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Já presenciou uma situação assim: Professor na sala de musculação e um aluno novo se apresenta. Depois de dois minutos de conversa o professor já elabora uma ficha de treino para esse aluno e ele começa a treinar. Sentiu falta de algo?

Pois é baseado em que o professor preparou aquele treino?
Por que não fez a avaliação física desse aluno?

Em muitos casos, as academias disponibilizam poucos profissionais para um grande número de alunos e acaba ficando difícil designar um profissional para a realização dos testes e das medidas para posterior avaliação física. Essa situação precisa ser revista, pois avaliar seu aluno antes de prescrever o treino fará toda a diferença em termos de segurança e eficácia do seu trabalho.

O que é avaliação física?

Avaliação Física é um conjunto de ações que o profissional da Educação Física toma com o objetivo de conhecer o seu aluno. Essa avaliação pode incluir vários elementos, tais como: estado psicológico do aluno, nível de dor, hábitos diários, variáveis de aptidão física e composição corporal, dentre tantos outros fatores possíveis de serem avaliados.

É preciso distinguir avaliação física de medidas ou testes físicos. Um teste físico é uma situação na qual se solicita a alguém que demonstre certo aspecto de seus conhecimentos ou de sua capacidade. O teste pode ser feito de forma escrita, através de uma performance do aluno ou pela observação do professor.

Exemplos de testes: uma prova escrita e teste de corrida de 12 minutos. Já a medida, que deve ser precisa e objetiva, é o processo de coletar as informações obtidas pelo teste, de forma que se atribua um valor numérico aos resultados desse teste.

Exemplo: no teste de flexões abdominais de trinta minutos o professor contou 28 repetições feitas pelo aluno, então 28 é a medida do teste (o resultado).

Já a Avaliação física é muito mais que testar e medir. Avaliar é interpretar os resultados dos testes e medidas. É o ato de comparar uma medida com um padrão e de emitir um julgamento sobre essa comparação. É a avaliação física que determina a importância ou valor da informação coletada nos testes e nas medidas, indicando se os objetivos estão ou não sendo atingidos e se o sistema de ensino ou treinamento está ou não sendo satisfatório.

Tipos de avaliação física

Em relação ao momento em que a avaliação física é proposta, podemos definir em três tipos básicos:

  • Avaliação diagnóstica: é o tipo de avaliação que envolve a descrição, classificação e a determinação do valor de algum aspecto do comportamento do aluno. É a primeira avaliação do aluno, mostra seus pontos fortes e fracos.
  • Avaliação formativa: é a informação constante sobre o desempenho do aluno que é fator primordial para o direcionamento do alcance dos objetivos. Seria a avaliação a cada três ou quatro meses.
  • Avaliação Somativa: É a soma de todas as avaliações ao final de um período (um ano ou dois). Tem o objetivo de se obter um quadro geral da evolução do indivíduo.

Para ficar mais fácil, vamos imaginar o seguinte caso: um aluno novato chega a academia e procura o serviço de avaliação física antes de iniciar seu treinamento (será a avaliação diagnóstica, para conhecer esse aluno). Aí o indivíduo começa a treinar e após três meses de treino o avaliador físico o aborda chamando-o para uma nova avaliação física, para verificar se o treinamento planejado começou a provocar alterações positivas nesse aluno (avaliação formativa).

Depois de quatro meses, uma nova avaliação é feita também para verificar se os objetivos estão sendo cumpridos (avaliação formativa). Posteriormente, outra avaliação é feita após o mesmo período para verificar a evolução do aluno (avaliação formativa). E depois de um tempo treinando (um ano, um ano e meio ou mais), logo após ter mudado muito suas características físicas, o avaliador físico faz uma comparação de todas as avaliações físicas prévias (a diagnóstica e todas as formativas), expondo os dados em forma de gráficos e tabela, para que o avaliado tenha noção de sua evolução desde o início até o momento atual (avaliação somativa).

Existem várias metodologias para se utilizar durante uma avaliação física, caberá ao profissional escolher as mais adequadas e necessárias em cada caso. É preciso enfatizar, no entanto, que sempre que possível deverão ser escolhidos testes que já foram validados cientificamente. E durante a avaliação física o avaliador deverá ser muito preciso e seguir fielmente o recomendado nas orientações de cada teste. Por exemplo, no teste Timed up and Go, que mede a velocidade de caminhar em uma distância de três metros, deverá ser obedecida a medida de três metros exatos, nem um centímetro a mais ou a menos, sob pena dos resultados do teste não serem confiáveis.

