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Compreender o processo evolutivo do controle motor e da coordenação motora é fundamental para compreendermos como vivemos. É importante também que saibamos que ao longo da vida ocorrem mudanças no desenvolvimento motor, o qual inicia-se na sua concepção (nascimento) e vai até a morte, podendo durante esse processo por fatores internos ou externos ocorrer regressões.

A você que é profissional de Educação Física, saiba que quando trabalhamos com um público baseado na metodologia desenvolvimentista, ou seja, entendendo sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento motor, você incorpora experiências de aprendizado que são apropriadas não somente às idades cronológicas, mas também, de maneira mais importante aos níveis de desenvolvimento dos indivíduos que estão sendo ensinados.

Te convido a conhecer O Guia definitivo de atividades para o desenvolvimento motor, que vai desde os principais conceitos até sua aplicabilidade na prática. Boa leitura!

Compreendendo o desenvolvimento motor

O termo “Desenvolvimento” no contexto do tema que estamos abordando, refere-se a um processo contínuo de mudanças o qual define o ser humano por várias características, que são:

  • Capacidade funcional – capacidade que temos de existir, mover, trabalhar, etc;
  • Idade – com o avançar da idade ocorre o desenvolvimento;
  • Mudança sequencial – significa que um passo leva a outro passo de maneira reversível e ordenada, resultado de interações físicas e ambientais.

Quando fazemos a junção dos termos “Desenvolvimento” e “Motor” estamos dizendo assim que refere-se ao estudo do desenvolvimento do movimento, do comportamento humano, das alterações que ocorrem no decorrer da nossa vida, desde a infância até o envelhecimento.

É importante destacar que cada indivíduo tem um tempo peculiar para aquisição e desenvolvimento das habilidades motoras. Apesar do relógio biológico ser específico quando se trata da sequência de obtenção de habilidades, os níveis de desenvolvimento são determinados individualmente.

Desenvolvimento motor cognitivo e afetivo

Quando falamos em desenvolvimento motor cognitivo nos referimos a um conjunto de habilidades cerebrais/mentais necessárias para a obtenção de conhecimento sobre o mundo.

Tais habilidades envolvem pensamento, raciocínio, abstração, linguagem, memória, atenção, criatividade, capacidade de resolução de problemas. Junto com o desenvolvimento cognitivo há o desenvolvimento afetivo, ambos caminham juntos no processo de construção da personalidade da criança.

Considera-se que desenvolvimento afetivo engloba sentimentos – que são de origem psicológica, e emoções – de origem biológica. O desenvolvimento cognitivo e afetivo não são funções que aparecem na criança de forma pronta e acabada, pelo contrário, ambas evoluem ao longo do desenvolvimento humano, sendo construídas e modificadas de uma fase à outra.

Tratando o desenvolvimento motor na fisioterapia

O fisioterapeuta tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamento de distúrbios do desenvolvimento, avaliando e identificando qualquer alteração no quadro neuropsicomotor.

A intervenção deste profissional visa estabelecer e/ou restabelecer a funcionalidade do movimento, trabalhando no sentido de ensinar para a criança posturas e movimentos funcionais, mostrando a importância deste movimento como função e não como “fazer o movimento só por fazer”.

Trabalha-se principalmente através da promoção de experiências motoras adequadas. Com a fisioterapia sendo oportunizada precocemente, é possível trabalhar esse processo de ensino-aprendizagem, fazendo com que a criança com atraso do DNPM (desenvolvimento neuropsicomotor) se torne apta a responder às suas necessidades e às do seu meio de acordo com o seu contexto de vida.

Fases do desenvolvimento motor

Fase dos movimentos rudimentares

Nesta fase que vai do nascimento até os 2 anos de idade, aparecem os primeiros movimentos voluntários como controle dos membros (cabeça, pescoço, músculos do tronco), tarefas manipulativas (soltar, agarrar) e movimentos locomotores (arrastar-se, engatinhar e caminhar). São movimentos imperfeitos e descontrolados mas de suma importância para o desenvolvimento de movimentos mais complexos.

Pode ser definido por dois estágios, sendo o primeiro o de Inibição dos reflexos que vai do nascimento até o 1º ano de idade onde os movimento reflexos surgem e desaparecem dando lugar a movimentos voluntários mas que pela pouca idade são incontroláveis e desajeitados. E o Estágio de Pré-controle que vai de 1 a 2 anos de idade onde ocorre a melhora da precisão dos movimentos, contudo essas ainda continuam sendo desajeitadas e imperfeitas.

