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O crescimento constante de pessoas que vem sofrendo com doenças metabólicas e a redução da prática de atividades físicas pelas pessoas estão se tornando um problema de saúde pública a nível mundial. (Cassidy S et al. 2017)

De acordo com os dados do ministério da saúde, publicados em 2014, mostraram que cerca de 40% da população brasileira sofre com algum tipo de doença crônica, este número representa um total de 57,4 milhões de pessoas. Deste total de brasileiros, cerca de 32 milhões de pessoas acima de 18 anos já são hipertensos, o que representa um total de 21,4%.

O exercício físico como estratégia de tratamento não-invasivo e o controle da pressão arterial (PA) têm sido muito discutido nos últimos anos, isso porque sua eficiência tem sido mostrada fundamental em diversas pesquisas.

É evidente que o exercício de força de baixa intensidade tem uma função essencial no controle da pressão arterial e na saúde cardiovascular (Stein, 2007). Sabemos também que o exercício aeróbico tem um papel importante no controle da pressão arterial de maneira aguda. (Wang and Zhang, 2014)

O Colégio Americano de Medicina Esportiva relata que praticar exercícios físicos é crucial para manter uma vida saudável e sugere 150 minutos de atividade física moderada (40-60% do Vo2 máx) ou 75 minutos de uma atividade física mais vigorosa (60-85% Vo2 máx) por semana, para manutenção ou melhora da saúde.

Porém, ainda que haja um maior potencial terapêutico do treinamento de intensidade moderada sobre o treino de intensidade mais vigorosa, o número de pessoas que aderem um programa de atividade física ainda é muito baixo em todo o mundo.

Tendo em vista que a saúde está diretamente ligada à saúde, podemos afirmar que a modernidade – de certa forma – mudou a perspectiva de vida homem, haja vista que nos deparamos com pessoas sentadas durante horas e horas em frente a uma tela.

De fato, este “novo modo de viver” influencia negativamente na saúde do ser humano quando demonstrado em excesso. Além de causar o desuso dos sistemas funcionais, o que implica em várias doenças Hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto do miocárdio, considerado um fator crucial de risco para a morte súbita.

Apesar das evidências que sustentam a necessidade e a segurança através de procedimentos e protocolos testados em ambientes controlados, ainda vemos poucos profissionais se especializando nessa área, não que a maioria esteja fazendo errado, mas podiam estar ajudando mais os seus clientes, prescrevendo sessões melhores e mais completas, com adaptações, individualizando e personalizando cada vez mais as rotinas de treino, tirando o melhor proveito das informações que a ciência tem nos oferecido.

É inquestionável também a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar durante o processo, pois há casos mais que requerem mais atenção do que outros, e quando a equipe é boa e a troca de informações é constante, todos saem ganhando, principalmente o cliente.

Em uma linha de trabalho mais recente, pesquisadores reuniram trabalhos de vários bancos de dados. São artigos publicados desde a década de 80 até os dias atuais, a fim de investigar os efeitos de se adotar hábitos mais saudáveis durante a vida para homens e mulheres e para mulheres durante o período gestacional.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que uma alimentação mais equilibrada e saudável associada à prática de exercícios regulares, reduz bastante a probabilidade das próximas gerações desenvolverem algum tipo de síndrome metabólica. (Tibana, 2016)

Exercício de força e hipertensão

É necessário tomar alguns cuidados ao prescrever alguns exercícios de força, pois isso pode provocar uma queda, mesmo que de forma aguda, da pressão arterial.

Mas será que é realmente necessário?

Alguns estudos mostraram poucas modificações na função vascular em praticantes de musculação. Por isso é preciso tomar alguns cuidados. Esse meu aluno está fisicamente preparado para esse tipo de intervenção? Isso porque, utilizando cargas muito altas durante determinados movimentos, a contração muscular assume uma característica isométrica.

O que isso quer dizer?

Nas contrações isométricas há um percentual muito alto no nível de oclusão vascular, ou seja, muitos vasos e muitas veias, e porque não dizer, artérias, elas são comprimidas de tal forma que impedem momentaneamente o ritmo sanguíneo, e que ao relaxar o músculo, o volume de sangue retorna maior com mais intensidade, forçando as paredes das artérias, já danificadas, e isso não é indicado.

A partir de 15% de 1RM ===> Início de oclusão vascular

A partir de 70% de 1RM ===> Oclusão vascular completa

Vejam só que problema! Até mesmo para realizarmos um teste de carga máxima, onde a pessoa é exposta a uma carga extremamente alta, fica complicado. O risco é alto demais.

Estudos têm demonstrado uma possível relação da força muscular com a diminuição dos fatores de risco cardiovascular, diabetes, obesidade, hipertensão e morte precoce. (Artero 2011) (Moliner-Urdiales et al. 2007)

Exercício aeróbico e hipertensão

Podemos observar uma redução na PA sistólica em praticantes de atividades físicas com intensidades mais baixas. Pesquisadores obtiveram resultados positivos na queda, de forma aguda, da PA, quando a intensidade dos exercícios se mantinham entre 40% e 80% do consumo máximo de oxigênio (VO2máx).

As sessões de treinamento tinham duração de 20 a 60 minutos, sempre equalizando volume e intensidade e foram usados na pesquisa, exercícios que envolviam grandes grupos musculares como corrida, remo, escada, etc.