Importância da avaliação física antes do início da prática de exercícios do seu aluno

Somente através da avaliação física é que o profissional da Educação Física poderá conhecer seu aluno. Uma boa anamnese levantará o histórico de participação em atividades físicas do seu aluno, lhe dirá também como são os hábitos de sono e alimentação desse indivíduo, quais medicações ele toma e quais doenças já teve ou ainda tem. Tudo isso informa o profissional sobre possíveis riscos ao se trabalhar com aquela pessoa.

A avaliação da composição corporal fornece dados importantíssimos sobre quantidade de gordura e massa magra corporal, tornando mais fácil estabelecer objetivos para essa pessoa. Da mesma forma, testes sobre aptidão física (força, velocidade, flexibilidade, equilíbrio corporal) ajudarão o profissional a classificar esse aluno quanto ao nível de treinamento físico para que o seu treino possa levar em conta seu estado atual de condicionamento.

Uma avaliação postural lhe dará informações sobre quais cadeias musculares estão encurtadas e fortes e quais estão alongadas e fracas, direcionando claramente o profissional acerca de qual trabalho deverá ser feito em relação ao treino de força e flexibilidade.

Além disso, a análise da postura do avaliado poderá acusar desvios e vícios posturais assumidos por esse indivíduo no seu dia a dia, no trabalho ou em casa, possibilitando a intervenção do profissional para ajudar seu aluno mudando a ergonomia no trabalho ou no lazer e melhorando assim a qualidade de vida dessa pessoa.

Assim, a avaliação física é importante pelos seguintes fatores:

  • Segurança: identifica riscos significativos, como os cardiovasculares e os osteoarticulares;
  • Conhecimento do indivíduo a ser treinado: hábitos de sono e alimentação, atividades físicas pregressas, atividades laborais, queixas, objetivos em relação ao treino.
  • Base para a prescrição de uma atividade física adequada: nível de condicionamento físico atual, avaliação postural, testes neuromotores.
  • Comparação dos resultados para análise da evolução do indivíduo: os resultados obtidos na avaliação física permitirão que posteriormente a avaliação do progresso do aluno seja feita pelo profissional, comparando os resultados de antes e depois.
  • Motivação do aluno: o aluno que participa do planejamento do seu treino se envolve mais e fica mais motivado.

Avaliação física – as 7 dobras cutâneas 

Dentre os tipos de avaliação física, a avaliação da composição corporal se destaca por despertar muita curiosidade por parte do aluno e do profissional, já que esses dados estão diretamente relacionados à estética e à saúde do avaliado. A forma mais utilizada para o cálculo da composição corporal do indivíduo ainda é a aferição das pregas cutâneas com o compasso de dobras cutâneas.

As dobras cutâneas nos dão a estimativa da composição corporal a partir da avaliação da espessura em milímetros das pregas, e para tal procedimento, utiliza-se o adipômetro, também chamado de compasso de dobras cutâneas.

Este é um método de fácil obtenção de dados e baixo custo, sendo útil e praticável em grandes estudos de campo, quando realizado pelo mesmo avaliador, permite um resultado fidedigno.

Para realizar as medidas, separamos um passo a passo:
1. Todas as medidas devem ser realizadas no lado direito do corpo;
2. O avaliador deverá identificar e marcar com uma caneta ou lápis apropriado o local da medida;
3. O pinçamento da dobra cutânea deverá ser feito com a mão esquerda e com os dedos polegar e indicador a ± 1 cm acima do local marcado da medida;
4. Colocar as hastes do compasso perpendiculares à dobra, ± 1 cm abaixo do local pinçado, e soltar lentamente as hastes do compasso; manter a dobra pressionada enquanto à medida é realizada; fazer à leitura no compasso ± 3 segundos após a pressão ter sido aplicada na dobra;
5. Afastar as hastes do compasso para removê-lo e fecha-las lentamente;
6. Ler o mostrador em sua escala mais próxima e realizar no mínimo duas medidas para cada local.

Caso os valores diferenciem em mais de 10%, realizar novas medidas. As medidas devem ser feitas sob a pele seca e sem loções. Além disso, é necessário utilizar o  adipômetros validados cientificamente (os de plástico não são) e não medir as dobras imediatamente após o exercício.

