Buscando diminuir o risco de lesões em tenistas, o fortalecimento muscular e um bom condicionamento físico são primordiais. Além disso, é muito importante fazer exercícios de aquecimento e alongamento previamente.
Especialmente no tênis, além de prevenir as contusões, os exercícios de preparação física, como musculação e Pilates, aprimoram os movimentos e melhoram o desempenho durante a prática. O esporte aumenta a qualidade de vida para quem pratica com regularidade e trabalha o fortalecimento muscular, alongamento e flexibilidade.
Continue a leitura para entender a relação entre fortalecimento muscular e sua importância para reduzir as lesões em tenistas!
Lesões em tenistas mais recorrentes
Algumas das principais lesões neste esporte são o tênis elbow, que é a disfunção do nervo ulnar e a tendinite do ombro, devido ao esforço repetitivo dos movimentos básicos de tênis, como o Forehand e Backhand. Além disso, lesões em panturrilha, quadril e joelhos podem ser encontradas, muito por conta do desgaste físico durante a prática.
A maioria das lesões em tenistas são em membros inferiores, seguido pelos membros superiores e por último, o tronco. As regiões mais atingidas dos membros inferiores foram o tornozelo e a coxa, com a entorse de tornozelo sendo a mais específica ocorrida.
Já nos membros superiores, o ombro e o cotovelo foram as articulações mais acometidas, com a epicondilite lateral sendo a mais prevalente.
Algo importante a se ressaltar é que a maioria das lesões em membros inferiores é de característica aguda e mais frequente, enquanto as em membros superiores são de caráter crônico com menor incidência.
Ombro
Um estudo com atletas de alto rendimento entre 12 e 19 anos mostrou que a dor no ombro está presente em 24%, aumentando em até 50% dos praticantes quando chegam à meia idade, ou seja, um número bastante expressivo e preocupante.
Quando consideramos todos os níveis de atletas, as lesões de ombro variam de 4% a 17%.
Dor lombar
A dor lombar (lombalgia) é muito frequente em atletas ativos, atingindo até 85% de praticantes de forma aguda ou crônica, podendo afastar o praticante das quadras e de torneios.
As causas da dor lombar são inúmeras, mas, quando falamos de tênis, o saque parece ser um dos principais fatores, devido à sobrecarga da coluna de forma repetitiva. Estudos mostram que o serviço com topspin sobrecarrega mais a lombar em comparação ao com slice (underspin) e ao flat (sem efeito).
Lesões musculares em tenistas
Está entre as lesões musculares mais frequentes no tênis a da panturrilha, ou perna do tenista (tennis leg). As lesões em tenistas estão mais recorrentes em músculos relacionados ao ombro, quadril e lombar.
Epicondilite lateral
A epicondilite lateral é uma das lesões mais comuns no tênis, caracterizada pela sobrecarga de tendões, principalmente em jogadores recreativos. Não há diferença entre gêneros, ou seja, homens e mulheres parecem ser acometidos na mesma proporção.
Quadril
As lesões de quadril correspondem de 1% a 27% de todas as lesões em tenistas. Estudos reportam incidência de 0,8 por 1.000 exposições e prevalência de 1,3 lesão a cada 100 tenistas juvenis competitivos.
Joelho
Os traumatismos em joelhos são muito frequentes no meio esportivo em geral, principalmente pelo impacto causado, e no tênis não é diferente. Estudos chegam até a reportar que as lesões em tenistas sofridas no ligamento colateral lateral (LCL) e do menisco medial são mais frequentes no tênis em comparação a outras modalidades.
A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) também possui incidência relevante, com 10% a 13% de todas os traumas que ocorrem no joelho.
Além dessas mazelas, a dor patelofemoral (também conhecida como síndrome da dor patelofemoral – SDPF) e a tendinopatia patelar (doença do tendão patelar) são comuns em tenistas.
Essa lesão possui uma incidência de aproximadamente 13% em atletas de tênis, afetando em maior parte o navicular (osso do pé), vértebras, metatarsos (osso do pé) e a tíbia (osso da perna).
Atletas com idade inferior a 18 anos foram mais atingidos em comparação aos adultos. Diversas são as causas e, dentre elas, o erro de gesto esportivo, erro de “pegada” na raquete e sobrecarga de treinamento estão como principais fatores causadores que precisam ser corrigidos.
O alto grau de repetição de ações musculares em certo gesto esportivo leva a uma descompensação de forças entre agonista e antagonista, bem como ao desequilíbrio entre os lados dominante e não dominante.
Esse desequilíbrio de força e flexibilidade implica compensações e limitações na amplitude articular que mais tarde serão causa de alterações posturais ou lesões. No tênis, tanto os golpes e os deslocamentos são de caráter repetitivo, explosivo e assimétrico e as alterações mais comuns ocorrem nos seguintes músculos:
- Psoas;
- Isquiotibiais;
- Peitoral Maior/Peitoral Menor.
