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Muitos jogadores de futebol sofrem por lesões, mas o que poucos sabem é que existe o FIFa 11+ que pode auxiliar na prevenção destes problemas, garantindo um melhor desempenho para o mesmo.

Mas o que é esse FIFa 11+ e como o profissional de educação física pode utilizá-lo em seu treino? Neste texto, irei responder esta pergunta, além de abordar mais afundo o surgimento deste projeto que tem auxiliado para prevenir lesões no futebol.

Desta forma, confira agora o que é o FIFa 11+, qual a finalidade deste projeto e quais benefícios o mesmo oferece para os jogadores de futebol!

Lesões no desporto

No alto rendimento ou no amadorismo de um esporte, uma lesão implica quase sempre em uma paragem da atividade e/ou competição, implicando em gastos, saída do grupo competitivo, quebras de rendimentos, diminuição das receitas, incumprimento de objetivos, mudanças de rotinas entre outros.

“O desporto é uma das maiores causas de lesões, em comparação com acidentes de viação, acidentes em casa, acidentes de lazer, acidentes laborais ou violência. As lesões desportivas podem resultar em dor, afastamento dos jogos ou do trabalho e gastos médicos”, de acordo com Fong, D., Hong, Y., Chan, L., Yung, P e Chan, K. (2007).

Nos últimos anos têm aumentado cada vez mais, a incidência de lesões na atividade desportiva, devido, em grande parte, à sua exigência, tanto física como psicológica (Horta, 2010).

A lesão desportiva, de uma forma geral, é um nome coletivo para todos os tipos de lesões que ocorrem durante as atividades desportivas. Após uma vasta pesquisa, foi encontrada uma definição para lesão desportiva, especificamente para o futebol, reconhecida internacionalmente segundo, Atalaia, Pedro, & Santos.

Lesões no futebol

“Qualquer queixa física feita por um jogador que resulte de um jogo ou de um treino de futebol, independentemente da necessidade de avaliação médica ou afastamento das atividades relacionadas com o futebol. Qualquer lesão em que o jogador tenha de receber intervenção médica deve ser referida como uma lesão que necessita de “atenção médica” e uma lesão que resulte na impossibilidade do jogador participar numa grande parte do treino ou jogo de futebol deve ser referida como uma lesão baseada no “tempo de retorno à atividade desportiva” (Fuller et al., 2006).

Falando especificamente do futebol, modalidade que, segundo a FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado), é a mais fluente e uma das mais praticadas em todo o mundo, contando com 270 milhões de pessoas envolvidas ativamente. A maior causa de lesões desportivas em atletas por todo o mundo é, efectivamente, o futebol, sendo responsável por 50% a 60% de todas as lesões desportivas na Europa.

Entre todos os traumas físicos tratados em unidades hospitalares europeias, 3,5% a 10% são causados pela prática futebolística. Pereira (2015), indica que no futebol profissional, 31% das lesões, são musculares e que num plantel profissional, sofrem em média, 15 lesões musculares por época, o que traduz na ausência a 148 treinos e 37 jogos.

Fatores de risco que causam lesões no futebol

Segundo Marujo (2014), os fatores de risco que causam as lesões estão divididos em fatores de risco extrínsecos e intrínsecos, sendo que estes últimos podem ainda dividir-se em fatores físicos e psicológicos.

Os principais fatores extrínsecos estão relacionados com o meio ambiente, o local do treino (terreno de jogo), o equipamento utilizado, as regras do jogo, entre outros (Ginasse et al, 2001). No que toca aos fatores intrínsecos, é de realçar que estes estão relacionados com a performance muscular, isto é, a capacidade de produzir força, potência e
resistência,) como por exemplo, fraqueza muscular, instabilidade, fadiga e falta de flexibilidade (Hoskins & Pollard, 2005).

Dentro dos fatores intrínsecos, existem ainda os fatores físicos e psicológicos, tal como referido anteriormente. Os fatores de risco físicos são, por exemplo, a idade, o sexo, lesões sofridas no passado, força muscular, flexibilidade, entre outros. Os fatores psicológicos estão, essencialmente, ligados ao stress e ao conflito de mentalidade/ comportamento segundo Dvorak et al.

