos testes para joelho e acabou por aí? Então existe uma grande falha nessa avaliação.

O movimento de agachar envolve essas três articulações e sempre deve ser avaliado a partir delas. Uma dor no joelho pode ocorrer facilmente como compensação por problemas no quadril ou tornozelos. 

O profissional que esquecer dessa relação analisará somente o sintoma, esquecendo o efeito.

Isso quer dizer que seu tratamento pode até ser eficiente para aliviar a dor, mas existem grandes probabilidades de ela retornar mais tarde.

Movimentos envolvidos no agachamento

Começaremos falando dos movimentos realizados pelo joelho considerando que é exatamente nessa articulação que seu aluno reclama de dor. 

O joelho realiza movimentos em dois planos, sagital e horizontal.

Na maioria dos agachamentos o único plano importante é o sagital. O joelho realiza um movimento de flexão na fase excêntrica do movimento. 

O ângulo de flexão e os níveis de pressão exercidos sobre a articulação variam de acordo com tipo de agachamento.

Já na fase concêntrica temos um movimento de extensão do joelho para que o corpo volte à fase inicial. As musculaturas envolvidas no agachamento sofrem contração em ambas as fases, por isso devemos ser cuidadosos com compensações nas duas. 

Muitos profissionais esquecem de prestar atenção do aluno na fase concêntrica, o que pode possibilitar diversas lesões.

Seguiremos olhando os movimentos do tornozelo. Sabe aquele aluno que quando agacha levanta os calcanhares? É sinal que um dos seguintes movimentos está prejudicado.

  • Dorsiflexão; (fase concêntrica);
  • Flexão plantar (fase excêntrica).

Um problema muito comum que afeta o agachamento é a falta de mobilidade do tornozelo, mas falaremos mais disso mais a frente.

Por fim, temos o quadril, que realiza importantíssimos movimentos para evitar dor no joelho ao agachar. Apesar de poder realizar movimentos em três graus de liberdade e três eixos de movimento ele trabalha principalmente no plano sagital. 

Teremos na fase excêntrica uma flexão de quadril e na concêntrica uma extensão.

Músculos envolvidos

Não é sem motivo que o agachamento é um dos exercícios queridinhos de qualquer instrutor de Treinamento Funcional. Ele trabalha um número bastante grande de musculaturas, ajudando no fortalecimento e na ativação.

Confira abaixo os principais grupos musculares envolvidos durante o agachamento:

  • Flexores plantares;
  • Extensores de joelho;
  • Extensores de quadril;
  • Extensores da coluna.

Precisamos ter um cuidado especial com musculaturas como glúteo máximo e isquiostibiais. 

É comum encontrar alunos que compensam a falta de ativação do glúteo com uma ativação extrema dos isquiostibiais. 

Mesmo sendo um fator que causa mais dor lombar que dor no joelho, precisaremos corrigi-lo.

Também precisaremos ficar atentos a fraquezas em musculaturas como quadríceps e tríceps sural.

Possíveis causas da dor no joelho ao agachar

Assim que o aluno começar a ter dor virá uma pergunta inevitável:

“Mas o que eu tenho?” A pessoa sempre quer saber, e rápido, qual é a causa do seu desconforto. Uma reação assim é natural, ele quer saber o que está acontecendo para melhorar logo (e possivelmente jogar sua patologia no Google). 

Mas calma, não temos certeza só de analisar os sintomas sobre qual patologia ou lesão é. Talvez nem seja algo tão grave.

Minha dica: evite dar diagnósticos rápidos para o problema do aluno. Sabemos que ele realmente quer saber rápido o que está causando a dor, mas precisaremos de uma ótima avaliação para isso.

Os alunos e pacientes acham que conseguimos adivinhar a patologia só de olhar para ele. Mas tenham calma, você inclusive pode realizar alguns testes exclusivos para joelho para garantir que conseguiu um resultado correto.

Lesões nos ligamentos

Consideramos a articulação do joelho como bastante complexa. Ele possui duas necessidades: ser estável o bastante para evitar lesões e ter mobilidade para os movimentos de membros inferiores. 

Em geral, nossos alunos possuem joelhos bem mais móveis que estáveis, o que é um grande problema.