Fatores de risco para lesões em tenistas
Existem alguns fatores de risco que podem predispor a lesões em tenistas. O excesso de jogo é uma das principais causas. Dessa forma o indicado é que respeite seu limite e faça repouso adequado. O uso de raquete inadequada e o excesso de peso podem acabar aumentando o risco de lesão.
Prevenção de lesão em tenistas
É de extrema importância para prevenir lesões um bom fortalecimento muscular, acompanhado de alongamento e flexibilidade. Antes de cada treino um aquecimento adequado e movimentos corretos também irão afastar o risco de lesões.
A importância do fortalecimento muscular
O tênis é um esporte de alto risco para lesões musculoesqueléticas e muitas das lesões mais vistas nestes atletas podem ser efetivamente reduzidas por meio de programas de prevenção.
A preparação física é fundamental para isso. Fadiga, desequilíbrios e fraquezas musculares estão envolvidos diretamente com lesões.
Benefícios de fortalecimento muscular para tenistas
Pilates
- Prevenção de lesões através do fortalecimento muscular, alongamento e flexibilidade;
- Coordenação motora;
- Melhora a postura;
- Estabilidade articular;
- Concentração.
Musculação
- Aumento da massa muscular;
- Perda de gordura;
- Tônus muscular;
- Potência;
- Prevenção de lesões.
Exigências físicas do Tênis
Por ser um esporte em que a bola de tênis geralmente percorre altas velocidades, podendo cair em diversas partes da quadra, acaba exigindo do corpo uma grande variedade de movimentos, como deslocamentos em diversas direções.
Essas mudanças de direção são curtas e intensas e de movimentos complexos, envolvendo o corpo inteiro com rotações, saltos, desacelerações, etc. Tudo isso aumenta a importância de um trabalho de prevenção de lesões em tenistas, com exercícios de mobilidade e estabilidade do corpo.
Portanto, um treino que envolva essas capacidades físicas, junto com o técnico, será importante para melhorar o desempenho no esporte. Algumas das atividades físicas recomendadas são Pilates e musculação.
Alongamento e flexibilidade para reduzir as lesões em tenistas
Por serem atividades muito próximas, algumas pessoas confundem facilmente uma com a outra e possuem dificuldade em conseguir entender as diferenças entre ambas. Explicando de uma maneira simples, o alongamento serve para aumentar a flexibilidade, relaxar a tensão muscular e ativar a circulação sanguínea do nosso corpo.
Enquanto isso, o aquecimento consiste na prática de exercícios de menor intensidade semelhantes a atividade que será realizada pelo atleta. Isso prepara o corpo para o impacto do esforço, melhora o desempenho físico e mental e contribui para a redução de lesões.
Um indivíduo com boa flexibilidade é capaz de realizar movimentos articulares mais amplos sem sentir dor. Mas a característica não é algo que acontece no corpo inteiro, alguém pode apresentar flexibilidade em uma articulação e rigidez em outra.
Falta de flexibilidade está relacionada à mobilidade articular deficiente. Essa última característica, por sua vez, também leva a um maior número de lesões.
Aquecimento
Quando terminar um treino ou um jogo de tênis, seu corpo estará bastante quente e os músculos contraídos devido ao esforço exigido. Nesse caso, é recomendável fazer outra série de exercícios de alongamento e aquecimento. Esse cuidado pós-treino recupera a elasticidade e auxilia no relaxamento dos músculos.
Sempre surge a dúvida: alongamento deve ser feito antes ou depois do treino?
O profissional de Educação Física, Alexandre Augusto, tem a seguinte visão: ‘’Nem antes, nem depois. Aconselho aquecer antes do treino. Faça o alongamento separado do treino. Estudos mostram que ao alongar com as fibras relaxadas, você tem um ganho de amplitude, melhor e eficiente’’, disse Alexandre.
Alongamentos dinâmicos e funcionais são realizados em movimento, e muitos grupos de cadeias musculares e várias articulações estão envolvidas ao mesmo tempo. Sendo assim, são chamados funcionais.
Eles são usados no início de uma sessão de treinamento como forma de aquecimento ou para estabelecer valores ideais de mobilidade.
Conclusão
Com um bom condicionamento físico, alongamento e aquecimento, o seu desempenho só irá melhorar nas quadras, aumentando seu rendimento e resistência, além de prevenir possíveis problemas físicos e lesões.
Contudo, o ideal é sempre estar acompanhado de um profissional de Educação Física durante as atividades, para que os movimentos estejam corretos e evitar ainda mais o risco de lesões em tenistas.