Como auxiliar no desenvolvimento motor? Atividades lúdicas e fáceis como incentiva-los a atirar a bola, construir torres com elementos como caixas ou latas, dar pequenas tarefas como buscar algum objeto, oferecer potes e frascos para que eles abram e fechem tampas são tarefas que estimulam o desenvolvimento motor nessa fase inicial.

Fase dos movimentos fundamentais

Dos 2 aos 7 anos, os movimentos são consequência da fase rudimentar e servirão de base para a fase dos movimentos especializados. Nesta fase as crianças descobrem e exploram ainda mais o corpo e formas de movimento. Também subdivido em três estágios. No primeiro, denominado de Inicial dos 2 aos 3 anos de idade ainda temos movimentos dificultosos, marcado pelo uso restrito ou excessivo do corpo, sem ritmo e pouca coordenação.

O estágio Elementar dos 4 aos 5 anos de idade já envolvem um melhor controle e coordenação corporal, apesar de melhor coordenados ainda temos movimentos restringidos ou exagerados. E por fim o estágio Maduro dos 6 aos 7 anos, onde observa-se movimentos coordenados e controlados com poucas limitações.

Nesse estágio o profissional de Educação Física contribui para o desenvolvimento motor ainda com atividades lúdicas principalmente no período dos 3 aos 5 anos. Neste período a criança ainda não dá muito valor a competição, por não ter uma ideia muito definida do que é ganhar ou perder, ela também segue apenas regras simples.

A aplicabilidade de exercícios que estimulem a criança a correr, pular, agachar ou dançar são ideais nesse momento, exemplos de atividades são: chutar e agarrar bola, dinâmicas como “Meu mestre mandou”, “pega pega”, “esconde- esconde”.

Já para crianças de 6 a 7 anos acrescentar aos estímulos ditos acima (correr, pular, etc.) desafios: corrida de sacos, carrinho de mão, amarelinha, passa anel, corrida das cores (dizer o nome da cor e a criança deve correr para tocar algo daquela cor).

Fase dos movimentos especializados

No período dos 7 aos 14 anos de idade e são divididos em três fases. A primeira fase denominada Estágio Transitório e que ocorre dos 7 aos 8 anos a criança começa a desempenhar atividades relacionadas ao esporte e à recreação (correr e saltar, correr e lançar a bola, etc.).

A segunda é o Estágio de aplicação, dos 11 aos 13 anos onde os movimentos são realizados com mais qualidade, e em atividades como jogos aparecem outros fatores que caracterizarão o indivíduo como por exemplo a liderança. Atividades de pular corda, danças folclóricas, saltos rolamentos, o lançar são atividades que devem ser desenvolvidas com essas crianças, já há aptidão para handebol, Atletismo, lutas e outras atividades desportivas.

A última fase é denominada de Fase de Utilização Permanente, que começa a partir dos 14 anos. Essa fase representa o ponto alto do processo do desenvolvimento motor e se caracteriza pelo uso do repertório de movimentos adquiridos por toda vida.

Trabalhando o desenvolvimento motor

A Educação Física na Educação Infantil compreende a primeira etapa da Educação Básica e auxilia no desenvolvimento da criança até os 6 anos, que são atividades complementares à ação da família.  Como dito acima o trabalho do profissional de Educação Física está diretamente ligado a realização de atividades que desenvolvam habilidades como correr, saltar, pular, arremessar, subir, descer, andar.

Também é trabalhado o desenvolvimento da capacidade física – agilidade, velocidade, destreza; e qualidades físicas – força e resistência. Conhecer cada etapa e suas limitações é importante para que não ocorra cobranças desnecessárias para a criança. O profissional de Educação Física deve estar ciente que, como dito acima, apesar da idade cronológica, social e cognitivo do desenvolvimento motor, acontecem em períodos diferentes que vão de pessoa para pessoa.

Atividades para desenvolver a coordenação motora

Entende-se por coordenação motora a capacidade de usar de forma mais eficiente os movimentos corporais. Para isso ocorre a participação de alguns sistemas do corpo humano: o sistema muscular, esquelético e sensorial. Com a interação desses sistemas obtêm-se reações e ações equilibradas.

Consegue-se observar como o indivíduo usa da sua capacidade motora com estímulos de velocidade e agilidade. A coordenação motora é muito estimulada na infância porém acaba sendo negligenciado em atividades na fase adulta.

Muitas pessoas não conseguem realizar algumas atividades ditas como simples, não por falta de força ou resistência, mas sim por falta de coordenação. Atividades rítmicas como dança, ou atividades de consciência corporal como Yoga e Pilates, estimulam o desenvolvimento da coordenação também na fase adulta.