Para garantir que todas suas estruturas estão estabilizadas, o joelho possui algumas estruturas ativas e passivas de estabilização. 

Entre elas encontramos os ligamentos. Eles são estruturas fortes que garantem o movimento seguro da articulação. São eles:

  • Ligamento Cruzado Anterior (LCA): responsável por limitar movimentos de rotação interna e hiperextensão, além de reduzir o deslocamento da tíbia durante a flexão do joelho.
  • Ligamento Cruzado Posterior (LCP): mais resistente que o LCA, ele possui a função de impedir o deslocamento posterior da tíbia e deslocamento anterior do fêmur durante o movimento de flexão.
  • Ligamento Patelar;
  • Ligamento Poplíteo Oblíquo;
  • Ligamento Poplíteo Arqueado;
  • Ligamento Colateral Tibial;
  • Ligamento Colateral Fibular.

Apesar de podermos encontrar lesão em qualquer um desses ligamentos, os ligamentos cruzados costumam sofrer mais. 

O LCA é o ponto onde encontramos mais lesões por ele ser menos vascularizado e mais frágil que o LCP.

A maioria dos alunos que apresentam lesões nos ligamentos praticam atividades físicas em intensidade média ou alta, ou seja, seu aluno atleta está no grupo de risco, especialmente se ele pratica atividades que envolvam sprints ou mudanças de direção.

Podemos e devemos tratar essa lesão com movimento. Inicialmente seu aluno terá dor em excesso para conseguir fazer movimentos que envolvam agachamento. Por isso, seu foco será o controle da dor e estabilização articular.

Tendinite no joelho

Tendões são mais uma das estruturas estabilizadoras do joelho, fazem a ligação entre as musculaturas e as estruturas ósseas que compõem a articulação. 

É comum encontrarmos um aluno com inflamações em algum tendão, especialmente do tendão patelar.

Os alunos mais sujeitos a tendinite patelar são aqueles que praticam esportes ou atividades que envolvam saltos. Jogadores de vôlei e basquete são exemplos dos indivíduos que mais aparecem com tendinite patelar nos nossos Studios.

A inflamação ocorre por estresse exagerado no joelho, sendo que a principal causa são os desequilíbrios e tensões musculares. Se você trabalhar com um atleta e quer fazer um trabalho preventivo descubra onde estão esses desequilíbrios e os corrija.

Um aluno com tendinite patelar sentirá dor para ajoelhar ou agachar. Detalhe: essa dor pode ser esporádica aparecendo somente após a prático do esporte ou atividade física. 

Com o tempo a tendência é que a dor piore e o tendão fique mais danificado.

Para o tratamento começaremos como qualquer outra lesão: alívio da dor e posteriormente recuperar a amplitude de movimento. 

Se o seu aluno é atleta ele dificilmente aceitará parar com suas atividades esportivas para o tratamento. Nesse caso você precisará de cuidado extremo com exercícios de fortalecimento e instruí-lo para que evite causar novas lesões.

Seu aluno precisará realizar aquecimentos cuidadosos antes de qualquer atividade física, mesmo as aulas de Pilates e fisioterapia. Isso é importante para qualquer aluno, mas os lesionados em particular.

Para fazer a analgesia recomendo aplicação de gelo ou calor, massagens e terapia manual de acordo com sua especialidade.

Artrose no joelho

A artrose, ou osteoartrite que é seu nome correto, pode ocorrer em pacientes de qualquer idade. Ela é parte do processo de envelhecimento do corpo e é caracterizada pelo desgaste articular em certas regiões.

Sua principal causa é o estresse ao qual as articulações estão submetidas durante o movimento. Isso inclui o desgaste das cartilagens que protegem e estabilizam as articulações, levando a um maior atrito entre estruturas ósseas.

Um aluno diagnosticado com osteoartrite no joelho terá dores constantes e danos causados às estruturas articulares. 

Nossa principal função será fortalecer os músculos da região e corrigir desequilíbrios para diminuir a pressão exercida sobre a articulação.

Em fases mais avançadas o aluno pode precisar de cirurgia para reparar a articulação desgastada. Sempre queremos evitar que ele chegue a esse nível, portanto devemos colocar muita ênfase no fortalecimento.

