A obesidade é definida como sendo um estado de acúmulo excessivo de gordura corporal, principalmente subcutânea, e é considerada como um grande problema contemporâneo de saúde pública. Além disso, ela está relacionada ao aumento da morbidade e mortalidade do homem por uma série de causas.
Nesse contexto, descobriu-se que a condição de obesidade pode estar diretamente relacionada ao desenvolvimento de alguns tipo de câncer. Por isso, vamos tratar brevemente sobre a relação entre obesidade e câncer. Vamos lá?
A ocorrência de obesidade e câncer
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2018), o número de adultos acima do peso no mundo atingiu a marca de 1,9 bilhões de pessoas, o que corresponde a aproximadamente 25% da população mundial. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE – 2017), o número de adultos acima do peso é de aproximadamente 40%.
O grande problema da obesidade está muito longe de ser o “estético”: o ponto é que ela está associada a vários problemas cardíacos, metabólicos e ao câncer, o que acaba por reduzir drasticamente a expectativa e qualidade de vida do indivíduo.
O câncer, por sua vez, foi descrito pela primeira vez há mais de 3 mil anos pelos antigos egípcios, que o detectaram em múmias. Isso nos leva a presumir que a doença compromete a humanidade desde os primórdios de sua existência. Hipócrates (460 e 377 a.C.), conhecido como pai da medicina, foi o primeiro a utilizar o termo câncer.
Segundo a etimologia da palavra, câncer origina-se do grego karkínos e em português é oriunda do latim cancer, significando caranguejo. O nome associado ao crustáceo se deve à proliferação de células cancerosas no organismo, as quais se propagam pelo corpo de forma semelhante às pinças do caranguejo.
O conhecimento sobre as causas do câncer, em 1915, baseava-se em carcinógenos virais e químicos. Entretanto, na década de 1970 os cientistas descreveram duas famílias particularmente importantes de genes relacionados ao câncer: os oncogenes e genes supressores de tumor.
O surgimento e desenvolvimento do câncer
O primeiro dos genes relacionados com o câncer são os oncogenes, genes que interagem com a gênese tumoral e que podem ser benignos ou malignos. Estes genes têm a capacidade de mutação, transformando células normais em células cancerosas.
Já os genes supressores tumorais (ou anti oncogene) são genes que protegem a célula do gatilho neoplásico. Hoje sabemos que o câncer está diretamente ligado a fatores ambientais e genéticos, os quais têm por característica o desequilíbrio da homeostase corporal. Isso se deve ao fato deles apresentarem uma perda do controle da velocidade da divisão celular e promover um crescimento desordenado.
Dados epidemiológicos globais de 2018 mostraram que 9.6 milhões de pessoas morreram vítimas do câncer, o que representa um aumento de 1.4 milhões, se comparado a dados de 2012. A prevalência desta doença vem acrescendo em todo mundo e estima-se que até 2030 aconteça um aumento de 45% nos casos de óbito por câncer somente nos Estados Unidos (EUA).
Segundo uma estimativa de 2018 do Instituto Nacional de Câncer (INCA) sobre a incidência de câncer no Brasil no biênio 2018-2019, a ocorrência será de 600 mil novos casos de câncer por ano. Neste sentido, o aumento na incidência de câncer vem sendo relacionado à obesidade e atribuído ao aumento no Índice de Massa Corporal (IMC). Vejamos abaixo com obesidade e câncer podem estar relacionados.
A relação entre obesidade e câncer
Os altos números de acometimento de câncer mostram que o excesso de peso corporal e obesidade podem ser responsáveis por mais de 15.000 novos casos da doença por ano no país. Embora haja uma multiplicidade de causas para o desenvolvimento do tumor, fatores como hábitos alimentares e o estilo de vida sedentário desempenham um papel relevante na patogênese da obesidade.
Segundo a World Cancer Research Fund (WCRF), em português Fundação Mundial de Pesquisa do Câncer, o excesso de peso e neoplasias (proliferação celular não controlada) possuem uma forte correlação e podem levar ao surgimento dos mais variados tipos de tumores.
Já de acordo com a International Agency for Research on Cancer (IARC), ou Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, a obesidade é a segunda principal causa de desenvolvimento do câncer, perdendo apenas para o tabagismo. A partir disso, fica claro que obesidade e câncer estão intimamente interligados.
O excesso de peso corporal na adolescência, por exemplo, acarreta risco aumentado de tumores de cólon na idade adulta. Além disso, esse quadro também pode causar disfunções na homeostase fisiológica celular. O elevado teor de gordura corporal promove, ainda, a mio esteatose, um quadro de infiltração de gordura inter e intramuscular.
Essa condição está associada à diminuição da massa muscular (magra), sendo descrita como obesidade sarcopênica. A obesidade sarcopênica relaciona-se a outros problemas metabólicos, como resistência à insulina e diabetes mellitus tipo II. Isso significa que o sobrepeso pode representar o início de vários problemas corporais.