Classificamos a coordenação motora em grossa e fina.

Na coordenação motora grossa observa-se o uso dos grandes grupos musculares, e as atividades devem desenvolver de forma mais eficiente as habilidades de correr, pular, chutar, subir e descer escadas.

Na coordenação motora fina há a execução de movimentos que demandem controle muscular, particularmente dos pés e mãos. O ato de desenhar, pintar ou manusear pequenos objetos faz com que haja desenvolvimento da coordenação motora fina.

Exercícios que devem realizar com quem tenha atraso no desenvolvimento motor

Apesar desse transtorno não ter causas bem definidas, sabe-se que a intervenção motora sobre habilidades fundamentais (correr, pular, agachar, arremessar, dançar, etc) na área da educação física tem mostrado resultados positivos de maneira geral. A aplicabilidade de exercícios realizadas uma ou duas vezes na semana, com duração de 50 minutos a 1 hora, mostram-se efetivas no tratamento dessas crianças.

Como montar a aula? Você tem a possibilidade de montar estações com atividades de equilíbrio – como andar sobre superfícies irregulares, se equilibrar com apenas um membro, andar equilibrando objetos em uma bandeja; atividades de chutar e arremessar – com bolas, que podem ser de diferentes tamanhos e com alvo fixo; atividades de saltar e saltitar – como brincadeiras: amarelinha, ou posicionar aros (bambolês) no chão e solicitar que eles saltitem de um para outro.

Além de fáceis de aplicar, esses exercícios afetam positivamente no desenvolvimento motor da criança. Há também a prática do Método Pilates como contribuinte para melhoria desse retardo. Detalharemos no capitulo a seguir.

Técnicas de Pilates para trabalhar o desenvolvimento motor

Antes de iniciarmos esse tópico, vale ressaltar que o método Pilates irá atuar no desenvolvimento motor, mas não de forma isolada. Junto a este o método irá interferir positivamente na respiração, concentração, equilíbrio, postura, consciência corporal, sociabilização, aos quais são componentes de fundamental importância para o desenvolvimento motor nas suas variadas esferas, incluindo o desenvolvimento afetivo, cognitivo e também para os que tem retardo no DM.

Vale ressaltar que não só crianças, como adultos também apresentam limitações no desenvolvimento motor, muitas vezes por esse não ser explorado de maneira correta durante a infância.

O fato do Método trabalhar o corpo como um todo além da conexão corpo e mente, faz com que o aluno se beneficie de forma gradativa com as diversas possibilidades de praticar o Método Pilates.

Subdividimos em Matt Pilates – realizado no solo com repertório de mais de 500 exercícios; o Pilates Studio – realizado em máquinas específicas (chair, barrel, cadillac e reformer), além de Pilates KIDS – voltado para o público infantil como possibilidade de exercícios para desenvolvimento motor.

Como estimular o desenvolvimento motor

Para estimular o desenvolvimento infantil os jogos e brincadeiras devem fazem parte do cotidiano infantil. A ludicidade facilita os relacionamentos interpessoais, a criatividade, propicia a aprendizagem de forma dinâmica e proporciona um ambiente agradável e amigável para criança.

O jogo estimula e contribui de forma prazerosa no desenvolvimento global da criança – inteligência, afetividade, motricidade e sociabilidade – desenvolvendo também o espírito de iniciativa, autonomia, poder de decisão, enfim, a sua personalidade.

É no ato de brincar que a criança aprende a esperar sua vez, conviver com outras pessoas, ganhar e perder. Quando a mesma não encontra oportunidade de interação com o ambiente e seus mais variados desafios acaba tendo dificuldades no seu desenvolvimento. Além de diversão a ludicidade deve ser vista como forma de aprendizado e de desenvolvimento intelectual.

Mas, quais tipos de atividades lúdicas são essenciais para estimular o desenvolvimento motor infantil?

Piaget (1972) classificou essas atividades em 3 fases:

  1. Jogos de exercício sensório motor – É o ato de jogar. Exercícios que consistem em repetições de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, etc. Embora esses jogos comecem na fase maternal e durem predominantemente até os dois anos, eles se mantêm durante toda infância e até a fase adulta. Por exemplo, andar de bicicleta.
  2. Jogos Simbólicos – É o ato de faz-de-conta. São usuais entre 2 e os 6 anos. A função consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real, em função dos desejos. A criança tende a reproduzir nesses jogos as relações predominantes no seu meio ambiente e assimilar, dessa maneira, a realidade, sendo uma maneira de se alto expressar.
  3. Jogos de regras – São mais indicados à partir dos 5 anos, porém se desenvolve principalmente na fase dos 7 e 12 anos. São classificados em jogos de exercício sensórios motor, o futebol e intelectual, o xadrez. O que caracteriza o jogo de regras é existência de um conjunto de leis impostas pelo grupo.