A artrose do joelho possui fases, começando com um período em que a cartilagem perde sua densidade e indo até seu desgaste completo. Ela também pode ocorrer em ciclos de pouca ou nenhuma dor e de inflamação, quando o aluno apresenta dor aguda.

Como sempre falo, não devemos forçar movimento num aluno com dor. Em fases de dor aguda evite os movimentos que causam desconforto e focar na analgesia. Se o aluno está em uma fase sem dor aproveite para trabalhar com exercícios de maneira mais intensa.

Artrite no joelho

Diferente da artrose do joelho, a artrite é uma doença crônica e inflamatória que atinge nossos pacientes. Em geral, ela afeta articulações diartrodiais como o joelho, portanto podemos encontrá-la por praticamente todo o corpo.

A artrite se desenvolve de início como uma inflamação na membrana sinovial, uma sinovite. 

Com o tempo a inflamação se desenvolve, levando a desgaste e destruição das estruturas articulares. 

Essa é uma doença autoimune, que faz com que o próprio sistema imunológico ataque estruturas do corpo.

Um dos principais sintomas da artrite reumatoide é a dor, que se manifesta nas articulações afetadas pela doença. Ela também pode espalhar-se pelo corpo, portanto um aluno que sente dor no joelho ao agachar provavelmente também terá outras reclamações.

Para termos certeza de que um aluno apresenta artrite reumatoide no joelho, precisaremos de uma avaliação e  testes clínicos. Exames como ultrassonografia e ressonância magnética ajudam a confirmar a patologia e geralmente são prescritos pelo médico.

Esses alunos também terão seus movimentos funcionais altamente afetados. Ou seja, teremos de trabalhar para conseguir melhorar a amplitude de movimento e restabelecer movimentos funcionais no joelho e outras articulações.

Condromalácia patelar

A condropatia ou Condromalácia Patelar é uma patologia caracterizada por desgaste da cartilagem ao redor da patela. 

Sua principal característica é exatamente o tema deste artigo: dor no joelho ao agachar ou realizar outros movimentos de flexão.

Alguns alunos também reclamam de dor em ações como subir e descer escadas ou levantar após períodos longos sentados. É possível também perceber desconforto após a prática de atividade física.

O público jovem e as mulheres são aqueles que geralmente são afetados pela condropatia patelar. O diagnóstico pode ser feito através de análise dos sintomas (dor anterior no joelho) e histórico médico e de atividades do paciente. 

Também podemos realizar alguns testes específicos para determinar se esse aluno sofre de condropatia.

Quem não trata a condromalácia patelar pode acabar desenvolvendo uma artrose precoce na articulação do joelho. Isso porque dificilmente a cartilagem se recupera sozinha, fazendo com que o desgaste evolua até atingir outras estruturas articulares.

A fisioterapia e os exercícios físicos são ótimos para o tratamento da condromalácia patelar. 

Dificilmente conseguiremos recuperar a cartilagem ao seu estado anterior, mas conseguiremos diminuir a dor e fortalecer o joelho. Assim, o aluno estará menos exposto a lesões e rompimentos na cartilagem.

Posição incorreta do agachamento

Claro que em muitos casos a dor no joelho ao agachar não é causada por uma patologia ou lesão. É possível que seu aluno simplesmente esteja realizando o agachamento de maneira incorreta. 

O estresse colocado sobre o joelho nesses casos pode ser o suficiente para gerar um quadro de dor aguda e passageiro.

Não é porque a dor cessa depois do exercício que devemos esquecê-la. As compensações no agachamento são graves e possivelmente lesivas, especialmente para quem faz o movimento com carga. 

O correto é não realizar o agachamento com carga até que o movimento esteja perfeito, mas sei que muitos alunos fazem assim mesmo.

Perceba bem a postura do seu aluno: qual é a posição da pelve? Existe alguma hiperlordose lombar? Ele está realizando um valgo ou varo dinâmico de joelho? Está levantando os calcanhares do chão?

Qualquer uma dessas posições que mencionei acima podem deixá-lo com dor no joelho ao agachar. É possível que exista alguma compensação ou fraqueza muscular que leva à posição errada.

Agora lembre de todas as lesões e patologias que citei aí em cima, todas estão relacionadas a desequilíbrios. 