Tipos de lesões no futebol

Uma das lesões causadas pela prática do futebol é a lesão dos isquiotibiais, a qual ocorre, normalmente, durante uma rápida aceleração ou desaceleração e/ou uma rápida mudança de direção durante a corrida em velocidade máxima ou durante um salto (Goldman & Jones, 2011).

Durante a prática do futebol, as lesões nos músculos posteriores da coxa (isquiotibiais), ocorrem com muita frequência, como foi publicado pela FIFA e que a maior parte delas, acontece durante o arranque ou numa corrida em velocidade máxima, por vezes sem existir qualquer impacto ou contato com outro jogador que as provoque.

Tendo em contas todos estes dados e referências, é de fácil aceitação, que a introdução de programas de prevenção de lesões é essencial, seja no futebol ou nas outras modalidades.

Programas de exercício que previnam o seu aparecimento e diminuam a sua recorrência e severidade são de extrema importância para os fisioterapeutas, treinadores e jogadores (CruzFerreira et al, 2015).

FIFA 11+ para prevenção de lesões no futebol

O FIFA ELEVEN foi um programa de aquecimento, criado pelo FIFA Medical and Research Center (F-MARC), um programa de prevenção destinado a jogadores amadores. Em 2006, esse programa foi melhorado para a última versão, o “ELEVEN PLUS” (11+).

O ELEVEN PLUS é então uma versão melhorada e mais abrangente do seu predecessor e um programa de aquecimento completo, desenvolvido por um grupo internacional de especialistas, que tem por objetivo focar na redução de lesões entre jogadores de ambos os sexos, com idades a partir dos 14 anos. Este projeto é um pacote completo de aquecimento que deve substituir o aquecimento habitual antes do treino.

Num estudo científico, demonstrou-se que as equipes de futebol de categorias de base (escalões de formação) que utilizaram o FIFa 11+ como aquecimento, tiveram um risco significativamente menor de lesões que equipes que realizaram aquecimento da forma habitual.

Equipes que praticam o FIFa 11+ regularmente pelo menos duas vezes por semana, têm chance de ter 37% menos lesões durante o treino e 29% menos durante as partidas. As lesões graves foram reduzidas em praticamente 50%. Esse estudo foi publicado em 2008 no renomado British Medical Journal.

Como o FIFA 11+ atua?

O FIFa 11+ possui três partes, com um total de 15 exercícios, que devem ser realizados na sequência definida no início de cada treino conforme pode ser visto a baixo:

  • Parte 1: exercícios de corrida em baixa velocidade, combinados com alongamento ativo e contatos controlados entre parceiros;
  • Parte 2: seis conjuntos de exercícios focados na força do CORE e das pernas, equilíbrio (propriocepção) e pliometria/agilidade, todos eles com três níveis de dificuldade crescente;
  • Parte 3: exercícios de corrida em velocidade moderada/alta, combinados a movimentos de fixação/ partida.

É essencial para o programa que a técnica adequada seja utilizada em todos os exercícios. Durante a execução dos exercícios deve-se prestar total atenção à postura correta e a um bom controle corporal, incluindo o alinhamento correto dos membros inferiores, posição “joelho sobre dedo” e passadas suaves.

O programa deve ser executado como aquecimento padrão, no início de cada treino, pelo menos duas vezes por semana e ter duração de 20 minutos. Antes das partidas, apenas os exercícios de corrida (partes 1 e 3), devem ser realizados a execução correta por serem de extrema importância para todos os exercícios. Por isso, o treinador deve supervisionar o programa e corrigir os jogadores, se necessário.

Curiosidades do FIFA 11+

Para que você possa entender melhor sobre este Método de treinamento, separei algumas curiosidades que irão te ajudar a adquirir conhecimento sobre o FIFa 11+. Confira abaixo;

  • Quais as vantagens do FIFA 11+?