As principais dobras cutâneas mensuradas são: tríceps, bíceps, subescapular, peitoral, axilar média, supra-ilíaca, abdominal, coxa e panturrilha. Pollock e seus colaboradores definiram um protocolo de cálculo de percentual de gordura de homens (em 1978) e mulheres (1980) utilizando sete dessas nove medidas (excluíram as pregas do bíceps e da panturrilha), e esse é um dos protocolos mais utilizado hoje.

Vejamos a seguir como proceder para a tomada das medidas de cada prega cutânea.

Dobra Cutânea Triciptal

É medida na face posterior do braço, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a metade da distância entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olécrano.

Dobra Cutânea Subescapular

A medida é executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.

Dobra Cutânea Biciptal

É medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior, no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps.

Dobra Cutânea Axilar Média

É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida.

Dobra Cutânea Supra-ilíaca

É obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É necessário que o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução da medida.

Dobra Cutânea Torácica

É uma medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar anterior, para mulheres.Dobra Cutânea AbdominalÉ medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal.

Dobra Cutânea da Coxa

É medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femural a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela, segundo proposta por Guedes (1985) e na metade desta distância segundo Pollock & Wilmore (1993). Para facilitar o pinçamento desta dobra o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semi-flexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo.

Dobra Cutânea Abdominal

É medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal.

Dobra Cutânea Panturrilha Medial

Para a execução desta medida, o avaliado deve estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90 graus, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia.

Vários websites sobre nutrição e treinamento físico disponibilizam uma planilha para cálculo eletrônico do percentual de gordura de um indivíduo. Basta preencher dados como gênero, peso, altura, idade e os valores encontrados em cada prega cutânea.

Como montar uma avaliação física completa para o seu aluno

Com certeza é muito interessante obter dados sobre um indivíduo antes de prescrever seu treinamento. Mas é necessário lembrar que avaliar é um processo que exige tempo, cooperação do avaliado, performance e esforço em alguns testes de aptidão, e muitas vezes o profissional inclui testes demais, provocando cansaço e frustração no aluno.

A avaliação física deverá ser completa, contudo, deve-se testar e avaliar apenas aquilo que for relevante para determinada pessoa. Em geral, esses são os itens de uma avaliação física completa: anamnese, avaliação antropométrica, composição corporal, avaliação postural, avaliação cardiorrespiratória e neuromuscular.

Deve-se cuidar para não avaliar o aluno muito constantemente; avaliação gera muita expectativa. Em relação ao aluno novo e sedentário a melhora aparece muito rápido e isso justifica avaliações mais frequentes. Com o passar do tempo, o aluno vai ficando mais condicionado ao exercício e as mudanças começam a demorar mais, e nesse caso, avaliar constantemente ao invés de motivar pode causar um efeito contrário, frustrar o aluno que não teve tempo de evoluir desde a última avaliação.

Assim, o recomendado é que, em geral, as avaliações de iniciantes ocorram a cada dois ou três meses, e na medida em que o tempo for passando, essas avaliações vão ficando mais espaçadas, de seis em seis meses, por exemplo.

O profissional pode avaliar diversos parâmetros no seu aluno, mas em geral uma avaliação física completa inclui os que se seguem:

  1. Anamnese (entrevista sobre os dados pessoais, histórico de doenças, cirurgias e lesões, hábitos de sono e alimentação, medicações em uso, cirurgias já feitas, passado de atividades físicas e objetivos do aluno).
  2. Avaliação Antropométrica: massa corporal (peso), a estatura, envergadura, altura troncocefálica, comprimento de membros inferiores e superiores e os perímetros corporais.
  3. Avaliação da composição corporal: vários métodos permitem que o profissional saiba acessar a quantidade de gordura e de massa magra do avaliado (dobras cutâneas, bioimpedância elétrica, fita métrica)
  4. Avaliação postural: a avaliação postural é feita pelo avaliador observando o avaliado nos planos frontal, sagital e transversal; aqui o profissional irá procurar por desvios posturais relevantes que podem ser corrigidos ou amenizados através do treinamento físico.
  5. Avaliação cardiorrespiratória: aplicação de testes físicos que envolvam caminhada, corrida, saltos, movimentos cíclicos, por um determinado tempo, e que informem qual o estado de aptidão cardiorrespiratória do avaliado.
  6. Avaliação neuromuscular: envolve a análise da força muscular, além da potência muscular, coordenação motora, agilidade, flexibilidade, equilíbrio corporal, dentre outros.
  7. Avaliação dos níveis de dor: existem várias formas de se quantificar o nível de dor que o seu aluno sente antes e durante o treinamento. A Escala Visual Analógica de Dor é uma forma de se quantificar a dor, muito utilizada pelos profissionais das saúdes, validada cientificamente e de fácil entendimento pelos avaliados.

