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A condromalacia patelar é uma patologia caracterizada pelo amolecimento da cartilagem articular devido a fatores como o desequilíbrio bioquímico do líquido sinovial, desequilíbrio muscular, joelho valgo e desalinhamento da patela. Alguns autores definem como o amolecimento da cartilagem seguido de fragmentação da cartilagem articular em consequência das alterações do mecanismo extensor do joelho.

Geralmente a condromalacia patelar acomete jovens do sexo feminino e se diferencia da osteoartrose, que aparece em pacientes de mais idade, mas podendo evoluir para osteoartrose se não tomados os devidos cuidados e tratamentos.

Classificação da Condromalacia Patelar

Condromalacia Patelar

A condromalacia patelar é classificada quanto ao grau como:

grau 0 – cartilagem normal;
grau I – área de hiposinal cartilaginoso;
grau II – grau I e alterações do contorno;
grau III – aspecto serrilhado com áreas de redução do sinal e grandes irregularidades do contorno;
grau IV – úlceras cartilaginosas e alterações do osso subcondral.

Causas e sintomas

Diversos autores afirmam que entre as causas da condromalacia patelar estão:

  • o encurtamento dos mecanismos extensores do joelho;
  • subluxação patelar;
  • patela alta;
  • falta de flexibilidade em gastrocnêmicos;
  • sóleos;
  • isquiotibiais;
  • fraqueza nos músculos abdutores e laterais do quadril;
  • irritação da plica sinovial;
  • frouxidão ligamentar;
  • aumento do ângulo Q do joelho, que é formado pelo tendão do quadríceps e ligamento patelar, levando assim a um desvio lateral da patela;
  • entorse do joelho;
  • enfraquecimento do músculo vasto medial oblíquo;
  • alterações ilíacas;
  • tipo de pisada;

Alguns fatores externos do corpo também são destacados como hábitos sociais e desportivos, se destacam; trauma direto, uso excessivo da articulação, tipo e intensidade da atividade desportiva, tipo de esporte praticado etc. Detalhar cada ponto relacionado às causas será assunto para o próximo artigo.

As pessoas acometidas pela condromalacia patelar apresentam sintomas como dor relacionada à esforços ou longos períodos sentado, dificuldade para descer e subir escadas, crepitações (barulhos internos), aumento da sensibilidade em dias frios e sensações de fraqueza/falseio.

Diagnóstico

O diagnóstico da condromalacia é feito através de vários testes, partindo do simples ato de subir e descer uma escada a testes mais complexos como o exame ortopédico no qual é realizado teste de compressão da patela, que tem como sinal básico o aparecimento da dor aguda quando o joelho está levemente fletido, a coxa está relaxada e a patela é empurrada lateralmente

Além do exame radiológico, que consiste em tomografia computadorizada produzindo imagens não distorcidas por corte transversal em qualquer grau de flexão do joelho.

Orientações no tratamento da Condromalacia Patelar

A orientação inicial é sempre procurar um médico ortopedista, especialista em joelho para avaliar o seu quadro específico.

O tratamento adequado é baseado nos exames clínico e físico, na história do paciente e nos estudos radiológico e nucleotídico apropriados bem como no estágio, na duração e na gravidade da lesão, sendo consenso à necessidade de reforçar a musculatura do quadríceps para haja melhora na articulação do joelho.

Dependendo do grau identificado, o médico encaminhará o indivíduo para a fisioterapia ou direto para o profissional de educação física para fortalecimento muscular específico através de protocolos de exercícios de força, resistência muscular localizada e isométricos visando manter a estabilidade articular e o equilíbrio entre os grupos musculares antagonistas flexores/extensores, adutores/abdutores, etc.

É importante ressaltar o principio da individualidade biológica (não existem dois indivíduos iguais), os protocolos precisam ser adequados às situações específicas de cada indivíduo.

Para o sucesso e recuperação do aluno é extremamente necessária a criação de uma relação direta entre médico, profissional de Educação Física e fisioterapeuta para que desenvolvam um melhor programa de treinamento para o paciente/aluno.

Exercícios físicos

Existem diversas formas de se trabalhar o fortalecimento muscular desse paciente, vamos destacar a Musculação e o Pilates, que são atividades geralmente indicadas pelos médicos ortopedistas devido aos resultados apresentados.

Partindo do pressuposto que o paciente foi liberado para o Profissional de Educação Física, um dos focos do trabalho melhorar o tônus muscular e os movimentos das articulações bem como um reforço maior das mesmas.

Como uma das principais características da condromalacia é a crepitação, que pode ser gerada por uma baixa na produção de líquido sinovial para a articulação, os exercícios de fortalecimento sejam na Musculação ou no Pilates, aumentam os níveis de produção deste liquido lubrificante, diminuindo e amenizando os principais sintomas de dor e de crepitação.

O foco do trabalho de fortalecimento muscular dever ser o quadríceps, por razões, como compressão e relaxamento da cartilagem patelar, difusão de enzimas nociceptivas extra-articulares dentro da articulação, tensão dos ligamentos parapatelares e produção de endorfinas.

A literatura descreve que os exercícios dedicados ao quadríceps devem ser isotônicos – que são os exercícios que produzem contrações que proporcionam os movimentos corporais, ou seja, são os realizados para movimentar o corpo – passando para concêntricos de pequena amplitude, mas caso persista a dor, devem ser iniciados exercícios de contração isométrica – exercícios que provocam contrações que, embora aumentem a tensão muscular interna, não proporcionam os movimentos do corpo.