Desenvolvimento motor nos diferentes tipos de paralisia cerebral por meio dos graus de Encefalopatia Crônica Não Progressiva

Vale ressaltar que o termo “Paralisia Cerebral” não é o mais indicado a ser usado, haja vista que esse termo significa ausência total das atividades físicas e mentais, o que não acontece neste caso. Por isso, há uma tendência maior a usar o termo encefalopatia crônica não progressiva. Porém, é possível perceber nas matérias que a paralisia cerebral é usada com frequência.

A Encefalopatia Crônica Não Progressiva refere-se a um grupo de condições crônicas que tem como fator a anormalidade na coordenação do movimento. Além de ocorrer com atraso, o desenvolvimento motor das pessoas acometidas pela paralisia ocorre de forma desordenada, devido ao defeito ou lesão não progressiva no cérebro no começo da vida.

A Encefalopatia Crônica Não Progressiva é caracterizada pela disfunção motora, porém geralmente é acompanhada de outras desordens como retardo mental, defeito sensorial e epilepsia. A classificação da PC, segundo o grau de comprometimento, pode ser muito leve até severa dependendo do local e dos danos cerebrais que ocorreram. Vale ressaltar que pessoas com paralisia também se desenvolvem, só que em um ritmo mais lento.

Entretanto seu desenvolvimento não é apenas atrasado, como também desordenado e prejudicado por consequência da lesão cerebral. O exercício físico tem beneficiado crianças e adultos com paralisia cerebral tanto na parte motora quanto na psíquica, trazendo a integração da pessoa a sociedade e causando bem- estar.

De acordo com o grau de comprometimento o profissional pode desenvolver com o aluno variadas atividades desde a realização no meio aquático, devido à possibilidade de ser praticado sem restrições, como também esportes adaptados como bocha que é justamente destinada à essas pessoas, além de atletismo e musculação.

Ou seja, há um leque de possibilidade para pessoas com paralisia cerebral, apenas é necessário adaptações e profissional capacitado para desenvolver as atividades.

Atraso no desenvolvimento motor: fatores que afetam o seu aluno

Já ficou claro que cada pessoa tem um ritmo diferente no seu desenvolvimento, sendo muitas vezes difícil distinguir o que é simplesmente uma particularidade de um atraso no desenvolvimento motor que possa estar sendo causada por alguma condição que precise ser investigada e tratada.

Mas, como iremos identificar que uma criança está com atraso no desenvolvimento motor? Geralmente ocorre quando uma criança não atinge alguns dos marcos do desenvolvimento com a idade esperada, mesmo já levando em conta as variações individuais.

Essas crianças são normalmente denominadas de atrapalhadas, desajeitadas ou sem coordenação. As mesmas tem propensão para deixar cair objetos além de apresentar baixo desempenho em atividade desportivas e grafia insatisfatória. O rendimento escolar tende a ser afetado de forma significativa, assim como o desempenho de rotinas diárias.

Esse atraso pode ser observado em uma ou mais áreas:

  • Coordenação motora ampla (habilidades físicas como rolar, sentar e andar)
  • Coordenação motora fina (capacidade de segurar as coisas, manipular objetos)
  • Linguagem e fala (tanto a compreensão quanto a fala)
  • Habilidades sociais (relacionamento com outras pessoas)
  • Capacidade de autocuidado (vestir-se, usar o banheiro)

Conclusão

Espero que esse guia tenha ajudado a você profissional de Educação Física a esclarecer as principais dúvidas sobre o Desenvolvimento Motor e suas diferentes possibilidades de aplicabilidade no ambiente de trabalho.

Sabemos o quanto essa profissão é importante desde a infância até o envelhecimento perpassando por Doenças Crônicas, na forma de promoção da saúde e intervenção sobre a doença para sua melhoria.

Mas é importante que estejamos sempre estudando e aperfeiçoando-se para melhor eficácia e atendimento. O guia é completo, detalhado, porém resumido com os pontos mais importantes do Desenvolvimento Motor. Que você consiga utiliza-lo de forma efetiva. Bom trabalho!

Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

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