Se o seu aluno apresenta um desequilíbrio ele eventualmente vai acabar lesionado, então devemos corrigi-lo assim que possível.

Muitas vezes só de corrigir a postura durante o agachamento a dor no joelho já cessa.

Agachamento para pessoas com patologias

Meu aluno possui uma patologia no joelho, ele pode agachar?

Pode, mas você precisa considerar as características individuais do corpo dessa pessoa e da sua patologia. Muitas vezes será necessário realizar o agachamento em um ângulo diminuído ou realizar uma preparação.

Alunos que permaneceram por muito tempo em repouso devido à dor terão dificuldades em especial. O repouso realmente ajuda a melhorar a dor, porém suas musculaturas já desequilibradas ficarão ainda mais enfraquecidas. 

Faça um trabalho de preparação cuidadoso através de fortalecimento e alongamento de músculos de membros inferiores.

Também lembre-se de trabalhar fortalecimento e ativação de músculos do Core para garantir uma boa postura ao agachar.

Desvios do joelho no agachamento

Alunos que apresentam algum desvio do joelho (como varo ou valgo) terão também uma pressão mais sobre a articulação. E isso vale tanto para os varos e valgos dinâmicos quanto verdadeiros.

Qualquer desvio deve ser corrigido antes do aluno começar a realizar agachamentos profundos. Em geral, eles costumam ser causados por uma tensão ou desequilíbrio muscular. 

Se não conseguirmos corrigir o fator causador do desvio teremos um aluno com dores e até lesões.

Como corrigir

A correção do varo ou do valgo no agachamento depende bastante do diagnóstico do aluno. No caso de varo ou valgo dinâmico começaremos diminuindo o ângulo do agachamento.

Quer dizer que meu aluno nunca vai poder agachar profundo?

Não enquanto ele apresentar desvios nos joelhos ao agachar. Depois também incluiremos exercícios preparatórios para agachar. Dê uma ênfase especial no fortalecimento e alongamento de musculaturas importantes para o movimento.

É provável que esse aluno não possua suporte muscular suficiente para manter o joelho estável, por isso acaba com o varo ou valgo. Também observe movimentos do quadril que com frequência estão entre os culpados.

Reabilitação de dor no joelho

A dor aguda só na hora do exercício já é um sinal de que o joelho do seu aluno não está completamente saudável. Por ser uma articulação bastante instável na maioria das pessoas essa pessoa está sob o risco de desenvolver uma patologia ou lesão.

Por isso, precisaremos criar um plano para prevenção de lesões que eventualmente também ajudará a eliminar a dor no joelho ao agachar, para isso você pode usar diversos exercícios focados no fortalecimento do joelho.

Lembrando: é importante sempre respeitar a dor do aluno e suas limitações de movimento. 

Forçar um alongamento ou até exercício dolorido só ajudará a deixá-lo traumatizado com suas aulas e piorar sua condição.

Podemos trabalhar com algumas fases básicas, que são:

  1. Analgesia: o interesse imediato do aluno com dor no joelho ao agachar é se livrar desse desconforto. Por isso iniciaremos o tratamento ou preparação aliviando a dor através de gelo, massagens, terapia manual ou liberação miofascial.
  2. Exercícios isolados: como o joelho provavelmente apresenta diversas compensações, introduziremos exercícios isolados para a região. Assim conseguiremos fortalecer músculos fracos, alongar músculos encurtados e ativar musculaturas de base.
  3. Mobilidade de quadril: boa parte das compensações do joelho são causadas por falta de mobilidade de quadril. Após corrigir musculaturas ligadas ao joelho com exercícios isolados precisaremos trabalhar o quadril.
  4. Exercícios integrados: agora que conseguimos diminuir o número de compensações podemos aplicar exercícios globais e integrados. Dê preferência para aqueles que trabalham joelho e quadril sempre tomando cuidado com as compensações.
  5. Agachamento: finalmente seu aluno está pronto para voltar (ou continuar) a agachar com qualidade. Comece com amplitudes menores e vamos evoluindo conforme o corpo estiver preparado.

Conclusão

Quando um aluno reclama de dor no joelho ao agachar ele pode estar sofrendo de patologias e lesões, ou até mesmo, ter errado na posição ao realizar exercícios. 

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