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Para entender mais sobre os conceitos e da importância das artes marciais, é preciso saber suas origens.  Algumas artes marciais são tão antigas como seus países de origem como Japão, China e Tailândia.

Desde de que somos pequenos temos uma grande influência, principalmente por filmes e desenhos como Karatê Kid, Matrix,  As aventuras de Jackie Chan, As Meninas Super Poderosas e outros tantos desenhos. Ainda que sejam ficções com efeitos especiais e animações computadorizadas é notável a cultura ocidental e os movimentos acrobáticos realizados pelos personagens para se autodefender.

Através dessas influências, as crianças têm o desejo e a fantasia de ser igual aos seus personagens favoritos, tendo os mesmos superpoderes e as mesmas características que seus super-heróis.

De fato, atualmente há uma maior procura das artes marciais para um desenvolvimento pessoal, físico, social, competitivo, para defesa pessoal, formação de caráter e aumento da autoconfiança.

E muitos dos pais veem a possibilidade de colocar seus pequeninos para iniciarem o treinamento em alguma arte marcial, seja por amor a arte ou apenas porque a criança não mostra interesse em outras modalidades esportivas.

Seja qual for o motivo, montamos algumas dicas para os pais, mostrando um pouco sobre cada arte marcial e quais são as áreas que ela mais vai desenvolver em seu filho, seja esta emocional, espiritual ou física.

História sobre a origem

De acordo com a mitologia, a terminologia “artes marciais” possui origem direta ao deus da guerra greco-romano Marte, cujo qual ensinou esta arte aos homens para que pudessem desenvolver-se e também, se proteger.

As artes marciais foram, na verdade, desenvolvidas juntamente com o avanço da agricultura, quando o acumulo de riquezas criou a necessidade do desenvolvimento de um sistema de defesa-pessoal que pudesse ser usado em casos de necessidade. Logo, o objetivo inicial das artes marciais foi o desenvolvimento físico e emocional dos praticantes para que conseguissem defender-se em um caso de perigo e real necessidade.

E foi com essa mesma necessidade que as inúmeras culturas espalhadas mundo afora desenvolveram diferentes artes marciais, onde embora os objetivos fossem os mesmos, suas movimentações e linhas de pensamento sofreram criações e mutações para que acompanhassem os diferentes aspectos de cada país de acordo com a geografia do local, clima, possíveis ameaças da época em questão.

É exatamente por isso que lhes são atribuídos os títulos de “artes”, pois sua desenvoltura se deu não apenas com socos, chutes, quedas e manuseio de armas brancas, mas sim com um aprofundado estudo sobre uma determinada tradição marcial, envolvendo detalhadas análises em biomecânica, anatomia, análise de ameaças, estratégias de escape, energia vital, pontos de pressão e outras diversas áreas que se relacionam intrinsecamente com os estudos das artes marciais. 

Os diferentes tipos de artes marciais

Se quiséssemos destacar todas as artes marciais não haveria espaço o suficiente para ressaltar cada uma delas, sendo que há pelo mundo um mínimo de 75 artes marciais diferentes em separadas em diferentes países, havendo muitos países como, por exemplo, o Japão onde há muitos estilos diferentes da mesma arte marcial (Karate, Ninjutsu, Aikido são exemplos de artes marciais onde há diversos estilos dentro da mesma arte marcial, demonstrando entendimentos diversos sobre o mesmo assunto) pela simples variação de ideologia tribal ou geografia do local onde fora criada.

Tomamos a liberdade de destacar algumas poucas artes diferenciando rapidamente uma das outras e o que esperar de tal quando colocar uma criança para praticar tal arte marcial/esporte:

Boxe ou pugilismo (Inglaterra)

 É considerado apenas como um esporte. Seus participantes usam apenas os punhos, tanto para a defesa quanto para o ataque, sendo basicamente 06 movimentações que, quando trabalhadas de forma correta e arduamente se tornam muito eficazes para o desenvolvimento coordenativo da criança, movimentação, velocidade de reação e capacidade cardiorrespiratória.

Taekwondo (Coréia)

É considerada uma arte marcial e um esporte, pois seu desenvolvimento vai além da parte física dos participantes, havendo também uma série de regras e ensinamentos a serem seguidos e também cultivados dentro e fora do local de treinamento.

Esta arte marcial utiliza sua parte de movimentação majoritária os pés para desferir golpes potentes no oponente com intuito de atingir alvos determinados dos quais contam com pontuações pré-determinadas.

Em consequência, a criança desenvolve uma maior capacidade mental devido às estratégias de luta, aumenta sua capacidade cardiorrespiratória, agilidade e coordenação com os pés e com as mãos e desenvolvimento de sua memória, com o treinamento dos chamados “poomsae” que são formas pré-estabelecidas de movimentações básicas.