Como já dissemos aqui, é muito importante que o avaliador físico inclua na sua rotina de avaliação testes e medidas que já foram estudados e validados cientificamente. Contudo, em alguns casos, é interessante agregar alguns testes e medidas específicas à situação do seu avaliado, mesmo que não tenham validade científica.

Vejam esse caso: uma cozinheira portadora de fibromialgia reclamava que não conseguia mais segurar a panela de pressão pelas dores nos braços e para ela isso era importante, já que fazia comida para vender e vivia dessa renda.

Um dos testes a serem incluídos na avaliação física poderia ser carregar uma panela de pressão do fogão para a pia, por exemplo. Uma atividade da vida do avaliado que no momento representava uma grande limitação, seria avaliada e acompanhada após o início do plano de treinamento. Talvez esse teste não tenha importância científica (pois não foi validado cientificamente), mas tem muita relevância clínica para o avaliado nesse caso.

Aprenda a estimular o seu aluno para alcançar grandes resultados

O ser humano tem uma tendência natural para se acomodar. O aluno que acabou de entrar em uma academia buscou mecanismos internos de motivação para tomar a decisão de se exercitar. Ficará motivado por algum tempo, depois a tendência é ir se desinteressando.

Sem dúvidas, o estímulo é essencial para que o aluno não deixe a aderência de treinamento cair – principalmente em relação aos três primeiros meses, que são fundamentais na (re)construção muscular e na adaptação. Vale ressaltar que de acordo com pesquisas da IHRSA, organização que reúne academias americanas, aproximadamente 50% daqueles que se propõem a malhar com frequência não chegam a completar três meses de treino.

É o momento exato do profissional da Educação Física fazer uma nova avaliação física e motivar o seu aluno a seguir em frente. Vejamos como poderíamos usar os resultados da avaliação física para incentivarmos nosso aluno a seguir se empenhando nos treinamentos:

  • Comparando os resultados da avaliação física feita antes e depois de certo tempo, mostrando ao aluno o quanto ele evoluiu em termos de performance (melhora de força, equilíbrio, coordenação motora, flexibilidade, capacidade cardiorrespiratória), além da melhora no bem-estar geral e, se for o caso, diminuição da dor que sentia.
  • Nos casos de pessoas com algumas limitações (osteoporose, artrose, outras doenças degenerativas) em que não houve ganho entre o período de uma avaliação e outra, enfatizar para o avaliado que ele estaria perdendo aptidão caso não estivesse treinando, e que a manutenção de seu estado foi, na verdade, um ganho.
  • Na maioria das vezes elogios motivam e críticas desmotivam. Existe uma técnica muito boa para se criticar uma pessoa e ela vale para todas áreas da nossa vida: Elogiar, Criticar, Elogiar. Sempre termine com um elogio após a crítica.
  • Ir conhecendo o aluno e percebendo como ele reage as críticas e elogios. Em alguns casos, elogiar muito deixa a pessoa acomodada e criticar a pessoa cria para ela um novo desafio que ela irá gostar de enfrentar. Saber perceber qual é o perfil do avaliado nesse sentido ajuda muito a motivá-lo.
  • Traçando novas metas: se uma etapa foi cumprida, discuta com seu aluno novos objetivos a serem alcançados.
  • Mudando planos e oferecendo novas modalidades de treinamento: caso o avaliado se mostre desinteressado das atuais atividades que pratica, proponha a ele novas formas de se exercitar que também sirvam para cumprir os objetivos traçados.