A mio esteatose, por sua vez, está relacionada a níveis significativamente maiores de inflamação sistêmica de baixo grau e menor sobrevida em pacientes com câncer.
As previsões para o futuro
Um dos mais importantes levantamentos da nova geração das marcas do câncer é o estudo “Hallmarks of Cancer: The Next Generation” (As marcas do câncer: A próxima geração). As marcas do câncer possuem 6 princípios orquestrados dentro de um alto complexo celular de doenças neoplásicas.
Implícito no entendimento dessas variações dinâmicas podemos destacar:
- A sustentação da sinalização proliferativa;
- Redução da atividade supressora de crescimento;
- Resistência a apoptose;
- Imortalidade replicativa;
- Angiogênese e invasão celular
- Consequente disseminação metastática.
Ainda, pesquisas sobre o câncer destacam que os principais tipos de neoplasias mediados pela obesidade são os cânceres de: mama, endometrio, próstata, estômago, fígado, vesícula biliar, intra-hepáticas, pâncreas e tumores de cólon e reto.
Conclusão
Para concluir este artigo, nos parece importante destacar que a obesidade é um grande problema biológico e contemporâneo. As repercussões fisiológicas negativas sem precedentes nos alertam para a necessidade da prevenção e tratamento, pois seus efeitos metabo-fisiológicos são catastróficos.
Nesse sentido, temos que a prática regular de atividades físicas associada a uma dieta balanceada devem ser rotina e opção diária. Mesmo sabendo de todas as dificuldades associadas a estas, eles devem sempre ser prioridade para que sejam evitados quadros de obesidade e o câncer.
Referências
Binder M, Roberts C, Spencer N, Antoine D, Cartwright C. On the antiquity of cancer: evidence for metastatic carcinoma in a young man from ancient Nubia (c. 1200 BC). PLoS One. 2014;9(3): e90924.
Bray F, Ferlay J, Soerjomataram I, Siegel RL, Torre LA, Jemal A. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA Cancer J Clin. 2018.
Flegal KM, Kit BK, Orpana H, Graubard BI. Association of all-cause mortality with overweight and obesity using standard body mass index categories: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2013;309(1):71 – 82.
Hanahan D, Weinberg RA. Hallmarks of cancer: the next generation. Cell. 2011;144(5):646 -674.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Obesidade atinge mais de 40% da população brasileira. [homepage na internet] IBGE, 2017. Disponível em http://teen.ibge.gov.br/noticias-teen/2836-obesidade-atinge-mais-de-40-da- populacao-brasileira. Acesso em 01 de maio junho de 2020.
INCA. Estimativa 2018: Incidência de câncer no Brasil. 2018: 128.
Kob R, Bollheimer LC, Bertsch T, Fellner C, Djukic M, Sieber CC, et al. Sarcopenic obesity: molecular clues to a better understanding of its pathogenesis? Biogerontology. 2015;16(1):15 – 29.
Lauby-Secretan B, Scoccianti C, Loomis D, Grosse Y, Bianchini F, Straif K, et al. Body Fatness and Cancer–Viewpoint of the IARC Working Group. N Engl J Med. 2016;375(8):794 – 798.
Rezende LFM, Arnold M, Rabacow FM, Levy RB, Claro RM, Giovannucci E, et al. The increasing burden of cancer attributable to high body mass index in Brazil. Cancer Epidemiol. 2018;54:63 – 70.
Shen L, Shi Q, Wang W. Double agents: genes with both oncogenic and tumor-suppressor functions. Oncogenesis. 2018;7(3): 25.
Sudhakar A. History of Cancer, Ancient and Modern Treatment Methods. J Cancer Sci Ther. 2009;1(2):1 – 4.
World health Organization. Obesity and overweight, fact sheet n°311, Genebra, (WHO, 2018) [homepage na internet]. Disponível em <who.int./mediacentre/factssheet/fs311>. Acesso em 05 de maio de 2020.
Com esses números alarmantes nao temos uma política pública de saúde voltada para atividades físicas que sejam programa de governo demos que correr atrás da sociedade em si
Gostei muito do artigo, afinal vivemos uma verdadeira pandemia de obesidade. Tenho uma amiga de 24 anos, 1,7m de altura, sedentária pesando 105kg. Gostaria de ajudá-la. Por favor me dê dicas de como devo trabalhar com ela.
prednisolone 40mg cost – buy prednisolone viagra 100mg usa
order lasix without prescription – stromectol over the counter canada cost of ivermectin 3mg tablets
purchase plaquenil – buy aralen generic purchase baricitinib without prescription
buy glucophage online – order lipitor 10mg online buy amlodipine 5mg
cost lisinopril 10mg – generic omeprazole 20mg tenormin 100mg us
levitra 10mg pill – levitra 20mg us clomid uk
albuterol drug – buy a research paper online order dapoxetine 60mg
synthroid 100mcg uk – order desloratadine 5mg for sale hydroxychloroquine 400mg pill
tadalafil 40mg us – sildenafil 200mg for sale real viagra 100mg
deltasone us – 5mg prednisone amoxil tablet