Judo (Japão)

Esta arte marcial tornou-se um esporte olímpico e seu criador desenvolveu um sistema de graduação por cores de faixas, usados praticamente em todas as artes marciais orientais.

É um sistema de luta que passou por um declínio (assim como todas as artes marciais na Era Meiji) e foi criado quando ouve a proibição do porte das espadas samurai (katana).  O objetivo é projetar o oponente, propiciando uma queda que, por sua vez, somam pontos que levam a vitória.

Além disso, desenvolve estratégia, força física, mental e espiritual, tendo a disciplina e obediência como parte fundamental em seu desenvolvimento.

Kung-fu (China)

Sua tradução significa literalmente “trabalho duro” e é uma arte marcial que possui muitas variações de estilos e seus movimentos se baseiam em características analisadas em diversos animais como, por exemplo, garça, garra de águia, tigre branco.

Independente do estilo escolhido o controle mental através do treinamento físico árduo é muito frisado. A criança desenvolverá, em pouco tempo, disciplina mental e espiritual assim como resistência física e valores atrelados a essa arte marcial milenar.

Muay Thay (Tailândia)

 É uma arte marcial e também um esporte. Desenvolvido para repelir invasores de suas aldeias, o muay thay também é conhecido como a “arte das oito armas” onde são usados os punhos, cotovelos, joelhos e canelas para combinarem ataques e defesas dentro do combate.

Há algumas variações nos estilos de muay thay, porém o mais difundido é o estilo “americanizado”, onde algumas formas tradicionais foram deixadas de lado para dar espaço ao treinamento intenso para competições.

A criança desenvolve resistência cardiorrespiratória, coordenação motora, velocidade de reação e também resistência física.

Jiu-Jitsu Brasileiro (Brasil)

É considerado tanto uma arte marcial como um esporte, onde sua tradução significa literalmente “arte suave”. Derivou da arte marcial japonesa Jujutsu onde se faz o uso de alavancas para imobilizar os oponentes (muitas das vezes, maiores e mais pesados) numa luta que se passa estritamente no chão.

Desenvolve estratégia, coordenação motora, resistência física e força assim como capacidade cardiorrespiratória.

Qual arte marcial é ideal para seu filho(a)?

Primeiramente é necessário fazer uma análise de interesse na criança e entender o motivo dela se interessar por tal atividade, sem que seja esta forçada pelos pais ou responsáveis. Todas as artes marciais/esportes demandam uma grande quantidade de dedicação do praticante, tendo ele 03 anos ou mais de 18 anos.

É crucial que a criança mostre algum interesse por aquela arte marcial em especifico, pois não adianta colocar uma criança que se interessa por natação em um esporte de contato, sendo possível causar um desinteresse, desgosto e uma concepção errônea por essa categoria de esportes no geral.

Após a criança mostrar interesse por aquela modalidade em especifico, o responsável deve analisar o local de treinamento. Se há um tatame de qualidade e limpo, equipamentos de proteção adequados e suficientes para todos os alunos que se encontram naquela faixa etária, se os companheiros de treino têm a mesma/próxima idade para que a criança não fique assustada, se há acesso a bebedouros, se o local possui vestiários separados e em boas condições (acreditem que isso faz toda a diferença para uma criança).

Aos pais lhes digo que não se sintam acuados em perguntar e xeretar no local, afinal, esta matriculando seu filho/filha num local de crescimento físico, mental e espiritual. Vocês estando tranquilos, consequentemente seus filhos também estarão.

E por fim, mas não menos importante, se o instrutor é afiliado a alguma federação/conselho de ética ou confederação. Isso é importante para que os pais possam rastrear o histórico do professor.

As crianças se espelham a partir de exemplos

De fato, os alunos têm como costume olhar para seus professores, seja este de matemática, futebol ou artes marciais, como verdadeiros exemplos e alguém o qual ele irá se espelhar em alguns ou vários aspectos, tais como princípios e valores do professor.

E a última coisa que nós, educadores físicos, precisamos prestar atenção é se a criança está crescendo num ambiente cujo há incentivo a violência ou qualquer forma de estimulo negativo.

Para que tenham uma ideia, ao iniciar meu caminho marcial foi pedida uma apresentação semestral de meu boletim aos meus pais.  A regra era bem simples. Se eu não conseguisse ter notas na média estabelecida pela escola, eu não poderia treinar.

Isto pode ser algo pedido diretamente dos instrutores de artes marciais aos pais/responsáveis, e acreditem isso ajudou muitas das crianças com qual eu dividia o tatame a não falharem academicamente e conseguirem, de forma organizada, separarem horários de treinos e horários de estudo.