O papel do profissional de educação física na reabilitação

Inicialmente ao receber um aluno com essa indicação é preciso que o profissional solicite os exames recentes do aluno para verificar o grau da condromalacia e verificar se há alguma restrição médica relacionada a movimentos etc. Após a avaliação física do aluno, podemos fazer adaptações nos aparelhos de musculação, na cadeira extensora, por exemplo, podemos ajustar o ângulo de movimento e iniciar com cargas leves.

Também podem ser usadas caneleiras no movimento de extensão de joelho, o volume e a intensidade precisam ser controlados pelo professor que acompanha o aluno para que haja uma recuperação gradativa do quadro de lesão.

Restrições iniciais do programa de treinamento 

A literatura faz ressalvas a alguns exercícios, na parte inicial do treinamento, onde o aluno apresenta dor, desconforto, ainda não está com os músculos do quadríceps e posteriores fortalecidos como exercícios no leg press, hack machine, agachamento.

Esses exercícios na fase inicial podem sobrecarregar os joelhos dos portadores de condropatias por possíveis erros de execução ou pela própria biomecânica do movimento.

O consenso dos autores está na prescrição de exercícios para o quadríceps, músculos posteriores da coxa e adução do quadril, para melhorar a função do joelho na prevenção de lesão. A ressalva é sempre respeitar os limites de dor, amplitude articular e níveis de força para não sobrecarregar as articulações.

Os exercícios mais indicados para a Condromalacia Patelar

Entre os principais exercícios para a prevenção da condromalacia patelar, a literatura indica o fortalecimento e alongamento dos quadríceps e músculos posteriores da coxa através dos exercícios realizados em cadeira extensora, ou cadeira flexora, ou mesa flexora, no ambiente de academia.

A cadeira flexora ou a flexora horizontal também podem fazer parte do protocolo de exercícios desse aluno. Inicialmente os ângulos podem ser reduzidos, assim como as cargas e gradualmente elevados, sempre com a supervisão do Profissional de Educação Física.

Outra adaptação para esse grupo muscular pode ser também o uso das caneleiras onde o aluno deitado em decúbito ventral parte do ângulo 0º até o 30º.

Em um Studio de Pilates é possível realizar esses movimentos com auxílio de molas nos equipamentos Cadilac, Reformer, Chair e acessórios com faixas elásticas, caneleiras etc, sempre com atenção ao princípio da sobrecarga, que inicialmente precisa ser leve, respeitando também o limite de dor eventual do aluno.

Outro movimento importante é o de abdução e adução de quadril, onde nas academias são realizados em cadeira abdutora ou cadeira adutora com uso de sobrecarga leve a moderada, podendo o movimento ser completo.

No Studio de Pilates o Cadilac, o Reformer e a Chair também apresentam excelentes resultados para esses alunos. O movimento de flexão de quadril que está relacionado com os glúteos pode ser realizado com caneleira ou baixa polia na academia e no Pilates nos seus aparelhos citados acima.

Escolher Pilates ou musculação? 

Alguns alunos se identificam mais com determinadas atividades físicas, por isso uns escolhem o Pilates e outros a Musculação, até por se sentirem mais confortáveis em determinados ambientes.

Mas isso não quer dizer que os efeitos serão diferentes ou essa ou aquela atividade é melhor ou pior do que outra, afirmar isso seria uma opinião radical em sem evidências científicas comprovadas. Hoje em dia, muitos alunos optam por fazer o Pilates e a Musculação, de forma que uma atividade completa a outra, auxiliando também no processo de reabilitação.

Como também escolher fazer somente o Pilates ou somente a Musculação. A comunicação entre os profissionais do Pilates e da Musculação são de suma importância na evolução do quadro do aluno.

A experiência que vivencio no dia-a-dia, seja atuando como instrutor de Pilates e Treinamento Funcional ou como professor de Musculação me proporciona a segurança de afirmar que é possível através do treinamento específico de fortalecimento muscular, melhorar a qualidade de vida do aluno e restabelecer os movimentos sem referências à dor.

Conclusão

O trabalho em parceria com médicos e fisioterapeutas também é de suma importância na evolução do aluno.Acima de tudo, o controle do volume e da intensidade dos treinos precisa ser acompanhado pelo Profissional de Educação Física para que haja uma progressão na reabilitação do aluno.

A prescrição dos exercícios e a montagem do programa de treinamento precisam ser feita de forma individual e avaliada com frequência para validar a eficiência e eficácia do treinamento. Caso você receba o diagnóstico de condromalacia patelar e seja liberada para atividade física, procure um Profissional de Educação Física especializado e com experiência nesse tipo de reabilitação.

Referências
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FERREIRA, C. L. DE S.; MOREIRA, D. F.; LIMA, D. L. F.; FERRAZ, A. S. M.; ALBUQUERQUE, V. L. M. DE. Efeitos dos exercícios de musculação para o fortalecimento da musculatura da coxa em portadora de condromalácia patelar. Coleção Pesquisa em Educação Física – Vol.7, nº 3 – 2008 – ISSN: 1981-4313
FLECK, S. J.; WILLIAM, J. K. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3ed ampliada e atualizada. Porto Alegre: Artmed, 1999.
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