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A reabilitação neuromuscular é um processo que envolve várias fases e dependendo do tipo e nível da lesão, engloba o trabalho de vários profissionais atuando em cada fase ou juntamente na maioria delas.

O resultado da junção de diferentes componentes que envolvem o sistema nervoso central e o sistema musculoesquelético está presente no controle e na reabilitação neuromuscular e são os responsáveis pela variedade de movimentos que realizamos: desde os mais simples até os mais complexos.

Quando um destes sistemas falham, ocorrem as lesões musculoesqueléticas e após este evento algumas características sensoriais e motoras ficam alteradas e os programas de reabilitação são a chave para o sucesso ao retorno na realização das atividades prévias anteriores à lesão.

Por isso, os exercícios específicos para a reabilitação neuromuscular devem ser realizados e inseridos no programa de tratamento, independente do tipo e gravidade da lesão.

O profissional de educação física tem fundamental importância dentro deste processo, sendo um profissional do movimento com grande competência a atuar durante a fase de reabilitação, seja em âmbito hospitalar – juntamente com médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, na fase ambulatorial ou na fase tardia do processo.

Conheça, neste texto, como funciona o processo de reabilitação neuromuscular dentro da educação física. Boa leitura!

O que é a reabilitação neuromuscular?

Antes de entendermos o que é e como funciona a reabilitação neuromuscular, precisamos entender o que é o controle neuromuscular e qual a sua função em relação às respostas motoras.

O controle neuromuscular é a combinação de alguns componentes relacionados principalmente à propriocepção e a força muscular.

O controle sobre as articulações, ligamentos, tendões e músculos são realizados por alguns sistemas, como: sensorial, cinestésico e proprioceptivo. A propriocepção é o estado de percepção consciente e inconsciente da posição articular e a cinestesia é a sensação do movimento. 

Para que o ato motor ocorra, os sinais proprioceptivos e cinestésicos são enviados via medula espinhal por meio das vias sensoriais aferentes e é processada a nível de córtex cerebral que devolve a resposta motora via aferência. 

Estes sinais proprioceptivos estão localizados nos músculos, tendões, articulações e pele. A propriocepção é o principal sistema de organização do corpo no espaço, permitindo que a pessoa saiba em que posição ela se encontra num determinado ambiente.

Quando a pessoa possui uma consciência do seu corpo com um controle proprioceptivo e força adequadas, terá uma melhor eficiência na utilização dos movimentos corporais com a menor probabilidade de ocorrer a lesão.

Por isso, os exercícios que trabalhem a propriocepção e o equilíbrio são frequentemente utilizados em programas de treinamento do esporte e por praticantes de exercício físicos, sendo um trabalho importante na prevenção de lesões.

Os componentes responsáveis pela estabilidade articular podem ser classificados em estáticos e dinâmicos. Os ligamentos, cápsula articular, cartilagem, fibrocartilagem e estruturas ósseas de uma articulação são os componentes estáticos. 

Os componentes dinâmicos são os músculos que juntamente com estas estruturas geram o controle neuromuscular baseado em planejamento de movimentos com informações sensoriais de experiências passadas.

Contudo, para a melhora do controle neuromuscular, os exercícios de reabilitação neuromuscular devem atingir três níveis de processamento no sistema nervoso central, como exemplo, temos exercícios posturais e com padrões motores que estimulem a repetição.

Isto é muito importante no esporte pois um atleta que realiza um gesto esportivo com um padrão errado será mais propenso a lesões e queda do desempenho.

Como funciona a reabilitação neuromuscular na Educação Física?

O professor de educação física pode atuar na prevenção das lesões aplicando, além dos exercícios de fortalecimento muscular de acordo com cada objetivo, exercícios que atuem na propriocepção. 

Esse programa de exercícios tem a função de proteger estruturas articulares das tensões excessivas e fornece um mecanismo preventivo de reincidência da lesão. 

Eles complementam os protocolos tradicionais de reabilitação e o trabalho dos outros profissionais, auxiliando no controle da dor e inflamação, recuperação da flexibilidade, força e resistência.

Ele é um dos profissionais que tem a função de identificar as lesões e a sua gravidade, estabelecer um programa de correção e prevenção das disfunções e ainda acompanhar a evolução do paciente.

Algumas ferramentas para a reabilitação neuromuscular podem ser utilizadas na educação física, como a musculação terapêutica e o Pilates, ambos com grande aplicabilidade em âmbito terapêutico e preventivo no contexto das lesões musculoesqueléticas.

O profissional pode ainda atuar nas orientações sobre a reabilitação pré e pós-cirúrgica, Por isso, este profissional poderá trabalhar na reabilitação de lesões do pós-operatório ou tratar lesões que possuem uma resolução com exercícios supervisionados.

No esporte, o papel do profissional de educação física é fundamental para o desenvolvimento de um programa de reabilitação visando a melhora do controle neuromuscular do atleta. 

Os exercícios que trabalham alguns aspectos como flexibilidade, agilidade, força, treino do gesto esportivo e pliometria. Todas estas capacidades trabalhadas de maneira progressiva e respeitando as necessidades e limites do atleta.

Já os exercícios de agilidade devem ser incorporadas nos programas de reabilitação tardia principalmente em esportes que realizam mudanças bruscas de direção e estes tipos de movimentos são os principais causadores de lesões articulares e musculares nos atletas. 

À medida que o atleta vai readequando seu controle neuromuscular, as habilidades específicas do esporte podem ser incluídas, sempre pensando no objetivo final: sua recuperação plena e retorno ao esporte.

A inserção do profissional de educação física na reabilitação neuromuscular 

Ao contrário do que muitos pensam, o profissional de educação física não tem apenas a competência da manutenção do condicionamento físico em indivíduos saudáveis. Ele tem um grande papel em desenvolver a saúde por meio da prática de exercícios físicos no âmbito esportivo e a população geral. 

O Conselho Nacional de Saúde através da Resolução nº 287 de 08 de outubro de 1998, reconheceu a educação física como profissão da saúde de nível superior assim como outras profissões, podendo atuar no atendimento individual e interdisciplinar na promoção, proteção e recuperação da saúde.

De acordo com o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), através da Resolução nº 046/2002 fala sobre a importância deste profissional no processo de reabilitação em academias, clínicas, centros de saúde e hospitais.

Portanto, a educação física tem papel fundamental e um olhar complementar ao processo de reabilitação da população.

Conclusão

A participação do profissional de educação física em equipes multidisciplinares da área da saúde e na reabilitação neuromuscular é fundamental dentro do processo de promoção e prevenção da saúde.

Entretanto, para que um profissional desta área tenha esta habilidade de maneira louvável, é necessário o conhecimento, estudo e aprofundamento nas áreas específicas, bem como constante atualização sobre a área neuromuscular para que esta profissão tenha mais espaço para a sua atuação.

Referências Bibliográficas

LIEBENSON, Craig. Treinamento funcional na prática desportiva e reabilitação neuromuscular. Artmed Editora, 2017.

LI, Qiang. REABILITAÇÃO DA FUNÇÃO NEUROMUSCULAR POR MEIO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 27, p. 291-294, 2021.

PETERSON, Lars. Lesões do esporte: prevenção e tratamento. 3 ed. São Paulo: Manole Editora Ltda

COHEN, Moises. Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção, tratamento. 1 ed. Rio de Janeiro: Revinter Ltda., 2005.

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