É comum entre os pais ou responsáveis darem maior credibilidade a grandes e conhecidos esportistas/artistas marciais, mas lembre-se que nem sempre o maior é o melhor.

É possível ser muito bom e técnico e ao mesmo tempo não possuir uma didática boa para ensinar crianças, então é aconselhável assistirem a algumas aulas para ter o feeling se aquilo é algo que você quer que seu filho se envolva ou não.

Como envolver as crianças nas artes marciais

É valido ressaltar que leve em consideração que, ao mesmo tempo em que o professor “A” que ensina a arte “A1” e não se mostra um bom tutor, existe o professor “B” que também ensina a arte “A1” e pode vir a ser extraordinário como um mestre, então não desista até achar alguém digno de treinar seu pequeno guerreiro (a).

Quando a faixa etária é entre 03-10 anos, é importante que o instrutor tenha ferramentas o suficiente para que a criança seja estimulada de forma lúdica com cambalhotas, corridas em sentidos diversos ao escutar algum som pré-determinado (como o uso de um apito ou ao bater das palmas do instrutor, por exemplo) e pequenos desafios que os testem sem desestimula-los no caso de não conseguir realizar a tarefa proposta.

Tarefas como saltar um bastão, realizar um numero especifico de agachamentos, flexões ou até mesmo abdominais são formas de realizar essas tarefas, mas é muito importante, seja no sucesso ou na falha momentânea, nunca o comparar com os demais alunos deixando sempre muito claro que a criança precisa sempre se desafiar a melhorar, sendo ela mesma sua marca a ser ultrapassada.

É importante saber que durante essa fase a criança está desenvolvendo sua identidade e sua estrutura socioafetiva, física e intelectual e que a parte principal é o estimulo positivo para que sejam adquiridos valores, aquisição de comportamentos sociais adequados, desenvolvimento saudável de diversas áreas do cérebro, aprimoramento de habilidades individuais e a socialização com os outros participantes de outras escolas e estilos marciais, e tudo isso através do treinamento marcial.

Com essa discussão, podemos concluir que para que uma criança se dedique e se interesse por uma arte marcial, é necessário o envolvimento tanto dos pais ou responsáveis quanto do professor para que a criança se mantenha interessada e tenha um desenvolvimento positivo e progressivo dentro da arte marcial.

Analisamos também que a conduta, valores e princípios tanto dos responsáveis quanto dos instrutores são observadas e copiadas por cada uma das crianças cuja idade varia entre 03-15 anos, sendo essa uma reação normal de qualquer pessoa nessa faixa etária, o que nos leva a necessidade de extrema atenção dos pais para com os pequeninos, sempre analisando o que eles estão trazendo de ensinamento para casa.

Uma conversa pós-treino é muito bem-vinda e sempre ajuda a criança a processar seus progressos e também pequenas falhas dentro do tatame.Atente-se em como a criança reage ao falar sobre a parte do treino que não conseguiu fazer e ao escutar, sempre a tranquilize com palavras positivas e a incentive a não desistir.

Falhar faz parte da vida e aprender a lidar com algo frustrante e superável vai trazer para dentro da criança muita confiança ao lidar com os pequenos desafios que ela vai enfrentar ao longo de sua vida.

Conclusão

Quando se trata de escolher uma arte marcial que a criança possa se interessar, leve-a para assistir aos diversos treinos das mais variadas artes marciais e é provável que o instrutor convide a criança pare se juntar ao treino.

É comum ver alguns pais ou responsáveis mais protetores dizerem: “Não precisa! Só viemos ver mesmo!” ou “Ele (a) tem vergonha! Vai só assistir.”. Lembre-se que você esta lá para lhe passar segurança, então a incentive, pois nada é mais interessante que a própria experiência.

Deixe-a sair do pequeno círculo de proteção familiar e incentive a se aventurar em algo que nunca foi visto ou vivido por ela. Caso a criança se assuste, está na hora do papai ou mamãe puxar as mangas e dizer: “Se você for eu vou junto! ”. Deixe ele(a) escolher o que quer fazer.

Escolher algo novo exige muita força de vontade e curiosidade, atributos que não podem ser excluídos de uma criança.

Por fim, concluímos que as artes marciais não só agregam atributos físicos às crianças, mas também agregam foco, força mental, espiritual e morais e incentivam laços familiares fortalecidos entre as famílias, sendo esta uma atividade feita para todos os integrantes da família.

Quer dar o primeiro passo? Compartilhe este post com o máximo de profissionais da Educação Física possível – a informação é o começo de tudo. Até o próximo artigo!

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Referências

“Martial arts: traditions, history, people” – Concoran, John and Farkas, Emil.

Fisiologia do Exercício – Powers e Howlei

Arquivos pessoais de Sensei Humberto Trevellin – Nishiden Ninpo Kyokai

Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

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