O efeito preventivo do programa foi cientificamente comprovado num ensaio controlado. É simples e não requer aparelhos, equipamentos (ou seja, sem despesas adicionais) ou conhecimento especializado. o FIFa 11+ é um projeto completo de aquecimento com vários níveis. É eficiente, dado que a maioria dos exercícios treina vários aspetos e pode substituir outros exercícios.

  • Com que frequência os jogadores devem realizar o FIFA 11+?

O FIFa 11+ deve ser realizado antes de todas as sessões de treino (no mínimo duas vezes por semana), e os exercícios de corrida (partes 1 e 3) antes das partidas.Quanto tempo é necessário para realizar o FIFa 11+?
Se os jogadores já conhecerem os exercícios, 20 minutos no total.

  • Quanto tempo demora para o FIFA 11+ fazer efeito?

O tempo de realização do FIFa 11+ irá depender da frequência de treino do jogador, variando então entre 10 a 12 semanas.

  • O FIFA 11+ pode ser realizado em qualquer ordem?

Não, a sequência foi escolhida para proporcionar uma progressão e um aquecimento intencionais. É claro que existem outros programas, metodologias e formas de prevenir lesões de forma primária e secundária. Apesar de ser direcionado para o futebol, o 11+ , pode ser usado em qualquer modalidade, como diz o ditado, “mais vale prevenir que remediar”.

Conclusão

Lesionar-se no futebol é comum, até porque nesse âmbito esportivo, o indivíduo necessita realizar movimentos intensos que utilizam toda a parte da mobilidade dos membros inferiores.

O FIFa 11+ veio com intuito de prevenir essas lesões, além de melhorar o desempenho do jogador no desporto. Sendo assim, estar por dentro deste programa irá te auxiliar (e muito) no momento em que você for treinar seu aluno!

Referências
Atalaia, T., Pedro, R., Santos, C., (2009). Definição de lesão desportiva – Uma revisão da literatura. Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto, 3 (2), 13-21.

Cruz-Ferreira, A., Marujo, A., Folgado, H., Filho, P., Fernandes, J., (2015). Programas de exercícios na prevenção de lesões em jogadores de futebol: uma revisão sistemática.

Dvorak, J., Junge, A., Chomiak, J., Graf-Baumann, T., Peterson, L., Rosch, D., Hodgson, R., (2000). Risck factor analysis for injuries in football players. Possibilities for a prevention program. The American Journal of Sports Medicine, 28 (5), 69-74.

Fong, D., Hong, Y., Chan, L., Yung, P & Chan, K. (2007). A Systematic Review on Ankle Injury and Ankle Sprain in Sports. Sports Medicine, 37 (1), 73-94.

Fuller, C. W., Ekstrand, J., Junge, A., Andersen, T. E., Bahr, R., Dvorak, j., Hagglund, M., McCrory, P. & Meeuwisse, W.H., (2006). Consensus statement on injury definitions an data collection procedures in studies of football (soccer) injuries. Clinical Journal of Sport Medicine, 16 (2), 97-106.

Gissane, C., White, J., Kerr, K., Jennings, D., (2001). An operational model to investigate contact sports injuries. Medicine Science Sports Exercise, 33 (12),1999- 2003.

Goldman, E. F., Jones, D. E., (2011). Interventions for preventing hamstring injuries: a systematic review. Physiotherapy, 97 (2), 91-99.

Horta, L. (2010). Prevenção de Lesões no Desporto (27-30). Alfragide, Portugal: Texto Editores.

Hoskins, W., & Pollard, H., (2005). The management of hamstring injury – part 1: issues in diagnosis. Manual Therapy, 10 (2), 96-107.

Palacio, E. P., Candeloro, B. M., & Lopes, A. A., (2009). Lesões nos jogadores de futebol profissional do Marília Atlético Clube: Estudos de coorte histórico do campeonato brasileiro de 2003 a 2005. Revista Brasileira Medicina Esporte, 15 (1), 31- 35.

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