Em um estudo que será publicado em fevereiro de 2017, no Journal of Hypertension, pesquisadores procuraram avaliar as diferenças entre o treino aeróbico a 60% do VO2 de pico e o treinamento de força a 30% da contração voluntária máxima, previamente testada com um dinamômetro manual, utilizando exercícios que são necessários uma preensão manual isométrica sobre a pressão arterial. O estudo que envolveu 27 pessoas com hipertensão teve como resultado que o exercício de força não apresentou resposta superior ao exercício aeróbico como terapia anti-hipertensiva. (Ash GI, et al. 2017)

Em que momento do treino devemos prescrever? Devemos separar um dia exclusivamente para o treino aeróbico?

Estas são perguntas relevantes e presentes em todas as salas de aula. O tema ainda é muito controverso e merece mais pesquisa e discussão, porém, parece que o exercício aeróbico de baixa intensidade ajuda a regular o sistema nervoso simpático que, quando está em estado de excitação, provoca alterações na frequência cardíaca de repouso, pressão arterial, provocando vasoconstrição periférica e já que estamos lidando com uma população especial, prescrever aeróbicos de baixa intensidade no pós-treino pode ser uma boa estratégia de “volta à calma” a ser utilizada.

Treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT)

Assim que a segurança do Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) ficou mais clara, utilizar a metodologia apenas no público considerado saudável, deixou de ser uma regra. Hoje já é possível aplicar o HIIT em populações que antes, clinicamente falando, eram proibidas até mesmo de frequentar uma sala de musculação.

Em uma revisão sistemática de meta-análise, pesquisadores encontraram diversos trabalhos que mostram a eficiência do treinamento intervalado de alta intensidade em populações com doenças cardiovasculares, que podem ser decorrentes da obesidade ou genética. Nesses trabalhos encontraram pontos positivos no que diz respeito a resultados de curto e longo prazo.

Outros muitos trabalhos mostram resultados positivos em treinamento com intensidades de 85% do Vo2 máx, ou superior. Isso também se deve ao fato de que, por ter uma duração menor, o índice de aderência ao treinamento é bem mais do que aos contínuos de moderada a baixa intensidade, devemos isso também ao fato de que os resultados em relação à composição corporal aparecem bem mais rápido, isso porque os exercícios de endurance, que exigem uma demanda metabólica bem superior, são capazes de transformar o tipo de gordura, em um tipo mais viável e suscetível a oxidação.

Alongamentos ajudam no controle na PA?

Agora uma novidade! Pesquisadores japoneses descobriram que os exercícios de alongamento também são eficientes na redução, de maneira aguda, da pressão arterial de adultos jovens sedentários. (Yamato et al, 2016)

Vinte e seis adultos jovens com histórico de pressão arterial alterada foram submetidos a testes com exercícios de alongamento, 10 no total, envolvendo pequenas e grandes cadeias musculares.

Cada sessão de alongamento durou em média 40 minutos e observou-se redução na pressão arterial de base, medida previamente, por até 30 minutos após término dos exercícios, mas após 60 minutos, os valores pressóricos retornavam aos valores base.

Concluindo…

Assim temos algumas estratégias que podemos utilizar com nossos clientes que necessitem de tais cuidados. Prescrever exercícios de alongamento, corpo inteiro, após exercício, um exercício aeróbico contínuo de baixa intensidade pode de maneira aguda ajudar a reduzir a valores mais próximos dos normais e recomendados, de cada indivíduo.

Reduzindo assim a PA pós-exercício, pode trazer maior conforto e sensação de bem-estar ao final de uma sessão de treino, podendo inclusive, aumentar a taxa de adesão ao exercício físico.

Referências

 American College of Sports Medinice. ACSM’s guidelines for exercise testing and prescription. 8th edn. New York: Williams & Wilkings, 2009.

Cassidy S , Thoma C , Houghton D , Trenell MI .- High-intensity interval training: a review of its impact on glucose control and cardiometabolic health – Diabetologia. 2017 Jan; 60(1):7-23. Epub 2016 Sep 28.

Gibala M. Molecular responses to high-intensity interval exercise. Journal of Appl Physiol Nutr Metab; 2009;34:428-32.

Hailin Wang.; Taiming Zhang, et al. Acute effects of continuous and interval low-intensity exercise on arterial stiffness in healthy young men – Eur J Appl Physiol 2014; 114:1385-1392.

Romeo B Batacan Jr. Effects of high-intensity interval training on cardiometabolic health: a systematic review and meta-analysis of inte rvention studies. – Br J Sports Med 2016;0:1–12.

Tibana RA et al. Exercise as an Effective Transgenerational Strategy to Overcome Metabolic Syndrome in the Future Generat ion: Are We There?; Exp Clin Endocrinol Diabetes 2016; 124: 1–6.

Umpierre, Daniel, & Stein, Ricardo. (2007). Efeitos hemodinâmicos e vasculares do treinamento resistido: implicações na doença cardiovascular. Arquivos Bras ileir os de Cardiologia, 89(4), 256-26.

World Health Association. WHO Global Recommendations on Physical Activity for Health. Geneva; World Health Organization 2010.

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