Equipamentos necessários para avaliação física na sua academia

 Os equipamentos necessários para se fazer uma boa avaliação física vão variar dependendo de quais testes ou variáveis o profissional irá analisar. No geral, utiliza-se os seguintes equipamentos:

  • Esfigmomanometro (pressão arterial)
  • Fita métrica (estatura, perímetros)
  • Balança (massa corporal)
  • Compasso de dobras cutâneas (medida de composição corporal)
  • Colchonetes
  • Simetrógrafo ou fio de prumo (avaliação postural)
  • Uma esteira ou bicicleta ergométrica (testes cardiorrespiratórios)
  • Halteres ou supino (teste de forca)
  • Banco de Wells (flexibilidade)

Como evitar lesões através de uma boa avaliação física

Outro bom motivo para se realizar uma avaliação física no seu aluno é a prevenção de lesões. Mas como podemos prevenir lesões em nossos alunos através de uma avaliação física?

Vejamos:

  • Histórico de cirurgias e doenças: o aluno irá lhe informar sobre procedimentos cirúrgicos e doenças dele ou de seus parentes que poderiam aumentar o risco de alguma lesão durante a prática de uma atividade física.
  • Relato de lesões prévias: se o aluno informa ao profissional que já lesionou determinada região do seu corpo, com certeza aquela deverá ser uma área de maior cuidado durante o treinamento. Muitas das vezes uma lesão pregressa que não foi devidamente tratada continua a deixar seu aluno vulnerável a novas lesões.
  • Avaliação Postural: durante a avaliação postural é possível perceber se uma perna do indivíduo é menor do que a outra, ou se os pés se apoiam no chão de forma assimétrica e inadequada; se isso acontecer ele irá jogar uma sobrecarga mecânica maior no lado da perna menor ou no pé de melhor apoio, fazendo com que aumente consideravelmente o risco de lesões nessa região.
  • Perimetria (avaliação dos perímetros corporais): sempre que um membro for muito mais espesso que o seu contralateral (exemplo: panturrilha direita 3 cm mais espessa que a esquerda), isso pode ser indicio de que aquela perna ou braço são os dominantes e por isso são os mais usados. As lesões nesses casos podem ocorrer no lado dominante por excesso de uso, ou no lado menos desenvolvido, devido a sua fraqueza muscular e falta de mobilidade.

O que o profissional da educação física não deve fazer durante uma avaliação física

É importante ressaltar que ninguém se sente muito confortável quando sabe que será avaliado e criticado. Assim, a avaliação física pode ser um momento constrangedor para seu aluno. Cabe ao professional ter uma postura ética e acolhedora, de modo a deixar claro para o aluno a importância daquele procedimento e garantindo-lhe um ambiente agradável para tal.

Algumas atitudes deverão ser evitadas durante uma avaliação física:

  • Profissional avaliar aluna em ambiente escuro, muito fechado, e sem a presença de uma assistente (vários casos de ações judiciais de assédio sexual já aconteceram em virtude de situações assim)
  • Profissional malcheiroso ou com mal hálito se posicionando perto do seu aluno para avaliá-lo.
  • Avaliador fazendo piada ou falando de forma desrespeitosa sobre alguma limitação do aluno ou questão de foro íntimo do mesmo. Muito cuidado com isso.
  • Avaliador faz as perguntas da anamnese e antes que o aluno responda ele já sugeriu a resposta, o que leva a um viés na obtenção da informação verdadeira.

E finalmente, um fator muito importante: sigilo profissional. Durante o processo de avaliação física o aluno se expõe para o profissional. Dados como fotos do aluno em roupas de banho para avaliação postural, doenças, medicamentos, exames, traumas, hábitos de sua vida, limitações físicas, tudo isso é passado do aluno para o avaliador. É fundamental uma postura ética por parte do profissional no sentido de ter maturidade ao receber essas informações (não fazer piada, não julgar) e principalmente, mantendo um sigilo absoluto em relação a tais informações.

Os grandes profissionais da avaliação física tem trabalhado com um documento no qual garantem ao aluno que suas informações serão mantidas em segredo e que serão utilizadas apenas para fins científicos e para a preparação do seu treino. Esse documento se chama Termo de Confidencialidade. 

 Conclusão  

Finalmente, após todas as considerações que fizemos, nos parece inegável a importância de se fazer uma avaliação física prévia ao início do treinamento de qualquer pessoa, e no decorrer do tempo de treino, para acompanhar a evolução desse indivíduo diante do programa de exercícios que lhe foi proposto.

Os profissionais que fazem uso da avaliação física como apoio para a prescrição do treinamento de seus alunos com certeza correm menos riscos ao lidarem com esses indivíduos, além de terem uma eficácia do seu trabalho comprovadamente maior, já que estão trabalhando baseados em dados reais e individuais dos seus alunos.

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